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Lugano – Suíça com sotaque italiano

Lugano é a maior cidade do cantão Tessin e orgulha-se do seu clima ameno e suas palmeiras (foto: swiss-image.ch) swissinfo.ch

Lugano é a maior cidade do cantão de Ticino, na fronteira com a Itália. Seu clima ameno e suas palmeiras lembram muito mais uma metrópole mediterrânea do que uma cidade suíça.

No verão, suas ruas enchem-se de turistas italianos e alemães.

Lago translúcido, montanhas, parques floridos, clima deliciosamente ameno. A descrição é de Lugano, lugarejo suíço plantado na província de Ticino, bem na divisa com a Itália. Terra onde as paisagens vislumbradas a cada passo mais parecem quadros de Cézanne – A Baía de L’Estaque, talvez –, e que guarda para outubro agenda multicor, com Festival Internacional de Marionetes, concertos da Settimane Musical e Festa do Outono, verdadeira celebração da cultura local, com comidinhas típicas e apresentação de grupos folclóricos.

Da vizinha Itália, Lugano absorveu os vinhos, a arquitetura, o jeitão expansivo do povo e a descontração que lhe rendeu a alforria da metódica precisão suíça.

Mas a cidade também não nega a pátria à qual pertence, recheada de chocolates divinos, boas relojoarias e respeito aos horários, cidadãos e meio ambiente. O cartão-postal da região é o Lago Lugano, com imperdíveis passeios de barco, e os montes Bré e San Salvatore, um de cada lado. Em ambos, dá para pegar um teleférico até o cume e descer em caminhadas por parques bem sinalizados. A vista do alto é daquelas para não se esquecer jamais.

Foram os dotes naturais que, somados à abertura da linha férrea de St. Gotthard, fizeram da cidade medieval um pólo turístico desde a segunda metade do século 19.

Pelas ruas do Centro de Lugano, carros não passam; em compensação, não faltam turistas, especialmente alemães. Jardins estão por todos os cantos – são pelo menos 11 os parques da região. Um dos mais bonitos é o San Grato Botanical Park, com 62 mil metros quadrados e o orgulho de cultivar uma enorme variedade de azaléias.

A pedida, então, é dar um pulo em uma das lojas do Centro – as da família Gabbani são um delírio, vendendo de pães, queijos, salames, vinhos e até flores –, arrumar tudo numa cestinha e relaxar com um piquenique em uma das áreas verdes locais.

O roteiro cultural também pede uma conferida. A Catedral de São Lourenço, padroeiro da cidade, é das mais conhecidas atrações, com portal renascentista, ricos altares e belas pinturas sacras. Sem falar nos museus – os mais interessantes são o Museu Cantonal e a coleção Thyssen-Bornemisza, com obras de Renoir, Klee e Rossi.

À noite, o lugar assume sua porção boêmia e oferece ao visitante as opções de arriscar a sorte no Cassino Lugano, ir a um piano bar (a cidade tem porções deles) ou boate. É só escolher.

É bom reservar um dia da viagem para explorar os arredores de Lugano. Os melhores passeios são os que podem ser feitos a pé ou de bicicleta. Não faltam lugarejos riquíssimos em belezas naturais e históricas.

Música clássica e marionetes

Com tantas atrações permanentes, Lugano nem precisaria oferecer uma programação muito intensa; a chegada do outono, porém, parece inspirar o alegre povo daquela terra, que preparou para o início da estação cardápio variado de atividades.

De 24 de setembro até 9 de outubro, Michel Poletti dirige o Festival internazionale delle marionette, que reúne apresentações com os simpáticos bonecos de diferentes partes da Europa. Na abertura do festival, por exemplo, vai para o palco Pavel Vangeli, marionetista e ator, da República Tcheca. Em 8 de outubro, é a vez de Stephan Blinn, da Alemanha, e, no dia seguinte, apresenta-se o grupo belga Théâtre des 4 Mains. Tanta diversidade garante que cada apresentação tenha estética e formas de contar uma história peculiares, em enredos como A Bela e a Fera, Aladim e a lanterna mágica e Cabaré de marionete. Uma graça.

De 30 de setembro a 2 de outubro, os matizes locais acentuam-se e tornam Lugano ainda mais irresistível. É a Festa do Outono, que enche as ruas com os aromas da gastronomia do Ticiano e com os sons de músicas folclóricas. Tudo regado a muito vinho, produzido na região. E dá-lhe polenta com carne cozida ou feijão e porco assado, minestrone, risoto, nhoque…

Em outubro, também, é dada continuidade à 14ª edição das Semanas musicais de Lugano, evento que desde julho leva à cidade orquestras interpretando desde os clássicos mais eruditos até música popular e mesmo tangos. No dia 2, por exemplo, o violonista Riccardo Pierini, acompanhado de Simonetta Tancredi ao piano, executará óperas de Prokofiev, além de peças de Schumann e Ravel. A programação das Semanas se estende até o dia 28.

swissinfo, Aline Duque Erthal

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