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O pôquer da Suíça com a União Europeia

Philip Schaufelberger

As relações da Suíça com a UE são uma questão permanente, tanto na política interna como na política externa. As manobras de retardamento da Suíça implicam um risco considerável de erosão das relações econômicas. Este é uma perigosa acrobacia da qual a Suíça também pode sair perdendo. 

Que a Suíça não queira aderir à UE, os referendosLink externo têm demonstrado isso claramente. Em vez disso, o governo suíço confia em acordos bilaterais que lhe garantam o acesso ao mercado interno da UE. No entanto, a UE só quer continuar nesta via bilateral se as questões institucionais forem esclarecidas num acordo-quadro. Na Suíça há resistência ao acordo-quadro proposto tanto à esquerda como à direita (por diferentes motivos).

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Gráfico

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O que pensam os partidos das relações entre a Suíça e a UE?

Este conteúdo foi publicado em As eleições federais ocorrem em 20 de outubro de 2019. Os acordos bilaterais firmados com a União Europeia (UE) já fazem parte das diferentes campanhas. Para descobrir o que pensam os mais importantes partidos, encontramos cinco membros da Comissão de política externa do Conselho NacionalLink externo (Câmara dos Deputados). Cada um dos parlamentares recebeu um minuto para…

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As negociações são difíceis. Até agora, a Suíça tem enrolado a UE. A estratégia da Suíça com a UE tem sido dividir o tema das negociações em partes separadas, diz o advogado suíço Jean RussottoLink externo, que presta consultoria a vários grupos de interesse em Bruxelas. O acordo-quadro é um bom exemplo de um tratado que contém várias facetas e questões específicas. “Tradicionalmente, a Suíça prefere desmontar estas peças e fazer um inventário cuidadoso antes de concordar com o todo.”

E: “Sob pressão, obtemos bons resultados.”

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Bandeiras da Suíça e da UE durante evento oficial em Berna

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Acordo Suíça-UE pode sair antes do fim do ano

Este conteúdo foi publicado em “Eu conheço as negociações. Se colocarmos os negociadores de ambos os lados em uma sala por dois dias, a coisa toda pode ser resolvida, pois já temos os projetos. Quando estamos sob pressão – e nós estamos – conseguimos fazer coisas boas. Mas, para isso, precisamos da vontade”, disse Russotto à swissinfo.ch. O advogado suíço está…

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Suíça ganha tempo 

A posição oficial do governo suíço no momento é que o Conselho Federal está lutando por um acordo institucional, mas – sob pressão política interna – exige melhorias na proteção salarial, nos benefícios estatais e nas normas de cidadania da UE.

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Ein Mann bimmelt mit einer Glocke

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Acordo-quadro Suíça-União Europeia: em que pé estamos?

Este conteúdo foi publicado em A Suíça é um dos poucos países europeus que não quiseram aderir à União Europeia (UE). Em 1992, o povo suíço também rejeitou a proposta de adesão ao Espaço Económico Europeu (EEE), o que teria permitido à Suíça ter acesso ao mercado único europeu sem ter que se tornar membro da UE. Contando com mais…

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“Muitos pontos precisam ser esclarecidos, ou negociados, após a votação da iniciativa de migração limitada, em 17 de maio”. Isso pode ser cansativo, mas a Suíça acredita que leva tempo para acertar tudo e que sua “tática do salame” está, em última análise, a seu favor. “Muitas vezes isso dá certo, mas o método nem sempre é apreciado pela UE”, diz Russotto. 

Segundo Russotto, a Suíça encontra-se neste momento num beco sem saída porque a nova Comissão Europeia rejeitou claramente as renegociações. “Pode-se perguntar se Jean-Claude Juncker não era um presidente mais flexível [do que Ursula von der Leyen, que é a nova presidente da Comissão Europeia desde dezembro de 2019]. Mas esta fase acabou e a nova normalidade não é muito atraente para a Suíça.

Perdedor das negociações bloqueadas

À primeira vista, a Suíça está indo bem com suas táticas protelatórias: se tudo ficar como está, ela terá acesso ao mercado interno da UE, ao mesmo tempo mantendo a sua soberania. “Viele Punkte müssen nach der Abstimmung der Begrenzungsinitiative am 17. Mai geklärt, oder viel eher, verhandelt werden.” Das könne ermüdend sein, aber die Schweiz sei der Meinung, dass es Zeit brauche, um alles richtig zu machen, und dass die “Salami-Taktik” letztlich zu ihren Gunsten sei. “Das ist oft richtig, aber die Methode wird von der EU nicht immer geschätzt”, meint Russotto. 

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Berna – Bruxelas: caminho para uma solução provisória

Este conteúdo foi publicado em Depois do “sim” do Conselho dos Estados (Senado), a Conselho Nacional) ratificou na terça-feira um segundo aporte financeiroLink externo 1,3 bilhões de francos aos países do Sul e do Leste europeu. O pagamento estará sujeito à condição de que a União Europeia (UE) não tome quaisquer medidas discriminatórias contra a Suíça. Ou seja, a UE…

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Mas, à segunda vista, fica claro que também há perdedores nesta estratégia. Pois a UE não está disposta a renovar acordos ou tomar novas providências até que a Suíça assine o Acordo-Quadro.

“Tanto a Suíça como a UE estão a perder neste perigoso equilibrismo”, diz Russotto. “As negociações travadas estão a causar sérios danos.” Russotto cita como exemplo a recusa da UE em renovar o acordo sobre produtos médicos. “Isto atrasa o comércio entre a Suíça e a UE num setor extremamente sensível que afeta a saúde dos pacientes e pode levar a uma relocalização desta indústria no exterior”, diz Russotto.

Alto risco para a Suíça

Enquanto não houver uma verdadeira vontade política na Suíça para concluir o acordo-quadro, esta estagnação vai continuar, acredita Russotto. E isso implicaria um risco considerável de erosão das relações econômicas. “Nesta hipótese, a Suíça é a nação menos favorecida.”

Uma coisa é clara: nada vai acontecer até o referendo de maio sobre a iniciativa de migração limitada, no qual está em causa o fim da livre circulação de pessoas e, consequentemente, a abolição dos acordos bilaterais. Devido à epidemia de coronavírus, o plebiscito foi canceladoLink externo. Ainda não há uma data para que ocorra.

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Zwei Flaggen über einem See

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Brexit pode influenciar as relações da Suíça com a União Europeia

Este conteúdo foi publicado em swissinfo.ch: Será 2020 o ano decisivo nas relações entre a Suíça e a União Europeia? Christa Tobler: Seja como for, será provavelmente um ano em que serão decididas questões importantes. Uma delas é certamente o referendo de maio sobre a chamada “Iniciativa de Limitação”, que visa abolir a livre circulação de pessoas entre Suíça e…

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Se a iniciativa passar nas urnas, o Conselho Federal deverá negociar a rescisão do Acordo sobre a Livre Circulação de Pessoas (ALCP) com a UE. O texto da iniciativa dá-lhe doze meses para o fazer. Se o governo não encontrar uma solução amigável com Bruxelas dentro deste prazo, deverá rescindir o Acordo sobre a Livre Circulação de Pessoas dentro de mais trinta dias. 

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