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Nova Gazeta de Zurique comemora 225 anos

O n° 1 da Zürcher Zeitung, de 12 de janeiro de 1780. Keystone

Um dos jornais mais influentes da Suíça tem todas as razões para festejar.

O primero número da Neue Zürcher Zeitung foi publicado em 12 de janeiro de 1780, nove anos antes da Revolução Francesa. Hoje vende 155 mil exemplares na Suíça, tem mais de cinqüenta correspondentes no estrangeiro e uma edição internacional.

Em 1780, quando foi lançado, o jornal chamava-se Zürcher Zeitung. O “Nova” foi acrescentado somente … em 1821.

No início, a tiragem era de mil exemplares e já afirmava a tendência liberal, quando “Zurique ainda era dominada pelas corporações e pela aristocracia, que controlavam a informação”, escreve Conrad Meyer em seu livro “A Empresa NZZ 1780-2005”, agora publicado. Ele é o atual presidente do conselho de administração da NZZ.

Edição Internacional

A tendência liberal sempre foi mantida e, em 2003, em pesquisa feita em 50 países, a NZZ foi citada como o terceiro melhor jornal do mundo, depois do New York Times e do Financial Times.

O diário zuriquense tornou-se fonte indispensável para os meios políticos, econômicos e culturais na Suíça devido a prioridade absoluta dada à informação, descartando sistematicamente a emoção e a diversão, admitidas moderadamente apenas na edição dominical.

A NZZ procura sempre analisar e contextualizar a informação e tem um cuidado especial com a língua. É o único jornal suíço que tem uma edição internacional, impressa na Alemanha, onde vende 20 mil exemplares. A edição nacional tem tiragem de 155 mil exemplares.

Primazia do conteúdo

Como a primazia é a qualidade do conteúdo, a forma fica em segundo plano. Daí o aspecto sóbrio e quase arcaico do jornal.

Outra particularidade é o grande número de correspondentes – mais de cinqüenta -no estrangeiro. Por exemplo, mantém cinco jornalistas nos Estados Unidos, três em Berlim, três em Londres e três em Paris. O caderno extrangeiro da NZZ é considerado o melhor da Europa por muitos observadores.

Para manter a tradição liberal e a qualidade da informação, a empresa também tem uma administração particular. Desde que a sociedade anônima (SA) foi fundada, em 1868, ela é controlada pelo conselho de administração que nomeia o redator-chefe.

Os estatutos impedem que o jornal seja controlado por interesses particulares. O conselho de administração pode recusar a inscrição de um acionista, que só pode ser uma pessoa física, cidadão suíço, de espírito liberal. O máximo que cada acionista pode deter é 1% do capital.

Primeiras perdas

Em 2002, o jornal foi deficitário pela primeira vez (50 milhões de francos suíços). O presidente do conselho de administração, Conrad Meyer, conta que, na assembléia geral dos acionistas que ele qualifica de “legendária”, ninguém criticou o déficite e só houve preocupação em manter a qualidade redacional.

A situação foi sanada com corte de 10% do pessoal e os acionistas renunciaram temporariamente aos dividendos.

A continuidade também é uma constante na NZZ. O redator-chefe, Hugo Bütler, está no cargo há 20 anos e os editores há mais de 10, em média.

Muitos criticam a Neue Zürcher Zeitung por considerá-la muito próxima do Partido Radical (PRD) – de direita e um dos maiores do país – mas todos reconhecem a competência e a seriedade da informação estampada diariamente em suas páginas.

swissinfo, Claudinê Gonçalves.

– 155 mil exemplares: tiragem nacional

– 20 mil exemplares: edição internacional impressa na Alemanha

– 461,4 milhões de francos: faturamento do Grupo NZZ (2003)

– Lucro: 4,9 milhões (Grupo 2003)

– 1990 funcionários (Grupo 2003)

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