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Suíços do estrangeiro rejeitaram em massa a iniciativa “No Billag”

Uma ministra sendo entrevistada por vários jornalistas em uma sala
A ministra suíças das Comunicações, Doris Leuthard, sendo entrevistada logo após a publicação dos resultados dos plebiscitos de 4 de março de 2018. Keystone

Assim como os eleitores na Suíça, a comunidade de suíços do estrangeiro rejeitou em massa no domingo a iniciativa "No Billag". Na maior parte dos cantões, o "não" da 5ª Suíça chegou a marca de 80%.

A existência de um serviço público de mídia parece ser evidente para os suíços do estrangeiro. No domingo (04 de março) a imensa maioria desses eleitores refutaram nas urnas a iniciativa “No Billag”, cuja proposta era suprimir a taxa de rádio e televisão e proibir o financiamento público da produção audiovisual no país.

É o que demonstra a análise dos resultados da votação de 4 de março em 12 cantões levados em conta na análise. Essa taxa supera mesmo os 80% alcançados nos cantões de Genebra (82,7%) e Basileia-cidade (82,2%).

São várias as explicações para esse voto em peso da diáspora em favor do serviço público de mídia. Diferentes estudos mostram que os suíços do estrangeiro tendem a votar mais à esquerda do que seus concidadãos no pais, como ficou mais uma vez exemplificado no plebiscito de 4 de março de 2018. De fato, a iniciativa “No Billag” fora lançada por jovens políticos originários de correntes da direita ultraliberal ou nacionalista e, dentre os grandes partidos, apenas o Partido do Povo Suíço (SVP, na sigla em alemão, direita conservadora) se pronunciou a favor da “No Billag”.

Debate sobre o direito de voto para os expatriados

A votação do domingo também confirma uma observação feita em pesquisas anteriores de que os expatriados tendem a confiar no governo suíço e no Parlamento federal mais do que o eleitorado interno. Nesse caso, eles também seguiram a recomendação da Organização dos Suíços no Exterior (OSE), que se opôs à iniciativa “No Billag”.

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Além disso, é necessário lembrar que suíços do estrangeiro estão dispensados da taxa de rádio e televisão que financia o sistema público de mídia do país. Eles não teriam, dessa forma, se beneficiado das economias de várias centenas de francos realizadas por cada lar no país no caso da iniciativa tivesse sido aceita.

O fato que os expatriados possam se pronunciar sobre temas que não lhes dizem respeito – ou que não os atingem diretamente – é um tema de debate constante na Suíça. Em 2015, por ocasião de um plebiscito decidido por maioria bastante apertada de votos, os suíços do estrangeiro foram acusados por políticos da direita nacionalista de ter apoiado a introdução de uma taxa de rádio e televisão generalizada, enquanto, ao mesmo tempo, estariam dispensados dela. Porém essa crítica não foi confirmada pelo voto dado no domingo passado.

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Adaptação: Alexander Thoele

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