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Gastronomia suíça terá boas opções nos JO

Sopa de cevada do cantão dos Grisões. Casa de Suiça

Se quiserem matar a saudade dos paladares de casa, o que encontrarão para comer no Rio de Janeiro os turistas, jornalistas e atletas suíços que estiverem na cidade para participar da Olimpíada e da Paralimpíada nos meses de agosto e setembro?

As opções não chegam a ser abundantes, mas são variadas e deliciosas o suficiente para garantir que não será por falta de acesso aos sabores de seu país que os suíços deixarão de competir melhor ou de gritar mais forte nas arquibancadas. No Rio, a gastronomia suíça poderá ser apreciada em um leque que inclui restaurantes clássicos, bistrôs e até mesmo food trucks, tão em moda na cidade.

Comandado há quatro décadas pelo chef austríaco Volkmar Wendlinger no bairro carioca da Glória, em uma das subidas para o tradicional bairro de Santa Teresa, o restaurante Casa da Suíça é uma opção natural. Em seu variado menu são encontradas desde típicas delícias alpinas como a “Crôut au Fromage Valaisanne”, que leva queijo suíço do tipo Emmental derretido, até pratos tradicionais mais encorpados, como o “Bernerplatte”, que é um chucrute preparado à moda da cidade suíça de Berna.

Outras boas opções para quem quiser conhecer os sabores tipicamente helvéticos na Casa da Suíça são o “Bratwurst mit Rosti” (salsicha branca de vitela com batata suíça) e o “Zürcher Geschnetzeltes” (iscas de filé à moda da cidade de Zurique). Isso sem falar, é claro, nas tradicionais fondues e racletes, que também fazem parte do cardápio nas versões queijo (Emmental ou Gruyère), bourguignonne (carne) e chinoise (carne cozida com legumes), entre outras.

À espera de novos clientes durante a Olimpíada, Volkmar não irá preparar itens extras para o cardápio durante os jogos. O ideal, diz ele, é justamente não mexer em nada: “Continuaremos com nosso estilo, que é conservador. Vamos fazer tudo normal, já que a nossa grande atração é a comida suíça tradicional”, diz. O restaurante, diz o chefe, está acostumado a receber cidadãos suíços que moram no Rio e outros estados brasileiros e frequentam o local em busca de memórias gastronômicas e afetivas.

Uma opção de ambiente gastronômico de café e bistrô com ares da Suíça é o Felice Caffè, que tem como um de seus sócios o chefe suíço Felix Opitz. O empreendimento, inaugurado em 1997 e localizado em um chalé de três andares no bairro de Ipanema, reúne restaurante, cafeteria e sorveteria e faz muito sucesso entre turistas e cariocas. Pratos com acento suíço como o “Filet au Poivre”, preparado com batatas rústicas e pimentas verdes, estão entre os mais pedidos, mas a casa é particularmente apreciada por seus sorvetes tipo italiano, como os já clássicos “Cappuccino Crocante” e “Iogurte com Frutas Silvestres”, criados por Opitz.

Se os sabores da Suíça italiana se fazem presentes, o mesmo acontece com a região de língua francesa do país. A visita ao bistrô La Bicyclette, localizado dentro do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, é um programa que pode aliar uma refeição matinal com gosto tipicamente suíço a um passeio em um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. Comandada pelo francês Henry Gentil, a casa oferece aos visitantes os tradicionais “Croissant au Beurre”, “Pain au Chocolat” e “Pain aux Raisins” como parte de um amplo cardápio de pães que inclui variedades multigrãos, de figo com erva doce e de nozes com passas, entre outras.

A tradicional fondue de queijo é outra opção saborosa. Casa da Suiça

Baixo Suíça

A gastronomia será também um dos pontos fortes do Baixo Suíça, espaço de convivência com o público, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, que o país manterá durante a realização dos jogos olímpicos. A presença do prestigiado chefe suíço Chris Zueger e seu churrasco preparado em chapas com formato de anel (firerings) é promessa de uma grande variedade de salsichas, carnes e outros grelhados à moda suíça.

“Nosso objetivo é trazer um pouco da cultura suíça na culinária, trazer coisas tradicionais. Além dos grelhados teremos o queijo, as coisas que a gente faz com a batata, como o tradicional rostie, todas as salsichas. Vamos oferecer isso com nosso chefe suíço presente. É um cara muito simpático, muito aberto para receber o público e explicar como prepara tudo”, diz Christina Gläser, gerente de projetos da Presença Suíça no Brasil.

Food truck

Durante os Jogos, o espaço terá também, diariamente, a presença do food truck do Grand Tour of Switzerland, uma Kombi patrocinada pelo Departamento de Turismo do governo suíço (Switzerland Tourism) que fez muito sucesso ao percorrer diversas cidades brasileiras no ano passado. A Kombi oferecerá um cardápio com novidades feitas a partir de itens que “ajudam a formar a identidade suíça”. Desta vez, as estrelas serão o “Sanduíche da Heidi” (salsichão tipo cervela grelhado, queijo tipo Emmental, pepinos agridoce e mostarda escura no pão francês) e o “Älplermakronen” (macarrão penne rigatti, queijo tipo Gruyère, creme de leite, bacon e purê de maçã).

Neste caso, a gastronomia servirá também para tornar a Suíça mais conhecida do público brasileiro e de outras nacionalidades. Durante os jogos, serão sorteados entre os clientes do food truck sete viagens para a Suíça, com direito a acompanhante: “Além de oferecer comida saborosa, o food truck trará imagens e vídeos dos principais destinos turísticos da Suíça. É uma oportunidade única de divulgação dos mais belos e importantes elementos turísticos do país”, diz Gisele Sarbach, gerente de Marketing do Switzerland Tourism.

Antes de estacionar na Lagoa, a Kombi recepcionará atletas e turistas no Aeroporto do Galeão, onde ficará de 21 a 24 de julho, encerrando uma turnê que começou em 2 de junho e passará pelas cidades de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Sorocaba, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba.

“Falsa gastronomia” também é opção

Em busca dos sabores de casa durante a Olimpíada no Rio de Janeiro, os suíços poderão se deparar com alguns produtos tipicamente cariocas, mas que, sem que haja uma explicação oficial para isso, são conhecidos na cidade por sua “origem” suíça. O mais famoso desses itens gastronômicos é, sem dúvida, a Limonada Suíça, suco de limão batido com casca e tudo no liquidificador que faz muito sucesso entre os cariocas, sobretudo no verão.

Não há registro de explicação para a origem do nome dado a essa forma de fazer limonada, uma vez que o limão utilizado (o verde), embora abundante no Rio, não é a variedade habitualmente utilizada na Suíça. Mas, depois que algumas casas de suco da cidade passaram a acrescentar leite condensado à receita, uma heresia para muitos, a polêmica foi instaurada e existe até mesmo uma discussão pública sobre a Limonada Suíça “original” ou “verdadeira”. Só ainda não ficou claro onde a Suíça entra exatamente nesta história.

Outro item da “falsa gastronomia” suíça também muito comum no Rio é o Crepe Suíço. Trata-se de um crepe servido no palito, com diversos recheios, que pode ser encontrado em muitas lanchonetes e food trucks da cidade e certamente cruzará o caminho dos suíços que estiverem na cidade para a Olimpíada e a Paralimpíada. Registros históricos dão conta de que a humanidade já comia crepes na Europa há milhares de anos, mas não existe confirmação sobre a origem suíça dos crepes em palitos, talvez inventados em alguma praia carioca.

Você já provou da comida suíça? Sua experiência nos interessa.



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