Perspectivas suíças em 10 idiomas

Miss Suíça vem do cantão Tessin

Christa Rigozzi recebe a coroa da predecessora Lauriane Gilliéron. Keystone

Christa Rigozzi, uma bela ticinense de 23 anos originária de Monte Carasso, foi escolhida no sábado entre quatorze concorrentes como Miss Suíça 2006.

Ao contrário da maioria dos países europeus, o concurso de beleza é organizado na Suíça por uma associação de mídias, cujo principal objetivo é apresentar uma imagem aberta e moderna do país.

“Eu estou ao mesmo tempo feliz e muito emocionada”, declarou Christa Rigozzi nos três idiomas nacionais, depois de ter sido escolhida como a mulher mais bonita do país no concurso de Miss Suíça, realizado em Genebra na noite de sábado (9 de setembro).

A bela e esguia loura chegou a chorar ao receber a coroa de flores da sua predecessora, a suíça francófona Lauriane Gilliéron. Sem conter o nervosismo, ela ainda afirmou: – “Para mim, esse é o fim de uma nova vida”.

Em segundo lugar ficou outra ticinense, mas de origem russa, Xenia Tchoumitcheva, e Sabine Heierli, originária de Teufen, no cantão de Argóvia.

Sucesso sem precedentes

A ex-Miss Lauriane Gilliéron, que entregou sua coroa no sábado à noite, ganhou mais de meio milhão de francos graças ao seu título. Esse montante é o mais elevado já recebido por uma Miss e também uma prova de que os concursos de beleza se transformaram num sucesso comercial.

Graças à escolha de Lauriane Gilliéron no ano passado – a primeira Miss Suíça originária da parte francesa do país – o concurso atingiu uma popularidade sem precedentes, como mostram os números de audiência da TV.

A revista econômica em alemão “Bilan” utilizou o rosto da ex-Miss Suíça numa das suas capas, ilustrando a reportagem sobre personalidades da parte francófona do país que se destacaram pelo sucesso na sua área de negócios.

Lauriane Gilliéron foi motivo de orgulho para o seu país natal ao ficar em terceira colocação no concurso de Miss Universo 2006, a mais elevada posição já alcançada por uma mulher suíça. A beldade recusou, porém, os inúmeros convites para posar nua como os feitos pelas revistas “Hustler” e sua concorrente, a “Playboy”.

Beleza assumida

“Lauriane não se desculpa por ser tão bonita. Ela é ambiciosa e cultiva uma relação sem complexos com o mundo”, revela Christophe Passer, redator-chefe da “L’Illustré”.

A publicação especializada em assuntos de sociedade é um dos patrocinadores do concurso. “Desde que foi criado há algumas décadas, os organizadores do Miss Suíça conseguiram dar uma roupagem moderna e atraente para o evento, sobretudo graças à televisão”, declara.

Para o jornalista, também o público já está vendo com outros olhos esse tipo de concurso. “Hoje em dia as pessoas já não têm vergonha de participar do Miss Suíça ou de outros concursos parecidos. Todos querem tentar suas chances, como mostra o sucesso de programas como o ‘Procura-se um pop star’, o equivalente francês do famoso ‘Star Academy'”.

Curiosamente o apreço do público pelos concursos de misses difere de país para país. “Na Itália ninguém dá a bola para eles”, resume o antropólogo Fabrizio Sabelli, lembrando que nos anos 60 a maioria das estrelas do cinema transalpino haviam sido descobertas através de concursos de miss.

“A paixão dos suíços por esse tipo de evento tem algo de anacrônico, mas explica-se por algumas características especiais dos suíços”, reflete.

Vontade de existir por procuração

“Muitos cidadãos do nosso país gostariam de participar da aventura planetária”, explica Fabrizio Sabelli, enquanto o governo suíço, da sua parte, não quer ou não pode se engajar ativamente na cena internacional e continua a cultivar uma atitude passiva ditada pelo contexto econômico e estratégico.

Ao apoiar publicamente a Miss Suíça, estrelas helvéticas como o tenista Roger Federer, os jogadores suíços de futebol ou os membros da equipe Alinghi, campeões de vela da Copa América, mostram que os suíços precisam ter o sentimento de existir por procuração, fora das suas fronteiras, como avalia Sabelli, um conhecido “psiquiatra” da mentalidade suíça.

“Mulheres como a nossa misses representam uma nova imagem do país. Elas participam do nosso marketing, quase como um produto de exportação, mostrando que estamos sintonizados com o mundo globalizado”, conclui Fabrizio Sabelli.

swissinfo, Frédéric Burnand

No concurso de Miss Universe participam as mulheres mais bonitas do mundo. Elas devem ter idades entre 18 e 25 anos. O concurso é realizado desde 1926, sendo organizado hoje em dia pela rede americana de televisão NBC.

Atualmente existem dois concursos mundiais de beleza feminina, que concorrem entre si: Miss Universo e Miss Mundo. Este foi criado em 1951 na Grã-Bretanha para estabelecer o biquíni como moda de roupa de banho.

O concurso de Miss Suíça é realizado no país desde 1976. Em 1988 a parte francesa também começou a participar.

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