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Partidos apostam na Internet para atrair Quinta Suíça

Presença na Internt mas também fisicamente. O ministro das Finanças, Hans-Rudolf Merz, fala aos suíços de Munique em 2005. Keystone

Para manter a presença no estrangeiro e divulgar seus programas e propostas aos suíços expatriados, os partidos políticos acreditam que a Internet é o melhor meio.

Mas em ano eleitoral, eles insistem, no entanto, para que seus candidatos estejam presentes fisicamente nos diversos congressos dos suíços do estrangeiro, inclusive com a divulgação de cartazes impressos.

Mais prático, mais rápido e mais barato. Os partidos políticos suíços parecem ter encontrado a panacéia para uma presença no estrangeiro. Todos citam de fato a Internet como o melhor instrumento para divulgar seus candidados e programas aos suíços expatriados, com vistas às eleições legislativas de outubro.

Quanto à atuação política em favor da Quinta Suíça, os partidos também apostam na Internet. Do Partido Socialista (PS) ao Partido Radical Democrático (PRD, de dereita), passando pelo Partido Democrata Cristão (PDC, de centro-direita), todos mencionam seu compromisso no Parlamento com a introdução do voto eletrônico.

Essa é uma reivindicação prioritária do Conselho dos Suíços do Estrangeiro (CSE). Reunidos no final de março em Berna, o CSE que o voto eletrônico seja instituído o mais tardar para as eleições legislativas de 2011.

Facilitar, simplificar

“Dos políticos, esperamos que sejam ativos na questão do voto eletrônico mas também na defesa dos consulados, das ecolas suíças e da facilitação da mobilidade”, resume o responsável da comunicação da Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE) Marc Demierre.

Todas essas questões foram objeto de intervenções parlamentares de diferentes partidos, na atual legislatura. Em matéria de cyberadministração, por exemplo, é o PDC que tomou a posição mais clara, exigindo do governo (Conselho Federal) um relatório sobre o assunto.

“Os guichês virtuais seriam muito práticos para os suíços do estrangeiro mas também para os suíços do país”, observa Alexandra Perina-Werz, porta-voz do PDC. Ela cita o setor da seguridade social como outro que ganharia em simplicidade para todos os suíços.

O PRD também está presente nessas questões. “Numerosos parlamentares nossos têm experiência no estrangeiro, afirma Guido Schommer, secretário-geral do partido.
Eles conhecem os problemas e agem para facilitar o intercâmbio, em particular a nível bilateral.”

Influência no Parlamento

Globalemente, os partidos dizem que têm conhecimento das dificuldades encontradas pelos suíços do estrangeiro. Aí também a Internet desempenha um papel importante porque todos instauraram comunidades virtuais. Os socialistas e os ecologistas (Verdes) criaram blogs.

Mas é sobretudo através de suas seções internacionais que os partidos cuidam da “alma estrangeira”. Com cerca de 60 membros do PS e quase 150 do PDC, essas seções mantém os parlamentares atentos às questões sensíveis aos expatriados.

“Nossos parlamentares ouvem as propostas de nossa seção internacional e existem bons contatos”, diz Miriam Dogai, do secretariado-geral da União Democrática do Centro (UDC, o mais à direita dos grandes partidos).

Esse sistema de contatos é um eixos principais da ação do PDC, que tem a deputada federal Thérèse Meyer como presidente do grupo interpartidário “suíços do estrangeiro”, no Parlamento, do qual também participam o PRD e o PS.

Métodos mais clássicos

Ps socialistas aliás deram um passo suplementar. Para aumentar a representatividade dos suíços do estangeiro, eles apresentaram uma iniciativa parlamentar pedindo que algumas cadeiras do Parlamento lhes sejam reservadas. Outros partidos haviam lançado a idéia em 2003 mas essa idéia não está entre as prioridades da OSE, que a considera pouco viável politicamente.

A organização acha, no entanto, que outros esforços são necessários para suscitar mais interesse dos expatriados pela política nacional. Seu manifesto eleitoral exige um envio sistemático e generalizado do material informativo dos partidos.

Mesmo se a Internet é o veículo ideal, os partidos não abandonam métodos de campanha mais clássicos. Distribuída em 400 mil exemplares, a “Revista Suíça” permanece um veículo privilegiado para atingir os expatriados.

A presença física dos políticos nos diversos congressos dos suíços do estrangeiro também é mantida. Em ano eleitoral, está em jogo conquistar os votos dos 111 mil expatriados inscritos nas listas eleitorais. É preciso ainda convencer os 645 mil suíços do estrangeiro a participarem mais ativamente da vida política do país.

swissinfo, Carole Wälti

Desde 1992, os suíços do estrangeiro têm os mesmos direitos políticos do suíços do país, no plano federal.

Eles podem votar por correspondência e ser eleitos em sua comuna de orígem ou na última comuna de domicílio.

Certos cantões (estados) e certas comunas dão ainda o direito de participar nas votações que organizam.

O número de suíços do estrangeiro inscritos nos registros eleitorais está em crescimento constante.
1992: 15.000.
2006: 110.000.
22,5% dos expatriados em idade de votar estão inscritos.
Os expatriados representam mais de 2% do total de cidadãos suíços.

Dos quatro partidos que participam do governo federal, somente a UDC terá listas específicas com candidatos suíços do estrangeiro para as eleições legislativas de outubro. Uma será proposta em Zurique e outra em Schaffouse. Uma terceira poderá ser criada em Genebra.

PS, PRD e PDC abriram suas listas aos suíços do estrangeiro. Por enquanto, o PDC tem candidados inscritos nos cantões de Vaud, Berna e Genebra.

Enfim, o PS, por enquanto não tem nenhum candidato expatriado inscrito.

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