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Remo Gysin: “Devemos nos comprometer com a mobilidade internacional”

Remo Gysin, nouveau président de l'OSE, a été élu le 14 août 2015 à Genève. Philipp Zinniker

O novo presidente da Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE) tem como objetivo reforçar a mobilidade internacional. Remo Gysin critica a suspensão em curto prazo do voto eletrônico em nove cantões, uma decisão do governo federal helvético

O novo presidente da Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE) tem como objetivo reforçar a mobilidade internacional. Remo Gysin critica a suspensão em curto prazo do voto eletrônico em nove cantões, uma decisão do governo federal helvético

swissinfo.ch: Quais serão suas prioridades como representante da OSE nos próximos anos?

Remo Gysin: Em primeiro lugar, as eleições federais que devem ocorrer em breve. Depois, o voto eletrônico. Em relação ao tema, estamos preocupados com os atuais acontecimentos. Também teremos as comemorações do jubileu em 2016. Eu estou muito feliz com isso.

Biografia

Nascido na Basileia (norte da Suíça), o economista e consultor de empresas foi membro do Executivo da Basileia-cidade de 1984 a 1992. Membro do Partido Socialista, foi deputado-federal de 1995 a 2007. Remo Gysin foi um dos promotores da adesão da Suíça às Nações Unidas e participou de missões internacionais como observador eleitoral. Ele é membro da Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE) desde 2001 e foi nomeado presidente da organização em 14 de agosto de 2015.

As relações dos suíços do estrangeiro com os bancos suíços são um outro tema atual. Desde a crise financeira, os bancos se mostram relutantes em relação a essa comunidade. Inúmeros suíços do estrangeiro foram obrigados a fechar as suas contas. Praticamente nenhum banco mais se dispõe a facilitar as relações bancarias com eles. Sem uma conta bancaria, hoje uma necessidade imperativa, nós nos tornamos absolutamente dependentes. 

Outro tema importante: como é possível desenvolver a mobilidade internacional de forma geral? Para nós esse é um tema essencial. Isso não diz respeito somente à Europa, mas ao mundo inteiro. Devemos trabalhar a questão intensivamente. É um dos nossos principais objetivos. 

São várias questões abordadas nessa área, inclusive também o aconselhamento aos que retornam à Suíça. Estamos refletindo em como lidar com isso. Todos os aspectos ligados aos seguros sociais são também muito importantes. 

swissinfo.ch: Os suíços do estrangeiro são muitas vezes apresentados como “embaixadores da Suíça”. O que isso significa ao seu ver hoje em dia?

R.G.: A Suíça não está sempre em uma situação confortável. Por vezes ela se parece como uma ilha. Debatemos não apenas o lugar que o país ocupa na Europa, mas também no mundo. Nesse contexto, os suíços do estrangeiro têm um papel muito importante a cumprir. 

Os expatriados se mostram muito ativos em nível cultural. E eles também desempenham papeis de destaque em nível econômico e político. Individualmente, os suíços do estrangeiro não representam somente interesses privados, mas, queiram ou não, também um pouco do seu próprio país. Por isso não considero exagerado denominá-los embaixadores. 

swissinfo.ch: O tema da participação política do cidadão será debatido no congresso. Ao mesmo tempo, o governo federal interrompeu o voto eletrônico em nove cantões. Como o senhor considera essa decisão?

R.S.: De um lado, a questão da segurança tem certamente sua importância. Todavia a cronologia desse caso continua sendo incompreensível para mim. Alguém fracassou fortemente nesse ponto. Do meu ponto de vista, não podemos tomar uma decisão dessa amplitude em um espaço tão curto. 

Do outro lado estou de acordo que não possamos lançar um instrumento que não é totalmente seguro. Mas nós temos o exemplo de Genebra, que foi adotado em três cantões e que mostra ser possível colocá-lo em prática. Acreditamos nesse sistema. Resumindo: espero que haja novas reflexões que conduzirão a um sistema mais seguro. Em longo prazo, isso será um êxito para todos. 

swissinfo.ch: O presidente demissionário, Jacques-Simon Eggly, 73 anos, ressaltou o rejuvenescimento da OSE. Porém o senhor também tem 70 anos…

R.G.: Também faço parte do grupo que aposta nos jovens. Discutimos sobre isso. Eu teria voluntariamente cedido o meu lugar aos jovens. Mas infelizmente não houve nenhum representante deles dispostos a assumir o cargo.

Eu quase fui obrigado a me candidatar. Porém o fiz com alegria e fico muito agradecido pelo resultado. Acabo de começar o trabalho e não gostaria de já falar no fim. Seguramente não irei permanecer no posto até os 92 anos…

Adatpação: Alexander Thoele

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