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Alpinista suíço Ueli Steck morre no Everest

Ueli Steck era detentor de recordes de velocidade de subida, e um dos mais famosos alpinistas de sua geração. Suspeita é que suíço tenha escorregado. (vídeo SRF, texto AFP)

O suíço Ueli Steck, um dos alpinistas mais famosos de sua geração e detentor de vários recordes de velocidade, morreu na manhã deste domingo (30) no Everest aos 40 anos, anunciou a Federação de Alpinismo do Nepal (NMA).

“Nesta manhã teve um acidente no Nuptse e morreu. Parece que escorregou”, declarou o presidente da NMA, Ang Tsering Sherpa, referindo-se a uma das montanhas satélite do Everest.

Apelidado de “máquina suíça” devido ao ritmo endiabrado de suas ascensões, chegou perto da morte várias vezes, como em sua subida de 28 horas do lado sul do Annapurna em 2013.

Steck estava no Himalaia em plena fase de aclimatação antes de tentar conquistar o teto do mundo em maio utilizando uma nova rota.

“Seu corpo foi transferido a Luka de helicóptero e será levado a Catmandu”, disse Ang Tserin Sherpa. Lukla é um povoado perto do campo base do Everest.

“Seu companheiro sofria com congelamentos e ele teve que continuar sozinho”, explicou. “Tentamos saber mais sobre o que aconteceu”, acrescentou.

“O acidente ocorreu neste domingo muito cedo a 1.000 metros do Campo II (de Nuptse)”, disse Dinesh Bhattarai, diretor-geral do departamento nepalês de turismo.

“Outros alpinistas que subiam o Everest o viram e chamaram os corpos de resgate”, prosseguiu.

Carpinteiro de profissão, Steck nasceu em 4 de outubro de 1976 em Langnau im Emmental, a leste de Berna, em uma família muito vinculada ao esporte. Aos 12 anos se juntou ao clube alpinista suíço e desenvolveu um fascínio pelo contato com a natureza.

Quando alcançou a idade adulta, o suíço assentou as bases de seus futuros recordes ao subir pelo lado norte do Eiger (3.970 metros).

“Prazer pessoal”

“Desde então, comecei a praticar sistematicamente o alpinismo em meu tempo livre. Pelo contrário, nunca pensei em me tornar profissional um dia”, explicou em 2015 o prodígio suíço em uma entrevista à AFP.

“Não busco que falem de meus recordes, é meu prazer pessoal o que guia meus passos”, acrescentou.

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Rapidamente, suas atuações se tornaram famosas. Com a chegada dos primeiros patrocinadores, Steck, então com cerca de trinta anos, decidiu se dedicar completamente ao alpinismo. Submeteu-se a duros treinos, com a ajuda de um fisioterapeuta, privilegiando a resistência sobre a técnica.

Steck gostava de se afastar dos meios de comunicação durante suas escaladas para poder tomar “a decisão correta em uma parede”. Afirmava nunca ter se importado com a glória e o dinheiro, e estava satisfeito com o fato de sua renda superar seu antigo salário de carpinteiro.

Seus críticos apontavam a ausência de provas de GPS ou fotografias para dar veracidade a algumas de suas façanhas. Sua resposta: “Há muita inveja e tenho que aceitá-la”. (AFP)

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