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swissinfo.ch encontrou diversos suíços do estrangeiro no Brasil em meados de junho. Jovens, maduros, recém-chegados ou já vivendo há muitas décadas no país, essas pessoas contam por que consideram importante manter os laços com a Suíça. E mandam um recado para o novo Parlamento helvético a partir de 2020: temos muitas expectativas... 

Entre 10 a 17 de junho de 2019, a equipe de jornalistas da swissinfo.ch encontrou um grande número de suíços do estrangeiro residentes no Rio de Janeiro, Rio das Ostras ou Nova Friburgo, cidade fundada por migrantes suíços em 1819 e que hoje conta com um grande número de descendentes das famílias de colonos. A viagem fez parte do projeto #SWIontourLink externo

Uma câmara foi colocada na frente de cada um deles e uma questão, relativa à política suíça ou à sua condição de suíço do estrangeiro foi feita. Todos responderam em português, apesar de reconhecer, por vezes, o leve sotaque. 

Você participa das votações e eleições na Suíça?

Dario Schäffer, 74 anos, nasceu em Teotônia, no Rio Grande do Sul. Descendente de imigrantes alemães originário da região do Hunsrück, ele falava alemão em casa. Depois se formou pastor luterano pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo. Sua ligação com a Suíça começou quando se mudou para St. Gallen, onde participou de um intercâmbio de solidariedade com a comunidade de Halden e atuou como pastor das comunidades locais. No país conheceu sua esposa, Sabina Stillhard. Através do casamento se tornou suíço. Ao se aposentar em 2008, os dois retornaram ao Brasil e abriram na comunidade da Babilônia, no Rio de Janeiro, uma pousada (casababilonia.com.br), onde oferecem não apenas alojamento, mas também atividades culturais. Dario continua participando das votações e plebiscitos na Suíça.


O que é melhor no país de acolho do que na Suíça?

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Susanne Bamert Schinz nasceu em Zurique e cresceu perto do aeroporto, onde seu pai trabalhava. Desde pequena gostava de viagens. Em 1974 visitou o Brasil e se apaixonou pelo clima, música e a simpatia do povo. Retornou, preparou a mudança e ainda no mesmo ano, chegou para ficar. Desde então já fez muita coisa. Foi professora na Escola Suíça do Rio de Janeiro e hoje trabalha como guia turística (riobyswissguide.com), levando visitantes até a passeios pelas comunidades ou ao centro histórico do Rio de Janeiro. Hoje não está muito feliz com a situação política do país. Mas ainda não decidiu se retornará à terra de origem. 


Você vai votar nas eleições suíça no outono de 2019?


Michaël C. Duc vive há sete anos no Brasil, dos quais quatro anos passou em Curitiba e três, no Rio de Janeiro. O advogado suíço atua como consultor, aconselhando empresas brasileiras e suíças em questões jurídicas relacionadas aos dois países, seja abertura de empresas, heranças, questões bancárias, previdenciárias ou de vistos. Ele é membro também do Conselho do Suíços dos Estrangeiros (CSE).

O que você espera do novo Parlamento suíço?


Josua Wälti tem 22 anos e nasceu no vilarejo de Morgens, cantão de Vaud, na região oeste da Suíça. Formado em psicologia, ele está fazendo um estágio no Brasil. O país e o idioma não são novidades para ele. Com um pai suíço e mãe brasileira, o jovem sempre falou português em casa. Agora vive, de fato, no país materno. Sua impressão: “Está sendo uma experiência incrível”. Porém se preocupa com as eleições na Suíça. “Espero mudanças no Parlamento”. 


Quem você vai votar e quais são os temas importantes?




Urs Bucher é originário de Zug, na Suíça central, e já vive no Brasil há muitos anos. Ele é o presidente da Associação Filantrópica Suíça, uma entidade criada em 1821 quando a colônia de imigrantes suíços estabelecida em Nova Friburgo vivia a sua pior crise, provocada pela escassez de recursos e dificuldades de sobreviver nas terras montanhosas e pouco férteis da região serrana. 


O que você sente falta da Suíça e por que não retorna?


Miriam Simili, 28 anos, é filha de um brasileiro e uma italiana que nasceu em Burgdorf, na Suíça. Se formou em direito e hoje ela trabalha como secretária no Consulado da Suíça no Rio de Janeiro. Quando pensa no país de origem, sente saudade de algumas coisas como a batata-frita Zweifel, amigos e do Langenthal, vilarejo localizado na região suíça conhecida como “Mittelland”, entre Berna e Olten, e cortada pelo rio Langete. Hoje sente-se perfeitamente adaptada ao Rio e adora frequentar suas praias. 


O que significa a Suíça para você?




Henrique Bon não tem o passaporte suíço. Porém poucos simbolizam mais o país dos Alpes do que esse friburguense de 66 anos. O ex-diretor do Hospital Psiquiátrico do Estado do Rio de Janeiro é descendente do suíço Henri Bon, de Cartigny, no cantão de Genebra, que emigrou para o Brasil em 1819 junto com outros dois mil compatriotas. Apesar de ainda trabalhar como psiquiatra, ainda encontra tempo para lidar com uma paixão: descobrir mais sobre a colonização suíça nessas terras tropicais. Bon escreveu diversos livros, dentre os quais “Imigrantes”, 950 páginas, uma obra de pesquisa que inclui também 400 cartas escritas pelos seus antepassados aos parentes na Suíça distante. 


O que funciona na Suíça melhor do que no Brasil?


Tomi Streiff é um diretor de cinema originário da Basiléia. Vive desde 2014 no Rio de Janeiro com sua esposa americana e também artista, Jane Hallisey, e a filha de 11 anos. A família vive em um antigo casarão, inteiramente renovado, no bairro de Gamboa, um dos mais antigos da Cidade Maravilhosa. Atualmente, o suíço escreve o roteiro de um filme sobre o sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher em 7 de dezembro de 1970.


Você está decepcionado com o Brasil?




Robert Kern, 75 anos, nasceu em Dättlikon, um vilarejo nas proximidades de Zurique. Metalúrgico de profissão, descobriu através de uma viagem que o clima de Rio das Ostras curava seu reumatismo. Vendeu a empresa e emigrou para o Brasil. Ao perceber que muitos jovens carentes na região não tinham acesso à educação, abriu um centro de formação profissional. Nela oferece gratuitamente três cursos gratuitos: caldeireiro, soldador e torneiro mecânico. Apesar de já ter formado mais de mil jovens, as autoridades do município de Rio das Ostras simplesmente ignoraram a existência da escola nos últimos vinte anos. 


Quais são seus laços com a Suíça?


Quais são seus laços com a Suíça? Florence Poznanski, 35 anos, é uma ativista franco-suíça que vive no Brasil desde 2011. Ela é representante no país da ong Internet Sem Fronteiras. Se interessa muito por política e direitos humanos. Oriunda de uma família multicultural, a identificação com a Suíça surgiu através das férias que passava com os avós em Altdorf, no cantão de Uri, o coração da Suíça. Mas o passaporte vermelho com a cruz branca bateu mais forte quando ela recebeu pela primeira vez o material eleitoral em casa e pode participar de plebiscitos e referendos no país materno


Veja outros vídeos, entrevistas e imagens da viagem de #SWIontour para o Rio de Janeiro no nosso site no InstagramLink externo.


Um olhar suíço sobre as eleições federais em seis países!

Antes das eleições federais na Suíça, previstas para ocorrer em 20 de outubro de 2019, swissinfo.ch encontrou suíços do estrangeiro em seis diferentes países.

O objetivo era saber o que pensam os membros da chamada “Quinta Suíça”, que corresponde a 11% da população do país ou 760.200 pessoas.

Os jornalistas visitaram associações e clubes suíços na Alemanha, França, Itália, Brasil, Argentina e Estados Unidos, onde organizaram uma mesa-redonda para discutir temas de política e sociedade. 

Veja as etapas da viagem através hashtags #SWIontour e #WeAreSwissAbroad nas redes sociais InstagramLink externo, FacebookLink externo e TwitterLink externo.

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