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Roubando a cena de Trump em Davos

Homem arrumando uma poltrona no palco do WEF
Estadistas, líderes internacionais, empresários e até escritores encontram-se todos os anos no vilarejo alpino para discutir os problemas do mundo. Keystone/Laurent Gillieron

Quando uma das personalidades mais controversas do mundo entra em cena, a atmosfera fica inevitavelmente tensa. Tendo em mente o tema "Criando um Futuro Comum em um Mundo Dividido"do Fórum Econômico Mundial de Davos desse ano, não haveria melhor forma de abrir os debates do que com a chegada do presidente americano Donald Trump.

“Nosso mundo está fraturado pela crescente competição entre as nações e pelas divisões dentro das sociedades”, disse Klaus Schwab, o fundador do Fórum Econômico MundialLink externo (World Economic Forum, WEF) em uma entrevista coletiva antes do início do evento. Ao juntar no mesmo evento políticos influentes, líderes do mundo dos negócios e figuras de alto perfil da sociedade civil, o WEF espera “superar essas fraturas” e “melhorar o estado do mundo”.

Essa será a quadragésima oitava sessão do evento que acontece anualmente em Davos, e a mensagem de Schwab ecoa sua mensagem de anos anteriores. Mais uma vez o WEF assumiu a tarefa aparentemente impossível de tentar resolver a lista sem fim de possíveis desastres globais.

O que é o Fórum Econômico Mundial de Davos (WEF)

O evento aconteceu pela primeira vez em 1971 sob o nome de Fórum Europeu de Administração (European Management Forum). Seu objetivo era promover o intercâmbio entre líderes de negócios da Europa e dos Estados Unidos.

A mudança de nome ocorreu em 1987. Seus encontros de alto nível sempre tiveram Davos como pano de fundo, exceto em 2002 quando o fórum aconteceu em Nova Iorque em solidariedade com os Estados Unidos depois dos ataques terroristas de 11 de setembro do ano anterior. 

Neste ano, o eventoLink externo terá 3.000 delegados entre políticos de alto nível, líderes de negócios e representantes da sociedade civil, bem como representantes da cultura, tecnologia, ciência, religião e universidades.

O primeiro ministro indiano, Marendra Modi, fará o discurso de abertura enquanto o presidente americano, Donald Trump, fará o discurso de encerramento.

Quando uma das personalidades mais controversas do mundo entra em cena, a atmosfera fica inevitavelmente tensa. Tendo em mente o tema do Fórum Econômico Mundial desse ano sob o tema “Criando um Futuro Comum em um Mundo Dividido”, não haveria melhor forma de abrir os debates do que com a chegada do presidente americano Donald Trump.

“Nosso mundo está fraturado pela crescente competição entre as nações e pelas divisões dentro das sociedades”, disse Klaus Schwab, o fundador do  WEF em uma entrevista coletiva antes do início do evento. Ao juntar no mesmo evento políticos influentes, líderes do mundo dos negócios e figuras de alto perfil da sociedade civil, o WEF espera “superar essas fraturas” e “melhorar o estado do mundo”.

Essa será a quadragésima oitava sessão do evento que acontece anualmente em Davos, e a mensagem de Schwab ecoa sua mensagem de anos anteriores. Mais uma vez o WEF assumiu a tarefa aparentemente impossível de tentar resolver a lista sem fim de possíveis desastres globais.

Até mesmo o país anfitrião, a aparentemente sólida Suíça, tem sofrido com a turbulência desse mundo fraturado. Tendo sido forçada pelos EUA a abandonar o seu estimado segredo bancário em anos recentes, A Suíça agora tenta encontrar seu lugar no futuro ao lado da União Europeia, também fraturada depois do Brexit. 
 
O encontro do WEF não se esquiva de abordar temas difíceis e se empenha em formular uma longa lista de temas para discussão: de zonas de conflito a problemas climáticos, da crise de refugiados ao estado da economia passando pelo impacto da tecnologia digital.

Penetras no palco

Medir os resultados das conferências de Davos é, no entanto, difícil. Para isso seria necessário contar todos os apertos de mão ocorridos atrás de portas fechadas no labirinto que é o centro de convenções. E depois contar todos os compromissos que foram efetivamente honrados.
Mas não é isso que importa em Davos. A estação de esqui está se preparando agora para sua semana mais movimentada no ano, quando a atenção da mídia e bilionários de todo o mundo convergem para a cidade.

Além do perímetro de alta segurança em torno do centro de convenções, Davos vai mudar tanto em aparência quanto em caráter. Lojas, escritórios e cafés foram alugados por companhias internacionais ou outras organizações que anunciam sua presença com grandes e coloridas faixas publicitárias. Ao que parece, nenhum paíse quer perder a chance de ser visto. 

Outros atores internacionais também estão se preparando para penetrar no palco global erigido pelo WEF. Nos últimos anos, um número crescente de eventos tem surgido em torno do centro de convenções.

O mais grupo mais notável é formado por startups e empresários do setor de fintech ( tecnologia financeira), a nova onda tecnológica que pretende mudar como o mundo vê e lida com a finança. Desenvolvedores e investidores no blockchain (cadeia de blocos, em inglês ), o protocolo de confiança para operações com criptomoedas via internet, não correspondem ao perfil tradicional dos convidados do WEF.

A última palavra

Eles preferem acampar em uma igreja localizada próximo ao centro de convenções para pregar a revolução tecnológica e ocasionalmente encontrar os banqueiros tradicionais escondidos dentro do centro de convenções.

Este ano, um grupo de “anarquistas” das criptomoedas deu um passo além e estabeleceu um “WEF alternativo”, que acontecerá anualmente uma semana antes do evento de Davos na cidade vizinha de St. Moritz. A primeira “Conferência de Criptofinança” espera mesclar projetos de ponta em finança digital com os mais dinâmicos e arrojados investidores privados.

Alguns desses investidores seguirão então para Davos para fechar mais negócios. E enquanto estiverem lá, eles poderão assistir ao discurso de encerramento feito por Donald Trump. Enquanto alguns podem achar estranho que Trump não faça o discurso de abertura, outros não se surpreendem que ele tenha a palavra final. 

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O que é o WEF?

Este conteúdo foi publicado em Quanto custa, quem paga e para que serve o encontro realizado anualmente no vilarejo alpino de Davos. (SRF/JH/swissinfo.ch)

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Adaptação: Danilo v.Sperling

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