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Art Basel 2018: rápido e rasteiro

Alain Berset contemplando uma obra de arte
Alain Berset, que assumiu a presidência rotativa da Suíça este ano, contempla uma obra sem título do artista chinês He Xiangyu na Art Basel, terça-feira. Keystone

O número de artistas vivos que viram seu trabalho faturar US$ 20 milhões (19,7 milhões de francos suíços) é muito, muito pequeno. A esse grupo privilegiado, juntou-se o afro-americano Kerry James Marshall, de Chicago, cuja obra "Past Times" (1997) quebrou vários recordes quando foi vendida há um mês ao magnata do rap P. Diddy por US $ 21,1 milhões (com impostos). Dizem que Diddy chegou a passar por cima do lance dado pelo próprio marchand de Marshall, David Zwirner, que queria adquiri-lo para um museu dos EUA.

Assim, a aparição de duas obras de Marshall, uma delas novinha em folha, na Art Basel esta semana, provocou bastante interesse – e não é de surpreender que ambas tenham encontrado compradores logo nas primeiras horas da feira. Enquanto Zwirner vendia “Vignette # 12” (2008) para um colecionador particular nos EUA, outro colecionador arrematou “Vignette (The Kiss)”, de 2018,  da galeria Jack Shainman. Nenhuma das galerias quis divulgar os valores.

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A Art Basel é conhecida como um evento “peso-pesado”, com um ritmo furioso de vendas nas primeiras horas da abertura VIP. Se algumas compras rápidas de estrelas parecem quase boas demais para ser verdade – por exemplo, a venda pela galeria Hauser & Wirth na terça-feira de “Composition” (1969), da maravilhosa e muito procurada Joan Mitchell, por US$ 14 milhões – é porque a transação final na feira muitas vezes é resultado de uma negociação muito mais longa.

Para um evento tão importante como este, as galerias dedicam várias semanas de planejamento e preparação cuidadosa na seleção de trabalhos para os estandes, fomentando contatos com clientes, colecionadores e grupos de museus, enviando imagens para possíveis compradores, organizando campanhas de imprensa e relações públicas.

A recompensa pode ser impressionante. E não apenas para as mega-galerias e seus nomes importantes: o pintor abstracionista francês Bernard Frize, por exemplo, teve todas as suas 18 obras na Galerie Perrotin vendidas no primeiro dia da feira a preços entre 30 mil euros e € 150.000. Enquanto isso, na galeria P420 de Bolonha, três obras do veterano escultor italiano Paolo Icaro encontraram compradores a preços entre € 35.000 e € 80.000.

É sempre difícil identificar tendências em feiras com uma gama tão grande de trabalhos em oferta, mas as vendas da Icaro estão entre aquelas que mostram aos clientes que não têm medo de um trabalho mais ousado em 3D. Outros incluem “Sol LeWitt Upside Down” de Haegue Yang na galeria Kukje (na faixa de € 45.000 a € 50.000), uma iteração de 2012 do “Coca Cola Vase” de Ai Weiwei (€ 280.000 na galeria Lisson) e, na Mitchell-Innes & Nash, “Alcohol Shelf (Archive Version)” (2001-09), do artista conhecido como Pope.L, saiu por aproximadamente US$ 100.000.

A Art Basel continua até domingo.

Copyright The Financial Times Limited 2018

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