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Beleza da paisagem convive com a arquitetura moderna

O Theater 11 construído em 1950 em Oerlikon, Zurique. swissinfo.ch

É o que mostra a exposição Arch/Scapes, que fica no Museu de Arquitetura Suíça, em Basiléia, até dia 11 de maio.

O trabalho foi exibido na 7ª. Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que ocorreu no ano passado junto com a Bienal de Artes, visitada por cerca de 120 mil pessoas.

Ao todo, são 15 projetos desenvolvidos tanto em áreas urbanas como rurais, mas que têm em comum o respeito pelas comunidades e pela natureza.

Foi a primeira vez que os suíços participaram da mostra brasileira, que no ano passado homenageou o arquiteto Oscar Niemeyer por sua contribuição à arquitetura e pela comemoração dos seus 100 anos de vida.

Público X privado

Sob a curadoria de Francesca Ferguson, a mostra tem foco na interação entre o público e o privado. Os projetos exibem como o patrimônio público formado pela paisagem suíça nas áreas urbanas, nos vilarejos e nas regiões alpinas se relaciona, e bem, com o privado, representado pela nova arquitetura suíça dos últimos cinco anos.

“É claro que a comparação com projetos de uma megalópole como São Paulo é difícil, mas pudemos mostrar não só a qualidade dos projetos arquitetônicos e de design, mas também o processo de negociação entre o público e o privado”, explica Francesca Ferguson.

A democracia e participação helvéticas ficaram em evidência. Na opinião da curadora, a questão pública na Suíça está mais ligada ao cidadão, que muitas vezes diz não a um projeto que vá descaracterizar o local onde vive. “Cabe ao arquiteto reinterpretar o tradicional com visão contemporânea, capaz de atender às necessidades públicas”, diz Francesca.

Do Teatro de Zurique às vaquinhas

A mostra apresenta projetos desenvolvidos em áreas urbanas, como Zurique, passando pela região dos Alpes e chegando a pequenas vilas.

Montada em painéis contínuos, a exposição inspira-se na natureza suíça, com aclives e declives. Alguns painéis estão na vertical, outros em placas horizontais enquanto alguns ficam no solo. Em cada instalação há uma gravação, em alemão e em inglês, com explicações mais detalhadas dos criadores dos projetos.

O Theater 11, por exemplo, foi construído em 1950 em Oerlikon, Zurique. Coube ao grupo de arquitetos (EM2N , Mathias Muller e Daniel Niggli) transformá-lo num moderno teatro musical.

De acordo com eles, até mesmo as limitações de orçamento colaboraram para que o trabalho resultasse mais criativo e inovador: a fachada foi feita em aço, e o interior do teatro expõe as paredes de concreto.

O respeito à natureza é mantido também quando o assunto é uma casa particular. É o caso do projeto de Sandra Giraud e Felix Wettstein. Mais do que favorecer a bela vista de Lugano, o terraço da casa acompanha a linha da natureza e parece integrar-se ao cantão italiano.

Até algumas das vaquinhas suíças já foram contempladas pelas linhas modernas da arquitetura. Em Neuchâtel, um estábulo de uma fazenda de 1852 foi construído seguindo algumas determinações do cliente, um produtor de artigos orgânicos. Os arquitetos tiveram de descartar quaisquer substâncias mais tóxicas, como colas, por exemplo, e adotar materiais recicláveis. Além disso, o design seguiu as linhas da natureza.

Patrimônio arquitetônico

A mostra pode ser de grande valia para enriquecer ainda mais um debate comum na cidade de Basiléia, que abriga duas grandes empresas farmacêuticas, Roche e Novartis.

Ambas têm projetos arquitetônicos modernos para suas sedes. Na opinião de Francesca, o poder dessas empresas é grande e tem de haver uma discussão com a cidade, mas aponta o lado positivo das grandes obras.

“Alguns projetos, como o da Novartis, tornam público um patrimônio arquitetônico de ponta, criado por profissionais como Peter Märkli ou Sanaa Sejima “, diz.

Este patrimônio arquitetônico pode ser vislumbrado na exposição de Basiléia, que mostra mais do que as paisagens dos tradicionais calendários suíços e revela uma visão contemporânea da Suíça – um toque de modernidade que vem dos Alpes às margens do Reno.

swissinfo, Lourdes Sola, Basiléia

O Museu de Arquitetura Suíça foi fundado em 1984.
Ele é dedicado a três principais temas:
– arquitetura suíça contemporânea através exposições sobre personalidades como Hermann Baur, Hans Bernoulli, Le Corbusier, Hannes Meyer ou Hans Wittwer.
– arquitetura contemporânea internacional.
– áreas próximas da arquitetura como fotografia de arquitetura, artes plásticas, design e outros.


Museu de Arquitetura Suíça

Steinenberg 7
Postfach 911
CH-4001 Basel

Telefone: +41 (0)61 261 14 13
Fax: +41 (0)61 261 14 28
Email: info@sam-basel.org

Horários de abertura:

Segunda – fechado
Terça, quarta e sexta-feira – 11 às 18 horas
Quinta-feira – 11 às 20:30
Sábado e domingo – 11 a 17 horas

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