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Breve histórico do mosteiro de Einsiedeln

Nossa Senhora dos Eremitas (Virgem negra) swissinfo.ch

Um mergulho no passado do famoso mosteiro beneditino nos leva ao século IX.

O local onde um eremita buscou refúgio ia virar um centro de peregrinações e um foco de irradiação religiosa e cultural.

Tudo começou no ano 828, quando o monge, futuro santo, Meinrad, que dirigia uma escola perto de Zurique, recebeu autorização para levar vida de eremita. Meinrad se retirou para uma região agreste relativamente próxima, deslocando-se depois para um recanto, na Floresta Sombria.

Ali viveu no ermo até 861, quando foi assassinado por dois bandidos. É no local – venerado desde então – que seria erigida a abadia de Einsiedeln.

berço do mosteiro

Passado meio século, em 910, Benno, cônego de Estrasburgo, que ali também se estabeleceu após “dar uma arrumada” no eremitério, conseguiu reunir em torno de si alguns discípulos, levados pelo mesmo ideal. Quatro anos depois, Eberhard, igualmente de Estrasburgo, imitou o exemplo…

É o mesmo Eberhard que se lança na construção de um monastério destinado a eremitas da região que possam se interessar por uma vida baseada na regra da ordem beneditina.

Fontes históricas indicam ter havido intensa vida religiosa no mosteiro que, na segunda metade do século X e início do século XI, era apontado como modelo de disciplina e renovação monástica.

Durante todo o século XI cresceu também a fama do scriptorium, a escola de copistas do estabelecimento. Declínio posterior dessa atividade é atribuída à redução no número de efetivos da comunidade.

Reforma ampla

Isso se explica pela orientação seguida. Por exemplo, desde o século XIII, aceitavam-se como membros somente filhos de aristocratas. Uma situação que mudaria somente no século XVI, depois de a comunidade de Einsiedeln ser quase dissolvida.

Aparecem então os primeiros postulantes burgueses (no sentido original da palavra), reforma-se a instituição e restauram-se os edifícios, que estavam realmente muito deteriorados.

É no século XVII que o número de monges vai chegar a 50 e mesmo ao dobro já quase no fim da centúria, em 1680. Essa evolução seria conseqüência da fundação do ramo suíço dos beneditinos, o que “deu uma orientação clara” sobre o futuro do mosteiro, escrevem especialistas.

A esta altura, já estavam em andamento a construção do coro da igreja abacial e da igreja de Santa Madalena (onde se encontram os confessionais). Quanto às obras de reconstrução completa da abadia e do mosteiro, elas foram lançadas em 1704.

Transtorno da Revolução

Para a decoração, os beneditinos de Einsiedeln podem contar com artistas de prestígio como os irmãos Asam, os irmãos Diego e Carlo Carlone (do norte da Itália), Cosmas Damian e Egid Quirin (da Baviera).

Conseqüências da Revolução Francesa iriam, no entanto, perturbar seriamente a tranqüilidade monástica. Em 1798 fecha-se o mosteiro e os monges são exilados. Podem voltar um pouco mais tarde, mas sem os privilégios de que gozavam no antigo regime.

A Suíça vive uma situação instável até 1848. Desde então, e durante mais de um século, a situação melhorou. Mas desde 1960, nota-se novo declínio das vocações à vida religiosa. Atualmente, em 2005, a comunidade de Einsiedeln reúne 83 monges.

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

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