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“Só quem conhece a natureza pode protegê-la”

O vari vermelho é um grande lemure, animal típico das florestas de Madagascar, já é criado em zoológicos europeus. Zoo Zürich

O principal objetivo da "Floresta Masoala" é reforçar a consciência ecológica dos suíços, através do contato com a natureza do Madagascar.

Primeiras árvores plantadas têm o objetivo de dar sombra e proteção para as mudas trazidas do país africano. Depois elas serão cortadas.

Andréas Hohl, diretor-substituto do Zoológico de Zurique, acredita que a criação de pavilhões naturais como a “Floretas Masoala” ajuda não somente a preservar e estudar a fauna de uma das regiões naturais mais interessantes do planeta, mas também a mudar a consciência ecológica dos suíços. “Só quem conhece a natureza pode protegê-la”, explica o engenheiro agrícola.

O trabalho de montagem do pavilhão também foi um grande desafio para a direção do zoológico. “Um dos nossos maiores problemas foi encontrar as plantas corretas para a floresta masoala”, conta Günther Vogt, arquiteto-paisagista, responsável pelo projeto.

“Não era possível ir para Madagascar, desenraizar árvores e trazê-las para Zurique. Essas plantas tropicais teriam morrido em pouco tempo”, explica Vogt.

Por isso o zoológico de Zurique criou a “escola da planta” no parque florestal “Masoala”, no Madagascar. Lá, com ajuda de mão-de-obra local, são plantadas as mudas da mini-floresta tropical que começa a crescer em Zurique. Em dez anos, palmeiras e árvores compradas na Flórida, Malásia e Tailândia, que agora dão o formato para o pavilhão, irão dar lugar às espécies originais do Madagascar. “É uma pena, mas deveremos então cortá-las, pois sua função é apenas de dar sombra para as mudas de plantas, facilitando o seu crescimento”, afirma Vogt.

Essa vegetação pioneira foi transportada em 114 containeres, que foram levados dos quatro cantos do mundo para portos europeus. Depois do tratamento, elas foram trazidas para o zoológico de Zurique.

A natureza regula o crescimento

Em relação aos animais, o planejamento do pavilhão “Masoala” segue as leis naturais. “Numa floresta tropical, a vida desenvolve-se de uma forma explosiva”, conta Vogt. “Por isso tentamos impedir que muitos insetos entrassem dentro do ecossistema, já que eles vão se reproduzir com o tempo”.

Os animais menores também começam a se sentir em casa.“Há pouco tempo eu entrei às seis da manhã no pavilhão e percebi que os lêmures estavam brigando. Ora, brigas em famílias de lêmures só acontecem quando eles estão bem adaptados no seu meio”.

Os únicos animais que não serão permitidos dentro da “Floresta Masoala” serão os caçadores naturais como gatos-selvagens e falcões. “Queremos ter um ambiente natural, mas existem espécies tão raras e ameaçadas, que não podemos nos dar a esse luxo”, diz Samuel Furrer, curador do zoológico.

swissinfo, Alexander Thoele em Zurique

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