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Baixo Suíça atrai quatro mil pessoas em inauguração

A apresentação do "The Orbital Choir" durante a abertura da House of Switzerland teve momentos de emoção. Cortesia

O sucesso esperado por todos se confirmou. Cerca de quatro mil pessoas de diversas nacionalidades participaram no dia 1º de agosto da inauguração do Baixo Suíça, espaço às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas que servirá como ponto de confraternização oficial do governo suíço durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

A coincidência da inauguração com o Dia Nacional da Suíça, celebrado na mesma data, deu um toque extra de emoção aos suíços presentes: “Este pedaço do Rio é um lugar simbólico, se parece muito com Lugano, com seus lagos e montanhas. Então, nos dá um pouquinho de saudade do nosso país”, disse o embaixador da Suíça no Brasil, André Regli, traduzindo um sentimento de nostalgia que pairava no ar.

O terreno de 4,1 mil metros quadrados oferece muitas atrações. A preferência das crianças se dividiu entre o globo de neve gigante e o rinque de patinação no gelo. Este último, feito com uma tecnologia inovadora que dispensa o uso de água e eletricidade para produzir uma camada de gelo sintético sobre a pista, também atraiu muitos adultos.

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O ponto alto da noite foi a apresentação do concerto The Orbital Choir, criado e encenado por alunos da Haute École de Musique de Lausanne, que mistura canto, música e acrobacia e teve na inauguração do Baixo Suíça a participação especial de alunos da Escola Nacional de Circo do Brasil. Ao longo da noite, também aconteceram apresentações do músico suíço-brasileiro Marc Sway e de integrantes da escola de samba Unidos da Tijuca.

A julgar pelo público no dia de sua inauguração, o Baixo Suíça 2, como já está sendo chamado pelos cariocas, promete fazer um sucesso ainda maior do que sua primeira versão, montada durante a Copa do Mundo de 2014. Esta será também a última etapa da campanha de comunicação Swissando, organizada há três anos no Brasil pela Presença Suíça, órgão do Departamento de Relações Exteriores do governo suíço.

Para Nicolas Bideau, embaixador da Presença Suíça, o balanço da experiência no Brasil é positivo. Ele aponta três momentos fortes: “Primeiro, a Copa do Mundo, quando obtivemos para a Casa da Suíça uma bela reputação de local cool e descolado. No ano seguinte foi o carnaval carioca, com uma escola de samba que pegou a Suíça como tema. Oitenta mil pessoas no Sambódromo viram como os brasileiros descrevem a Suíça. A terceira experiência, que nós inauguramos hoje, são os Jogos Olímpicos do Rio. Quando eu vejo a expressão de alegria das crianças na patinação e no globo de neve tenho a sensação de que começamos bem”, diz.

Esporte e cultura

Conselheira de Estado do Cantão de Vaud, a suíça Anne-Catherine Lyon chefiou a delegação que levou ao Rio de Janeiro a trupe de alunos da Haute École de Musique de Lausanne para a apresentação do espetáculo The Orbital Choir. Durante a cerimônia de abertura do Baixo Suíça, ela falou sobre a ligação entre esporte e cultura e também da “grande importância” que esses dois aspectos da vida humana tem para sua terra natal.

“É uma grande honra para o Cantão de Vaud estar aqui na abertura deste incrível evento dos Jogos Olímpicos. Estamos muito honrados e orgulhosos por ser a cidade de Lausanne a capital do movimento olímpico. Vaud também tem escolas de alta educação, e uma delas vai se apresentar para nós esta noite. O show maravilhoso que vamos assistir vai nos mostrar novamente que arte, cultura, educação e esporte são as melhores formas de criar pontes para pessoas de todo o mundo. Os Jogos Olímpicos que vão começar em poucos dias também têm essa marca”, disse.

Bideau garante que, mesmo com o fim da campanha de comunicação, os laços estabelecidos entre os dois países não irão se afrouxar: “Aqui nós formamos equipes, sensibilizamos os brasileiros. As equipes de comunicação que nós formamos irão continuar, toda a nossa presença sobre as mídias sociais, por exemplo, vai continuar como é hoje. Vamos tentar fazer, com menos orçamento, eventos que continuem essa dinâmica com esse parceiro que é o mais importante para nós na América do Sul”, diz o representante do governo suíço.

Relação

Gerente de projetos da Presença Suíça no Brasil, Christina Gläser festejou a abertura do Baixo Suíça: “O espaço é importante por apresentar de novo uma Suíça muito aberta, que também sabe fazer festa igual aos brasileiros. A ideia realmente é se aproximar da cultura brasileira, entender a cultura carioca principalmente, para a Suíça e o Brasil se conectarem ainda mais nas áreas de economia, turismo, cultura, ciência e inovação”, diz.

O fim da campanha de comunicação, diz Christina, não prejudicará a nova relação estabelecida entre o Brasil e a Suíça nos últimos anos: “Acabar não vai porque as representações suíças sempre estarão presentes no Brasil. As ações culturais vão continuar, talvez de uma outra forma, um pouco menores. Mas, acho que conseguimos conquistar o brasileiro com uma nova imagem da Suíça. Depois vamos estudar como podemos manter esse relacionamento. Mas, nunca vai acabar a relação entre a Suíça e o Brasil”, diz.

Para o embaixador André Regli, a data escolhida para a inauguração não poderia ser melhor: “Decidimos colocar a abertura do Baixo Suíça 2 no dia da festa nacional. Para nós isso representa muito porque de um lado abrimos essa casa olímpica e de outro comemoramos essa data nacional que, para os suíços que moram fora, é muito importante. E também vem a saudade da Suíça… É por isso que eu acho que esse lugar aqui na Lagoa é maravilhoso. Queremos festejar aqui as medalhas brasileiras e suíças. Esperam que sejam muitas”.

Pesquisa

A ideia do governo suíço é realizar uma pesquisa daqui a dois anos para verificar se a campanha de comunicação realizada desde 2014 teve sucesso: “Além das questões culturais, há também os fatores econômicos. As empresas suíças continuam investindo no Brasil, há a colaboração jurídica que a Suíça faz nos casos políticos. Então, existem vários fatores. Tenho certeza que, em uma futura avaliação, o brasileiro vai falar que, sim, conhece a Suíça e que a Suíça tem outras coisas além de queijos, relógios e bancos”, diz Regli.

Christina Gläser confirma a realização da pesquisa: “A ideia é essa. Ainda não definimos como e quando será, mas a ideia é realmente analisar como mudou o conhecimento do brasileiro sobre a Suíça. Espero que a gente consiga fazer essa análise de novo para ter um resultado mais claro de tudo o que foi realizado”, diz. 

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