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Barroco de sonho e Virgem negra

Detalhe da igreja barroca de Einsiedeln. swissinfo.ch

Patrimônio milenar, o mosteiro beneditino suíço de Einsiedeln incorpora uma magnífica igreja barroca. No interior a capela de Nossa Senhora dos Eremitas, uma Virgem negra, atrai as atenções.

O mosteiro foi um dos mais importantes centros europeus de peregrinação.

Einsiedeln forma um triângulo com Zurique e Lucerna, cidades de que está praticamente eqüidistante. Situa-se no cantão de Schwyz, no centro-leste, considerado um dos baluartes do conservadorismo na Suíça.

A região é pitoresca numa Suíça em que no item paisagem é um país abençoado por Deus: montanhas, lagos e florestas não deixam o visitante indiferente.

Fama que vem de longe

Einsiedeln seria uma cidadezinha quase chinfrim, não fosse o grandioso mosteiro beneditino ali fundado já no século X. Ela viveu e vive, aliás, em função do mosteiro. Fora disso, tirando as belezas naturais, a região pode se gloriar apenas de ter sido o berço de Paracelso, renomado alquimista e médico (1493-1541).

Bom, exageramos um pouco: há pelo menos casarões antigos de tirar o chapéu nesse grande vilarejo – este é seu verdadeiro “estatuto”.

A fama de Einsiedeln já remonta, porém, à Idade Média, quando se tornou um dos mais freqüentados centros europeus de peregrinação, representando etapa importante no caminho de São Tiago de Compostela.

Sinal dessa afluência de devotos – que não vinham apenas da Suíça, como também de pontos distantes como Lübeck, Colônia e Flandres – foi a fundação, em 1353, do Hospital dos Peregrinos.

Crença e lenda

A atração principal era a Virgem negra da Santa Capela. Há uma crença de que a igrejinha tenha sido construída no mesmo local da capela erigida por Santo Meinrad, monge eremita muito venerado, assassinado por dois bandoleiros em 861.

A Santa Capela foi consagrada por Santo Conrado, bispo de Constância, em 948. Uma lenda, mencionada em meados do século XII, atribui a consagração ao próprio Cristo (Engelweihe), segundo uma dessas histórias fantasiosas, freqüentes no período medieval.

Resta que, se no período da Reforma a afluência diminuiu (Zwingli deu duro no tráfico de indulgências muito praticado na igreja), por volta de 1680 registravam-se mais de 100 mil peregrinos por ano.

Quem chega diante do mosteiro impressiona-se com a imponência do edifício setecentista, um quadrilátero de 136 x 156 m. No centro, incorporada ao todo, a igreja, com suas duas torres e a ousada arquitetura de frontispício saliente, impressionam.

Centro espiritual e cultural

Mas é principalmente no interior que o visitante tem motivos para entusiasmar-se com o jogo de luzes (em dia de sol) que destaca a magnificência da suntuosa decoração barroca – afrescos, anjinhos, cátedra e seus revestimentos dourados, obras de artistas famosos como os irmãos Asam – decoração essa ainda mais acentuada principalmente pelo branco intenso das paredes e abóbadas.

Como, depois de 22 anos de trabalho, uma restauração – terminada em 1997 – restituiu a aparência original da decoração, a visita é um verdadeiro regalo para os olhos.

A emoção é ainda maior, tendo consciência de que o mosteiro é um importante centro espiritual e cultural. Quem visita a Igreja não se esquece, por exemplo, que, ao lado, uma biblioteca famosa reúne 50 mil obras, entre as quais escritos milenares, incluindo, portanto, muitos incunábulos.

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

O mosteiro de Einsiedeln deve sua fama inicial a um santo eremita que se refugiou na região no século IX.

Posteriormente tornou-se um centro de irradiação religiosa e cultural.

Hoje a atração principal é uma magnífica igreja barroca incorporada ao prédio.

Tem também uma biblioteca de valor inestimável, incluindo muitos incunábulos.

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