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A mulher suíça é discriminada no trabalho

A mulher suíça ocupa apenas 10% de cargos executivos Keystone

A Constituição suíça garante igualdade homem-mulher. Defasagem salarial em relação aos homens prova o contrário, revelam estudos publicados por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

Os mesmos direitos estão previstos não apenas na Constituição como também na maioria das Convenções Coletivas de Trabalho – CCT – do País. Acontece, porém, que não são sistematicamente aplicadas, alerta estudo realizado a pedido da União Sindical Suíça – USS – maior central sindical da Suíça.

Setor público melhor

A situação é menos injusta no setor público, como Correios e Ferrovias Federais. Já no setor privado sacrifica-se a igualdade à competitividade.

Foram analisadas 21 CCT de grandes empresas. Dois terços delas estipulam claramente o princípio “para trabalho igual, salário igual”, o que é considerado um progresso.

Em profissões simples, exercidas principalmente pela mulher, ainda muito mal remuneradas, apontam-se melhoras.

Brecha

Um outro estudo, efetuado pela Universidade de St. Gallen (nordeste), mostra que a brecha salarial é maior nos setores que empregam pessoas altamente qualificadas, atingindo média de 21%. Qualificações inferiores, menor experiência e interrupção da carreira para cuidar de filhos são fatores mencionados como motivos de salários mais baixos.

A esse respeito, a Divisão Federal suíça pela Igualdade observa que falta de ousadia da mulher na busca de postos de poder nas empresas e a pouca solidariedade feminina são elementos que explicam, pelo menos em parte, a defasagem salarial.

Realça que a mulher não se sente bastante segura para enfrentar uma área dominada pelo homem. A propósito, vale lembrar que na Suíça, apenas 10% das mulheres ocupam postos de executivos. Nesses postos as diferenças de remuneração chegam a 28%.

“Transparência”

Exemplos: a situação varia muito no setor bancário, indústria de seguros e indústria de “catering” (fornecimento de comidas prontas), em relação aos homens, os salários de mulheres qualificadas oscilam de 21 a 13%.

Uma saída apontada para acabar com a discriminação é uma “transparência salarial”. Mas na Suíça revelar salários é ainda assunto bastante tabu.

Outros países

As desigualdades homem-mulher persistem também em outros países no setor do trabalho, mesmo nos mais industrializados.

Na França, por exemplo, se grande maioria de mulheres trabalha, elas enfrentam com freqüência o desemprego, salários inferiores e postos menos prestigiosos que seus colegas masculinos.

Em países europeus menos industrializados a situação da mulher é mais grave e inclui áreas em que a discriminação não existe na maioria de outras nações. Na Polônia, p. exemplo, a mulher ainda luta pelo direito ao aborto, direito extremamente limitado na República da Irlanda.

E num país pouco desenvolvido como o Quênia, Anistia Internacional denuncia – por ocasião do Dia Internacinal da Mulher – o clima de impunidade em relação ao estupro: “Quem procura obter justiça é confrontado a um sistema que não reconhece… ou mesmo cautiona a violência contra a mulher e protege os responsáveis”, destaca a respeitada organização de defesa dos direitos humanos.

swissinfo com agências.

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