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São Paulo tem mostra de filmes suíços contemporâneos

Sabine Timoteo é "Greta" no filme de Paul Riniker. solothurnerfilmtage.ch

A produção cinematográfica suíça dos últimos ganhou as salas de cinema de São Paulo que esse mês funcionam como ponto de encontro para cinéfilos dos dois países.

Até dia 22, os paulistanos poderão assistir os 13 longas-metragens selecionados entre os filmes exibidos no 46º Festival de Cinema de Solothurn, realizado em janeiro.

A programação  da segunda edição do “Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo”  incluem filmes de ficção e documentários inéditos no Brasil, que tratam de temas importantes e sensíveis para diferentes sociedades, reafirmando o papel do cinema como um interlocutor universal.

  Premiados 

O evento foi organizado pelo Consulado da Suíça em São Paulo, em parceria com o Sesc, Serviço Social do Comércio e o CCBB Centro Cultural do Banco do Brasil.  “Trabalhamos com Ivo Kummer, diretor do Festival de Solothurn,  e escolhemos os filmes dando prioridade aos premiados”, conta Célia Gambini, adida cultural do consulado suíço. “A ideia é mostrar para o público o que está nas salas de cinema na Suíça, atualmente”, diz.

Seleção 

Entre os destaques estão o filme de ficção “Aves de Verão” (Sommervögel), de Paul Riniker, que ganhou o prêmio de público, em Solothurn, o documentário “Cleveland contra Wall Street”, sobre a crise imobiliária que resultou na expulsão dos moradores da cidade americana, durante a crise de 2009. Filmado na faixa de de Gaza, será exibido  “Aisheen ainda vivo em Gaza”(Aisheen still alive in Gaza), mostrando o conflito na região, do ponto de vista dos civis que convivem com a ameaça permanente de bombardeios. A violência é mais uma vez o tema em “Floresta Prateada” (Silberwald) que trata da violência dos rituais de passagem em uma sociedade em transformação,  alteridade, minorias e política.

A programação inclui ainda o filme Daniel Schmid, “o gato que pensa” (Daniel Schmid, le chat qui pense), dedicado à vida e obra de um dos cineastas suíços mais consagrados.

Riniker

O diretor de “Aves de Verão”, o suíço Paul Riniker, que conquistou o prêmio de público em Solthurn, esteve presente na abertura do evento, em São Paulo. Jornalista experiente com vários documentários realizados no currículo, ele conta que fazer filmes lhe dá muito mais prazer do que ser jornalista. “Aves de Verão” aborda o difícil tema da inclusão com sensibilidade.

A história de Greta, uma moça de 33 anos, com necessidades especiais, ainda vive com os pais superprotetores e se apaixona por Res, um ex-presidiário.  Ao mesmo tempo irritado com a condição de Greta e tocado pela franqueza, inicia com ela uma história de amor.  Leia a entrevista que o diretor deu em São Paulo.

swissinfo.ch: “Aves de Verão” é seu primeiro filme de ficção e ganhou o prêmio de público no festival de Solothurn do ano passado. Como foi para o senhor essa experiência?

Paul Riniker – Essa foi uma das melhores coisas que já fiz. Senti que a equipe deu o melhor de si.  No primeiro dia de filmagem, quando todos estavam prontos,  os atores presentes, tudo pronto para começar, percebemos que uma câmera não funcionava.  Apesar da demora, telefonemas e instruções técnicas o problema foi resolvido.  Me disseram que muitos diretores são autistas ou coléricos. Um maquinista que tinha muitos anos de filmagem me disse que acharia que tudo ia dar certo depois desse incidente. Como não gritei com ninguém, acho que me tornei um bom chefe. As filmagens correram muito bem.

swissinfo.ch:  Em que parte da Suíça foi feito o filme?  

P.R.:  Em um camping em Erlach, no cantão de Berna. O camping já existia, mas construímos uma parte do cenário no local. Tudo com um orçamento bem pequeno.

swissinfo.ch:  “Aves de Verão” trata do tema da inclusão de uma moça com deficiência mental. Porque o Sr. escolheu trabalhar essa questão?

 P.R.: Inicialmente o roteiro foi feito a partir de uma história real.  Mas tive de adaptar porque a história original incluía temas muito pesados que eu não queria tratar no filme, como mentruação e incontinência. Queria fazer algo mais leve, não tinha a obrigação de ser politicamente correto. Eu não tinha uma ideia pré-concebida sobre a deficiência. 

swissinfo.ch: Como foi desenvolvido o papel de Greta, a personagem deficiente?

 P.R.: De maneira totalmente livre. Quando conversei com a Sabine Timoteo, pela primeira vez ela disse que não sabia se poderia, e se faria o papel. Eu simplesmente disse a ela que pensasse nas próprias deficiências e maluquices. Eu acredito que cada pessoa tem as suas, de alguma maneira. Minha ideia era retratar alguém que eu gostasse. 

swissinfo.ch: Você chegou a conhecer alguém como Greta?

 P.R.: Não. Mas conversei com uma moça que assistiu ao filme e ela me contou que tinha uma irmã que se comportava exatamente como a personagem. E o fato de a personagem ter uma deficiência não siginifica que ela seja presente o tempo todo. Em muitas situações ela se comporta de maneira totalmente normal. 

swissinfo.ch: Em quanto tempo foi feito o roteiro?

 P. R.: Foram dois anos de trabalho. Depois, ainda com mais dois assistentes acabamos cortando muitos diálogos.

1982 Sepp Iten

1985 Tonis Träume

1987 Sandra – Unstillbarer Hunger

1990 …und leise stirbt ein Kind

1991 Traum Frau

1993 Primaballerina Joyce Cuoco: Die Bühne – mein Leben

1995 Die Heilerin/Gwendolyn – Zwischen Schulmädchen und Topmodel

1998 Gunvor – Eine Mediengeschichte

2000 Beromünster – Im Land der Schweizermacher

2004 Raussmüllers – Kunstvermittler

2007 Seppels Vermächtnis

2007 Hausgemeinschaft

2007 Kloster zum Mitleben

2008 Deutschklasse

2008 Seppels Vermächtnis

2010 Sommervögel

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