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O ano de 2019 no olhar dos cartunistas suíços

Quando o presidente dos EUA quis comprar a Groenlândia, os caricaturistas e ilustradores tiveram dificuldade em superar o absurdo da realidade. Mas a corporação suíça da caneta afiada aceitou o desafio.

A loucura, o bizarro e o absurdo – o ano que se fecha foi marcado pelo “the new normal”, o novo estado normalizado na política de hoje. Assim disse a jornalista brasileira Daniela Pinheiro em um debate por ocasião do 20º aniversário da SWI swissinfo.ch. Mas os cartunistas e ilustradores políticos na Suíça e em todo o mundo tiveram a coragem de contrariar essa “normalidade”.

Felix Schaad desenhou Donald Trump sentado amuado à mesa como uma criancinha, pois não conseguiu ficar com a Gronelândia. Mas o seu ministro das Relações Exteriores encontrou um remédio: a ilha da Grã-Bretanha é barata, anunciou, apontando ao convidado Boris Johnson à porta acenando com a Union Jack. 

A retrospectiva anual de caricaturas ocorre pela décima segunda vez no Museu da Comunicação em Berna e pode ser vista até 9 de Fevereiro de 2020. 

Na exposição “Gezeichnet 2019”, cerca de 50 desenhistas e desenhadoras de toda a Suíça expõem mais de 200 obras.

A exposição tem o patrocínio da revista satírica suíça “Nebelspalter” e atrai vários milhares de visitantes na virada do ano.

A realidade, porém, é muito menos inofensiva. Isto também se aplica aos próprios caricaturistas, que contrapõem e expõem qualquer absurdo dos “homens fortes” com um absurdo ainda maior.

Mas essa realidade em 2019 também atingiu em cheio Patrick Chappatte. Embora o suíço francófono seja uma estrela mundial e o indiscutível chargista político número um da Suíça, ele perdeu seu palco nas edições internacionais do New York Times.

Uma caricatura de um colega desencadeou um debate tão virulento que o renomado jornal decidiu deixar de lado os cartuns políticos inteiramente.

A divertida retrospectiva do ano político de 2019, que apresentamos aqui com essa pequena galeria, traz contudo um gosto um tanto amargo, pois o ar está ficando cada vez mais rarefeito para espíritos livres como Chappatte & Co., comentadores indispensáveis para uma democracia.

swissinfo.ch/ets

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