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O fotógrafo suíço que ganhou o World Press Photo Award

Peter Dammann foi premiado com o principal prêmio mundial da fotografia em 1998 pelo trabalho com cadetes russos. Um livro e uma exposição relembram a extensa obra do fotógrafo suíço.

Um prêmio que qualquer fotógrafo no mundo sonha: o “Word Press Photo”. Em 1998, o fotógrafo Peter Dammann foi agraciado com essa distinção criada por uma organização independente sem fins lucrativos, fundada em 1955 em Amsterdã, Holanda.

Dammann foi um crítico social que colocava as pessoas retratadas no centro do seu trabalho, especialmente jovens e crianças. Algumas delas viviam nas ruas. Outras em orfanatos ou até hospitais psiquiátricos. O fotógrafo deu-lhes um rosto e capturou suas personalidades no seu trabalho, que documentava injustiças e lutas diárias dos mais desfavorecidos nessa sociedade em transição.

Quando visitou, nos anos 1990, São Petersburgo, descobriu nas ruas centenas de órfãos ou crianças abandonadas que tinham fugido das famílias para viver entre as ruínas ou estações de trem. Dammann explicava-lhe que as fotos que tirava serviam para conscientizá-las da sua situação. Algumas até a ajudou a encontrar abrigos mais seguros.

Também na mesma década, o suíço visitou Kronstadt, uma ilha russa que funcionava como base naval. Lá fotografou cadetes das escolas militares que, em grande parte, vinham de famílias pobres do país. Já em São Petersburgo, os cadetes tinham um outro perfil: as famílias sempre serviam o Exército ao longo das diferentes gerações. A reportagem produzida para a revista alemã “Mare” foi uma das mais premiadas da carreira.Link externo

Cultura e política

Dammann também tirou fotos da Orquestra Jovem de Ramallah, formada por jovens palestinos. Ela foi criada pelo maestro Daniel Barenboim e o professor de literatura Edward Said. Dammann ficou fascinado com a ideia de usar a cultura para alcançar algo onde a política falhou: “a luta pela paz”, como explicou à revista “Stern” em uma entrevista.

Após casar-se com a diretora de cinema suíço Gabriele Schärer, em 1996, Dammann tornou-se suíço (era alemão de origem) e se instalou em Berna. Faleceu em 2015, deixando um grande acervo. O livro “O Cavalo Branco: Peter Dammann. FotografiasLink externo” foi publicado em 2019.

A exposição do seu trabalho ocorre no Centro Cultural KornhausforumLink externo em Berna até 7 de março de 2020.

Adaptação: Alexander Thoele

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