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A cidade de Basiléia, sua economia e sua cultura

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A cultura suíça era um tema constante nas reportagens produzidas pela antiga Rádio Suíça Internacional. Em 1976, o jornalista e chefe da redação em língua portuguesa, Sérgio Fernandes dedicou um programa inteiro ao carnaval da Basileia, um dos mais famosos e tradicionais do país.

A reportagem começa com música típica do carnaval de Basiléia, “cidade fronteiriça, banhada pelo rio Reno, importante centro cultural e industrial” da Suíça e ligada por bonde com a França e a Alemanha.

Influenciada por duas culturas, ela seria para muitos a cidade menos suíça do país. O cantão de Basiléia é inteiramente urbano, sendo Basiléia-Campo, um cantão independente desde 1833. Servida por 3 ferrovias – suíça, francesa e alemã – a cidade dispõe de um aeroporto em território francês. A cultura e a indústria química são seus traços marcantes.

Para Coutinhas, Basiléia é “a cidade da seda e da indústria química”. A seda deu origem a essa indústria, hoje “a grande riqueza de Basiléia”. Com a seda vieram “indústrias complementares”. De corantes, por exemplo. Da química veio a indústria farmacêutica. Um dos diretores da Ciba-Geigy, Borsinger lembra que a Geigy é a firma mais antiga das duas, hoje fundidas. Geigy começou vendendo “produtos coloniais”, entre os quais o pau-brasil, que dava um importante corante azul-marinho. Ciba originou-se da “tinturaria de seda” e recebeu impulso com a descoberta da anilina sintética.

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Ciba-Geigy juntamente com Hoffman-La Roche e Sandoz são os grandes nomes da indústria química suíça. Na indústria nacional, a química – que emprega 64 mil pessoas, das quais 50 mil em Basiléia -, representa apenas 3,8% do total, mas é responsável por 21% das exportações suíças, com um faturamento aproximado de 7 bilhões de francos em 1975. Borsinger diz que a indústria química de Basiléia tem instalações “sociais” avançadas para seus trabalhadores.

No tocante à história, a cidade remonta ao tempo dos celtas, sendo citada pela primeira vez “numa história romana no ano de 374”, com o nome da Basileia, daí Basel em alemão e Bâle em francês. O rio Reno, navegável, “é um trunfo precioso para a cidade”, ligando o centro da Europa a Roterdã, aportando matérias-primas que a Suíça não tem. Lembra que “o porto de Basiléia é um dos grandes do mundo, mesmo sendo fluvial”, abastecendo três países: Suíça, França e Alemanha.

José Coutinhas acha que para conhecer bem o habitante de Basiléia é preciso viver o carnaval basileense, que remonta à Idade Média e é voltado à crítica da sociedade. Segue-se música carnavalesca típica, com flautins e tambores (Guggenmusik). Trata-se de carnaval puritano, com suas cliques (cordões), suas fantasias e máscaras.

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Este conteúdo foi publicado em Julho de 1976, Rua das Flores, centro de Curitiba, frio de 4 graus centígrados. Um ano antes, eu havia retornado à cidade depois de quatro anos na então Rádio Suíça Internacional, em Berna. Aquele friozinho cortante de Curitiba me trazia um pouco de recordação de um período importante da minha vida pessoal e profissional. A…

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O hoteleiro Alexandre Hartmann descreve esse carnaval, que começa na segunda-feira, às 4 horas da madrugada, uma semana depois dos carnavais tradicionais. É quando, desligadas as luzes da cidade, todas as cliques, inclusive as de mulheres, afluem ao centro da cidade. Por volta das seis, os restaurantes oferecem sopa de farinha, tortas de queijo com cebolinha. Depois a maioria das pessoas vai para o trabalho. Ao meio dia recomeça a folia, que dura toda tarde. Na terça, o carnaval é mais calmo com guggenmusiek, bandas desafinadas, sem tambores e flautins. Na quarta-feira recomeça tudo, à tarde, e a festa praticamente vara a noite. Resta que é “o maior acontecimento do ano” em Basiléia.

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