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Luxo na maior feira de relógios e jóias do mundo

Reflexo de estande na Baselworld mostra visitantes da feira. Keystone

Mais de dois mil expositores de relógios e jóias de todas as partes do mundo exibem seus produtos em estandes luxuosos na versão atual da Baselworld. Mais de 100 mil pessoas devem peregrinar pelos corredores, onde o show fica por conta do design e do luxo.

Empresas e designers brasileiros e portugueses também estão presentes com suas próprias criações.

O luxo e o estilo fashion da Baselworld, maior feira de relógios e jóias do mundo que ocorre em Basiléia, não se restringem aos estandes. As ruas da cidade estão mais cheias. Os hotéis lotados. Nos bondes, ouvem-se diferentes idiomas nas conversas de pessoas elegantemente vestidas. O estilo discreto do basileense, que não gosta de ostentação, deu lugar à exuberância das marcas. Pelo menos até quinta-feira, dia 10, quando terminará a mostra.

São 2087 expositores de relógios e jóias de 45 países. Exibem seus produtos em estandes luxuosos numa área de 160 mil metros quadrados. Mais de 100 mil pessoas devem peregrinar pelos corredores, onde o show fica por conta do design e do luxo. Estandes enormes, com efeitos especiais, mostram peças com diamantes, pedras preciosas e muita tecnologia.

Ponteiros suíços

A maioria dos expositores é européia, com ocupação de 82% da feira. A Suíça é o maior grupo, com 46,4% da área. Depois vêm os italianos, em 10,4%, seguidos dos alemães e dos franceses. A Ásia é outro grupo importante, espalhado em 12% da área total.

A crise econômica internacional que tem sacudido muitos setores não alterou os ponteiros da precisa relojoaria suíça. O país exportou 16 bilhões de francos, com um crescimento de 16,2% em relação ao ano anterior. Na Rússia cresceram 57,4% e na China 43%. O grupo suíço ocupa grande área da exposição no pavilhão 1. Além de exibir o luxo nas peças exclusivas cobertas de diamantes, o grupo mostra a qualidade da tecnologia. Sistemas que mantêm os relógios intactos a 3.900 metros de profundidade, por exemplo, como um dos modelos da Rolex.

Versão brasileira

Ao todo o Brasil participa com 16 expositores. Cinco deles no luxuoso pavilhão 2 como Antonio Bernardo, Brumani, Carla Amorim, Denoir e FR Hueb. As outras 11 expositoras ficaram no pavilhão 6. A HStern está no novo espaço Baselworld Palace. “Essa feira é uma celebração do nosso trabalho no mercado internacional”, diz Cristina Abdala, da FR Hueb. “Apresentamos um design leve que tem a influência da modernidade de Niemeyer no trabalho de Carla Amorim, que é brasiliense”, explica Kelly Amorim.

“O uso de pedras coloridas tem aumentado e isso é muito bom para nós”, diz Eduardo Brüner, da Brumani. Com uma coleção luxuosa, Brüner explica que o conceito de pedras semipreciosas está obsoleto. “Trabalhamos hoje com uma graduação de preciosidade e acho que o Brasil pode crescer muito nesse mercado”,diz Brüner.

O lançamento da marca Enlightened – swarovski Elements comprova a tese. A marca incorpora em sua coleção pedras preciosas e mostra peças especiais no Baselworld Palace, local onde está a brasileira HStern, além de outras marcas, como Kenzo e Paris Hilton.

Além das pedras, o design brasileiro tem impressionado o mercado. Em um concurso da Antwerp World Diamond Centre, por exemplo, entre os mais de 1300 concorrentes do mundo, seis finalistas foram brasileiras. “É a segunda vez que fico classificada e acho que o Brasil será referência em design em pouco tempo”, diz Eliania Rosetti, que apresentou um bracelete em ouro e madeira. “Estar entre os melhores é o reconhecimento de nosso trabalho”, conta a classificada Ruth Grieco.

Casas portuguesas

Ao todo são quatro empresas portuguesas: Goms Jewelry, Manuel Alcino, Monseo e Topazio. “É uma oportunidade de mostrar meu trabalho para outros mercados e de solidificar a minha marca”, diz Rui Gomes. Todas suas peças têm movimentos e apresentam um design sofisticado. Um dos anéis, por exemplo, só revela as pedras quando colocado no dedo. É um design arrojado e sofisticado.
Cantinho e violão

Ao deixarem a feira, os visitantes encontram vários bares montados para uma happy hour e, quem sabe, mais negócios. No lounge do Palace, o alemão Marcos Schmidt e a brasileira Betina Ignacio brindam os convidados com uma música ambiente relaxante: a bossa nova. Ele aprendeu percussão na Bahia, e ela estudou música em Strasbourg. O resultado já deu origem a um CD e a vários shows do grupo Bê. “Gosto de cantar e esses eventos são bons para mostrarmos nossa música”, diz Betina.
Baladas

Todas as noites, os visitantes que conseguiram hotéis na cidade – muitos deles estão hospedados nos arredores de Basiléia – aproveitam as baladas. São festas de empresas ou mesmo no espaço Village, ligado à feira. Lá há quatro diferentes ambientes: Champagner-Gondel, Baracca Zermatt, Acqua e Kuppel. Os estilos de música variam do rock ao goa, passando pelo axé. No último fim de semana, todos os bares estavam lotados até as duas horas. O sucesso confirma o estudo do Basel Economics de que no ano passado a feira trouxe um lucro de 1,2 bilhões para a cidade. Até 2012, o complexo da feira será ampliado para acomodar melhor expositores e visitantes. É verdade que terão de ter o aval da comunidade para isso. Mas os números parecem convincentes.

swissinfo, Lourdes Sola

Aquarela, Brazil Exports Gems, Brüner, Duarte & Bastos Ltda, JS Gems, Manoel Bernardes Ltda, Manoel Nogueira, Pinkstone, Stone World e Vianna.

O acesso a Basel é extremamente fácil. Apenas a dez minutos da cidade, o EuroAirport dispõe de uma ligação ao aeroporto internacional. Os caminhos-de-ferro também possuem uma rede de trajectos bastante alargada e os transportes públicos levam-no rapidamente a todos os locais.

MCH Messe Schweiz (Basel) AG
Messeplatz
CH-4005 Basel
Suíça

Horários:
Diariamente das 9 às 18 horas, no último dia das 9 às 16 horas.
O Salão também está aberto ao público durante todo o período de exposição.

Entradas:


Bilhete de um dia: CHF 45.-
Estudantes: CHF 30.-
Bilhete livre-trânsito: CHF 120.-
Crianças (até aos 12 anos) acompanhadas por adultos: grátis

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