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Nostalgia tecnológica em exposição na Feira Eletrônica de Berlim

A câmera Polaroid, um vestígio quase esquecido da era pré-digital, está de volta na feira eletrônica de Berlim afp_tickers

Para muitos consumidores, rebobinar cassetes, colocar cuidadosamente uma agulha em um disco ou sacudir uma foto Polaroid para secá-la podem parecer gestos há muito esquecidos de uma época passada.

Mas eles estão em toda parte para serem vistos novamente na exibição de tecnologia da Feira Internacional de Eletrônica (IFA) de Berlim, ainda que com um toque digital inconfundível.

A seção “novas tendências” da feira, que muitas vezes exibe os artigos que serão sucessos de venda na temporada de Natal, é dominada por um estande pertencente à Polaroid, famosa empresa de câmeras que pouco tempo atrás parecia perto do fim.

Conhecida como One Step+, a nova câmera instantânea se parece exatamente com uma Polaroid tradicional por fora, mas oferece conectividade Bluetooth para sincronizar com aplicativos de Android e iPhone.

A concorrente Kodak também tem uma câmera instantânea, a Printomatic, em oferta, afirmando que leva menos de 40 segundos para revelar uma foto colorida ou em preto e branco.

“Para a nova geração, isso é totalmente novo. Eles não têm ideia de como tirar uma foto como essa, sem uma tela, ou esperar uma semana para que ela seja revelada”, disse o porta-voz da Polaroid, Tobias Henze.

Ao contrário das fotos digitais presas na tela do smartphone, “você pode enquadrá-las, colocá-las na parede, oferecê-las ou colocá-las em um álbum de recortes”, ressalta.

– Audiostalgia –

No mundo da música, os puristas do áudio e os que procuram uma maneira mais “instagrammable” de ouvir são recebidos com mais opções para tocar cassetes e discos de vinil.

Os fabricantes têm dados concretos para respaldar sua volta ao passado, com discos de 33 rpm respondendo por cerca de 14% das vendas de álbuns dos EUA em 2017, em comparação com 11% no ano anterior.

É por isso que os visitantes da IFA podem cobiçar o toca-discos Vinyl 500 da Yamaha, que acena para a modernidade com uma conexão Wi-Fi que também permite que os usuários façam streaming de músicas.

Enquanto isso, uma série de start-ups oferece toca-discos portáteis que podem ser carregados em uma bolsa ou inclusive presos na borda de um alto-falante ou prateleira.

Para aqueles com enormes coleções digitais, a Sony alardeia a capacidade de seu player de áudio DMP-Z1 – que custa US$ 13.000 – de reproduzir a qualidade de som e o “grão” de um antigo 33 rpm.

O debate pode durar para sempre, no mundo dos audiófilos, em relação a se os discos tradicionais realmente oferecem um som superior.

Mas a tendência em direção ao disco de vinil está firmemente estabelecida na Europa, com editores em pequena escala surgindo em prédios de fábricas desativadas em todo o continente.

Fora dos salões climatizados da IFA, jovens berlinenses descolados encontram lojas que oferecem vinis e cassetes.

“Formatos antigos, em áudio, vídeo, negativos de foto ou discos têm uma base de usuários muito grande, quase 50% do mercado”, diz Klaus Boehm, da consultoria Deloitte.

“Nosso uso multimídia coexistirá nos próximos anos com esses formatos mais antigos, e eu aconselharia as pessoas a não jogarem fora seus dispositivos antigos”, afirmou.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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