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Vitória de último minuto dá esperanças à Suíça

Gol da Suíça no jogo contra o Equador
Haris Seferovic comemora o gol que trouxe o grande alívio para os torcedores suíços. Keystone

A Suíça vence o Equador por 2 a 1 no 1° jogo do grupo E da Copa do Mundo. Para a imprensa, a vitória, garantida no último minuto pelo jogador Haris Seferovic, abafou mais uma discussão sofre erros de árbitros e dá esperanças à equipe do país dos Alpes. Em coro, jornais e portais elogiam seleção, mas veem potencial de melhora.

“Uma noite perfeita de futebol ‘last minute'”, “Ottmar Hitzfeld muda para a vitória”, “Uma segunda vitória – de qualquer maneira!”, “Alegria toma conta de nós”, “Os sonhadores mantém suas esperanças”, “Continuem a jogar assim!” foram alguns das manchetes encontradas na imprensa suíça na segunda-feira.

Aos 47 minutos, Enner Valencia recebeu a bola na marca do pênalti da área suíça, mas demorou para finalizar e foi desarmado. No contra-ataque, Shaquiri avançou e tocou para Rodríguez, que cruzou da esquerda para o gol decisivo e emocionante de Seferovic no último segundo da prorrogação, como descreve a AFP. Para a equipe suíça, ou “Nati” como é carinhosamente conhecida, foi a garantia de levar três pontos no início da Copa.

Para o Le Matin, a equipe helvética conseguiu superar suas fraquezas iniciais graças a uma melhor coordenação entre os jogadores. “Ela (seleção suíça) deve essa vitória a um espírito de equipe fantástico à imagem de Behrami, que salvou seu campo alguns segundos somente antes do gol de Seferovic graças à falha de Antonio Valencia, o equatoriano que acreditávamos ser o mais perigoso”, escreve o jornal de língua francesa.

“É o material que responde por todos os sonhos do futebol: fazer o gol da vitória no último minuto de um importante jogo da Copa”, escreve o NeueLuzerner Zeitung. “Logo o Seferovic, cuja escalação para a Copa foi colocada em dúvida, foi responsável por esse grande momento de emoção: o 2 a 1 no 93° minuto na partida contra o Equador e a razão para todo o país ter vibrado e festejado.”

Porém o prestigioso jornal não deixa de enviar farpas. “Não há razão, porém, para acreditar que os três pontos significam tudo…falta um plano ofensivo, uma visão concreta do caminho para o suíço. O jogo foi pouco criativo, sem inspiração, não houve nada.”

Equipe nervosa

A Suíça estava “começou super-nervosa a partida”, escreve o Aargauer Zeitung. “Isso terminou levando a uma grande cota de erros”, e continua. “Não foi muito bonito ver o que foi apresentado pela seleção suíça no primeiro tempo. Mas ela ganhou e o conquistado não importa na conta final.”

O 2 a 1 contra o Equador “foi o primeiro passo para chegar às oitavas de final. Porém não há razão para júbilo. Pois a seleção suíça deixou muito a desejar nessa estreia na Copa, especialmente faltou confirmar a afirmação de que esta se trata da melhor equipe suíça de todos os tempos.”

“Nada de melhor poderia ter acontecido com a seleção suíça”, comenta o Basler Zeitung. “Sem jogar bem, sem convencer, ela ganhou seu primeiro jogo da Copa do Mundo contra o Equador.”

A Nati teve dificuldades de “controlar seus nervos. As mais simples jogadas fracassaram. No primeiro tempo tudo faltou nela para manter o nível necessário.”

Por muito tempo a equipe do treinador Ottmar Hitzfeld não mostrou “disposição de correr”, critica o jornal Oltner Tagblatt. “Durante os primeiros quarenta e cinco minutos os suíços que estavam com a bola pareciam os mais jogadores mais pobres no campo. Para onde a bola deveria ir se ninguém queria pegá-la?”

O Neue Zürcher Zeitung considerou a partida difícil para a equipe suíça. “Quando estava sendo derrotada por 0 a 1, ela não conseguia encontrar seu jogo e decepcionou especialmente no primeiro tempo com uma forma nervosa e falha de jogar. Todavia, a equipe de Hitzfeld conseguiu demonstrar antes da apitada de final de jogo que ela não desiste e procura a vitória até o final.”

Para o St. Galler Tagblatt, os jogadores da seleção suíça “não estavam presentes nos primeiros quinze minutos”, escreve e lança a pergunta: “Por que Hitzfeld e seus jogadores podem continuar a sonhar? Pois, uma equipe que faz uma participação tão módica e ganha três pontos, mostra que tudo é possível.”

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Elogios

“Esta redenção, essa surpresa, essa alegria!”, escreve o Blick. “Vocês devem continuar assim, querida Nati. Se sempre terminar assim, vocês podem nos deixar um pouco no desespero.”

Essa “super-partida” trouxe uma “das cenas mais inacreditáveis da história do futebol helvético”, escreve o comentarista. “Que final! Chega o 93° minuto. O Equador tem o gol da vitória nos pés. Uma grande chance para Arroyo (Equador). Porém Valon Behrami (Suíça) se lança com coragem e bloqueia o chute. Então ele se levanta imediatamente e toma conta do jogo. Behrami vai então ao ataque final. Ele leva a bola em direção ao gol do adversário.”

Graças à vantagem dada pelo árbitro depois de uma falta marcada contra Behrami, ele continua com a bola. Depois de alguns passes, Haris Seferovic assume o ataque. Ele “chuta com força a bola no gol, um golaço que também se deve à participação de Behrami”. O Blick não é o único jornal a destacar a participação de Behrami.

Vantagem

“Nesse final de carreira, Ottmar Hitzfeld não desejada nada mais do que um bom início. E ele o recebeu”, escreve o Die Südostschweiz. “O treinador que se aposenta depois da campanha na Copa do Mundo confiou na sua equipe e no seu instinto. Ele colocou Admir Mehmedi e Haris Seferovic e os dois marcaram os gols.”

A vitória é a única coisa que conta. Porém a equipe ainda não ganhou nada, se lembrarmos da participação da Suíça na Copa da África do Sul quatro anos atrás. Lá a seleção helvética também ficou com as mãos vazias apesar de ter ganhado um jogo contra a Espanha, que viria a ser a campeã do mundo.

“Isso não pode mais acontecer. Precisamos ter uma segunda vitória, de qualquer maneira! Ainda há espaço para cima, considera o comentarista. Porém, em primeiro lugar, “a maior pressão foi aliviada”. Três pontos estão garantidos e, assim, as oitavas de final se aproximam.”

O Oltner Tagblatt acredita que ainda existem canteiros de obra: “A defesa não estava ruim, mas o ataque tem muitos déficits. É preciso mais vontade de corre na dianteira. O jogo dos suíços foi muito estático e calculável.”

“Uma vitória contra a Honduras já daria para garantir a qualificação”, diz o Aargauer Zeitung. “Porém a Suíça precisa se esforçar mais no jogo contra a França. Os oponentes não perdem as oportunidades, sem importar a sua qualidade, como foi visto sem perdão na noite de domingo.”

Brasília – 15 de junho de 2014 – A Suíça, com muita aplicação tática, estreou com uma vitória emocionante e muito importante por 2-1 sobre o Equador na Copa do Mundo do Brasil, em uma partida disputada no estádio Mané Garrincha de Brasília e que abriu o Grupo E.

O técnico da Suíça, o alemão Ottmar Hitzfield, mudou a equipe na etapa final, colocou o time no ataque e foi premiado com a vitória de virada, com um gol nos acréscimos.

O gol da vitória foi marcado por Haris Seferovic, que havia acabado de entrar em campo, aos 48 minutos do segundo tempo, 30 segundos depois do Equador desperdiçar a chance da vitória com Enner Valencia.

O mesmo Valencia abriu o placar de cabeça aos 22 minutos do primeiro tempo, após uma cobrança de falta na ponta esquerda.

No segundo tempo, Admir Mehmedi, que entrou em campo no intervalo, empatou o jogo, também de cabeça, logo aos três minutos após uma cobrança de escanteio.

Início complicado

O início da partida foi muito complicado, com as duas equipes tentando dominar o jogo e a Suíça com um esquema bastante defensivo.

Os primeiros 15 minutos também foram marcados por longas filas do lado de fora do estádio Mané Garrincha e pelas reclamações dos torcedores sobre a burocracia na entrada.

O técnico equatoriano, Reinaldo Rueda, treinou sua equipe para tentar atrair a Suíça ao seu campo e explorar os contra-ataques, mas os europeus demonstraram cautela.

Velocidade equatoriana Os equatorianos passaram a explorar a velocidade, com destaque para Jefferson Montero e Enner Valencia.

E foi justamente Valencia que sofreu uma falta de Lichtsteiner na ponta esquerda aos 21 minutos.

Walter Ayoví levantou na área, Djourou ficou parado e Enner Valencia subiu sozinho na pequena área para abrir o placar.

A Suíça reagiu bem e tentou chegar ao empate com um bom toque de bola, enquanto o Equador passou a tentar explorar os contra-ataques, sem sucesso.

Suíça no ataque

Após o resultado negativo no primeiro tempo, Hitzfeld trocou Stocker por Admir Mehmedi, mandou o time para o ataque e foi premiado.

Aos três minutos, em seu primeiro toque na bola, Mehmedi, do Freiburg alemão, completou de cabeça uma cobrança de escanteio e empatou a partida.

O Equador sentiu a pressão e passou a marcar com mais violência. O atacante Caicedo levou um cartão amarelo.

A Suíça pressionava, mas pecava na definição. Aos 27 minutos, Shaqiri (Bayern de Munique) entrou na área adversária, mas perdeu o melhor ângulo de chute e finalizou para fora.

O jogo seguiu equilibrado, mas Hitzfeld decidiu tentar uma cartada final e colocou Seferovic em campo aos 30 minutos.

Aos 47 minutos, Enner Valencia recebeu a bola na marca do pênalti da área suíça, mas demorou para finalizar e foi desarmado. No contra-ataque, Shaquiri avançou e tocou para Rodríguez, que cruzou da esquerda para o gol decisivo e emocionante de Seferovic no último lance da partida.

Pela segunda rodada, os suíços voltam a campo no dia 20 de junho para enfrentar a França em Salvador. No mesmo dia, os equatorianos encaram Honduras em Curitiba. Fonte: AFP

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