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Medo da escola ganha dimensões assustadoras

Colegial tentando resolver uma tarefa escolar. Keystone

Na Suíça, anualmente 33 mil crianças recebem tratamento psicológico por causa do medo de frequentar a escola.

Dez por cento dos alunos do país dizem temer a pressão por desempenho ou o mobbing (assédio coletivo contra uma pessoa). As consequências são notas baixas, faltas e depressão.



É o que mostra um estudo divulgado pelo jornal SonntagsZeitung. Segundo o semanário, 10% das crianças matriculadas na Suíça – portanto, cerca de 79 mil – têm medo da escola.

“Alunos mais jovens frequentemente sofrem sob a pressão das expectativas de seus pais ou não querem ficar longe de suas mães”, explica Jürg Forster, diretor do serviço psicológico da cidade de Zurique.

“Além disso, crianças com pouca competência social tendem mais a ter medo da sala de aula”, acrescenta. A consequência é que, às vezes, passam mal ao chegar à porta da escola ou tentam se esconder.

Adultos depressivos



Já colegiais mais velhos temem principalmente o mobbing, as provas e a notas ruins. Num estudo anterior, 7% dos alunos com 13 anos admitiram que de vez em quando faltam à escola por desses medos.

Estudos científicos recentes, citados pelo semanário, apontam que crianças medrosas resultam em pessoas depressivas quando atingem a idade adulta. Por isso, muitas vezes, a única saída é a terapia.

Segundo o Departamento Federal de Estatísticas, em 2007, seis vezes mais alunos com menos de 14 anos foram internados em clínicas psiquiátricas do que há dez anos.

Segundo um estudo realizado em 2006 pela professora Margrit Stamm, da Universidade de Friburgo, cerca de 50% dos alunos suíços faltam de propósito às aulas pelo uma vez durante a vida escolar. Esse índice é superior à média internacional.

Um terço dos alunos faz isso de vez em quando, isto é, pelo menos uma vez em cada seis meses. Quase 5% faltam mais de cinco vezes por meio ano sem qualquer justificativa plausível.

Segundo o pesquisador Klaus Schmeck, diretor da Clínica Psiquiátrica Juvenil e Infantil de Basiléia, estudos europeus mostram que cerca de 10% das crianças de um ano escolar enfrentam problemas relacionados a fobias.

As causas principais, na opinião de Schmeck, são transformações sociais: menos famílias estáveis, mais mães ou pais solteiros, crescente mobilidade, esfacelamento das redes sociais.

swissinfo com agências

Após o jardim de infância facultativo, aberto às crianças de 4 a 6 anos, começa a escolaridade obrigatória. Esta subdivide-se num grau primário, que dura de 4 a 6 anos conforme os cantões, seguida do grau secundário I (que pode ser um “ciclo de orientação”) de 3 a 5 anos.

Formação Obrigatória

O grau secundário II apresenta estruturas mais homogêneas. Os jovens recebem a formação profissional em escolas profissionais e em empresas. Terminado o aprendizado, podem aspirar a uma graduação técnica, comercial, artesanal, artística e técnico-agrícola, numa escola profissional superior.

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