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Fraude eletrônica é risco para os bancos suíços

Cuidado com a máfia cibernética! jokerphoto

A Suíça é o país mais afetado do mundo por mensagens não-solicitadas (spam). Muitas delas tem o objetivo de roubar informações confidenciais dos clientes dos bancos eletrônicos.

Instituições financeiras, governo e polícia trabalham na matéria, mas o melhor caminho para evitar fraudes é a prudência dos usuários.

A internet, o correio eletrônico e mais tarde o “online banking” criaram um paraíso para muitos usuários do sistema financeiro internacional.

Contudo, mesmo com equipes e sistemas de segurança das instituições financeira altamente rigorosos, a praça financeira suíça e o governo helvético estão cada vez mais preocupados com a questão dos spams e o risco que ela implica par a clientela dos bancos.

Em abril de 2007, entrou em vigor na Suíça uma nova lei das telecomunicações prevendo multas altas para quem envie e-mails em grande quantidade com mensagens publicitárias não-solicitadas e prisão pelo roubo de informações de clientes dos bancos.

Mas o pesadelo está apenas no início …

A Suíça no topo

Segundo a MessageLabs, empresa norte-americana líder de serviços de segurança para correio eletrônico, 75% das mensagens eletrônicas enviadas diariamente no mundo são puro lixo: publicidade, proselitismo político, notícias e serviços não solicitados, colocando em risco toda a rede.

O maior perigo são as armadilhas que os ciberpiratas utilizam para roubar informações confidenciais dos internautas.

Nos últimos meses, a Suíça tornou-se o país mais afetado por esse fenômeno. “Os delinqüentes da web são cada vez mais hábeis e capazes de aceder, através das conexões de alta velocidade, aos bancos de dados das grandes empresas e das instituições financeiras, e a Suíça é especialmente interessante pelo tamanho e pela rentabilidade de suas empresas”, afirma a MessageLabs, com base em suas próprias estatísticas sobre pirataria eletrônica em julho.

A seu ver, durante o sétimo mês do ano, 84,2% dos e-mails que circularam na Suíça foram spams, 9% a mais do que a média internacional.

Bancos em risco

Seria simples apagar ou ignorar os e-mails recebidos fosse uma solução para as mensagens contendo spams. Trabalhoso, mas simples.

No entanto, os piratas cibernéticos vão mais longe. Nos últimos sete anos, eles se especializaram cada vez mais em utilizar informações confidenciais e roubar senhas de acesso aos serviços bancários por internet.

A Central Suíça de Registro e Análises para a Segurança da Informação (Melani) trabalha na proteção dos usuários da rede, porém, a sofisticação dos piratas é cada vez maior.

Eles descobrem os clientes dos bancos e infectam seus computadores para obter os dados. Segundo a Melani, as investigações são constantes e a polícia suíça tem uma unidade especializada nesses crimes. Porém, atualmente a maior parte dos “ataques” vem do estrangeiro e exige a colaboração de outras polícias, e isso nem sempre ocorre.

Na prática, o fenômeno custa cerca de 800 milhões de francos por ano à Suíça, um prejuízo que cresce 10% ao ano.

Como funciona

É impossível descobrir as formas utilizadas para a fraude bancária eletrônica porque elas mudam constantemente.

Contudo, a mais freqüente é contatar o cliente através de um e-mail com aparência autêntica, inclusive com o logotipo e as informações gerais do banco, prática conhecida como ataque de phishing.

A mensagem desses e-mails contém um link para o qual o cliente deve enviar os dados a fim de atualizar seu cadastro.

Os piratas pegam a informação enviada de boa fé e saca o dinheiro da conta. Freqüentemente avisam os clientes de que sua conta será desativada durante 12 ou 24 horas, para “atualização” dos dados, tempo de sobra para os criminosos agirem tranqüilamente, informa a Melani.

Outra maneira, mais sofisticada, consiste em enviar um e-mail de aparência inocente, com alguma notícia recente, petição para ser assinada ou uma campanha de uma ONG, etc. O usuário abre o e-mail e depois fecha, mas ao abri-lo instala-se automaticamente um programa capaz de detectar posteriormente toda operação e informação confidencial que o cliente utilize numa operação bancária.

Este problema afeta na Suíça 125 mil pessoas por ano e os roubos giram em torno de 1,6 milhão de francos suíços.

Mesmo se a polícia investiga, a melhor maneira de combater os criminosos é ter cuidado ao receber e-mails suspeitos.

swissinfo, Andrea Ornelas

O termo spam, abreviação em inglês de “spiced ham” (presunto condimentado), é uma mensagem eletrônica não-solicitada, quase sempre publicidade, enviada em massa.

O meio mais utilizado para o seu envio é o correio eletrônico, mas também os SMS, fóruns, blogs e motores de busca são alvos de ataques de spam.

A palavra phishing, uma corruptela do verbo inglês fishing (pescar, em português), é utilizada para designar alguns tipos de condutas fraudulentas que são cometidas na rede, como o roubo de contas bancárias por fraudes através de e-mail.

Estima-se que em 2008 as fraudes bancárias eletrônicas totalizem 7,5 milhões de francos suíços em todo o mundo.
Na Suíça, 402 bancos têm serviços por via eletrônica.

Jamais abra anexos dos e-mails cuja procedência não seja 100% conhecida por você.

Não instale programas piratas em seu computador porque eles podem conter elementos para captar suas informações confidenciais.

Se ao conectar-se com seu banco vier a mensagem “error”, desconecte e contate o serviço técnico do banco.

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