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Por que os bilionários escolhem a Suíça?

Jorge Paulo Lemann, o bilionário brasileiro da Anheuser-Busch InBev, vive na Suíça com sua esposa. Keystone

Alta qualidade de vida e baixos impostos continuam a atrair as pessoas mais ricas do mundo para a Suíça. O país alpino tem o segundo maior número de bilionários estrangeiros no mundo.

O grupo de mídia chinês Hurun Report acompanha de perto essas fortunas, e as rotas de migração das pessoas mais ricas do planeta. A “Hurun Global Rich List 2017” revela que, embora a Suíça tenha a sexta maior concentração de bilionários do mundo, apenas metade é composta de magnatas suíços. O resto é constituído por pessoas que chegam de outros países. Os Estados Unidos encabeçam a lista.

Alguns dos bilionários mais conhecidos da Suíça vêm de outros países, como o magnata da AB InBev, Jorge Paulo Lemann (Brasil), o industrial Viktor Vekselberg (Rússia) e o gigante de commodities Gennady Timchenko (Armênia). O fundador da Ikea, Ingvar Kamprad, foi o residente mais rico da Suíça por muito tempo antes de voltar para sua Suécia natal.

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Incentivos fiscais

Um dos maiores incentivos é o tratamento tributário preferencial que muitos cantões concedem àqueles com pelo menos alguns milhões de dólares para se instalar no país. O sistema de tributação de montante fixo ignora renda e riqueza, cobrando uma taxa anual equivalente a sete vezes o valor do aluguel da propriedade do contribuinte.

Para isso há algumas condições: o contribuinte deve gerar todos os seus rendimentos no exterior e deve residir devidamente na Suíça. Os suíços acabaram recentemente com este arranjo em Zurique e alguns outros cantões, mas uma proposta nacional para acabar com a imposição de montante fixo acabou sendo rejeitada em um plebiscito de 2014, por isso ela ainda existe em alguns cantões.

É o caso de Genebra, listada pelo Hurun Report como a cidade com o terceiro maior número de imigrantes bilionários do mundo (12), atrás de Londres e Moscou. Zurique não aparece entre os dez primeiros.

Localização e idioma

Localização também é importante. Situada na Europa central, a Suíça é um dos melhores lugares para os ricos pegarem um jato privado para visitar propriedades ou empresas nos Estados Unidos, Oriente Médio e Ásia.

A Suíça também está bem ao lado do seu maior exportador de bilionários, a Alemanha. Doze bilionários atualmente residentes na Suíça só precisam dar um pulinho para passar a fronteira com a Alemanha, assim como outros cinco da Itália e da Grã-Bretanha e quatro da França. Para a maioria desses imigrantes ricos, o multilinguismo da Suíça os teria ajudado a se sentir mais em casa.

E tem ainda a qualidade de vida. Transportes públicos de qualidade, além de ruas limpas e uma taxa de criminalidade relativamente baixa ajudam a tornar o país atraente. A neutralidade política da Suíça é também um ímã para os bilionários que vêm de países menos estáveis.

A discrição natural dos suíços também é um fator que conta. Em suma, os bilionários estrangeiros podem desfrutar de mais privacidade na Suíça do que em seus países.

Não admira que as Nações Unidas tenham recentemente designado a Suíça como o quarto país mais feliz do mundo – e não apenas para os bilionários.



Adaptação: Fernando Hirschy

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