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Suíça marca presença na Expo de Xangai

No pavilhão suíço, só faltam os visitantes. swissinfo.ch

Está tudo pronto : os pavilhões da Suíça e das cidades de Basileia, Genebra e Zurique podem acolher os visitantes. A maior exposição universal de todos os tempos começa em primeiro de maio e dura seis meses.

A Suíça vai mostrar muitos clichês, mas também outros aspectos da sua realidade.

Pouco antes da abertura, o pavilhão suíço está reluzente. A grande construção em cimento bruto munido de uma grade dotada de milhares de células fotovoltaicas. Ele tem aspecto urbano e visto de dentro ninguém imagina o oásis verde e calmo do teto, um prado florido de onde se tem uma magnífica vista da expo, do rio e da cidade.

“É o yin e o yang”, explica Andreas Bründler, arquiteto suíço de Basileia que construiu o pavilhão. “Jogamos com os contrastes, o prado simboliza o papel protetor da natureza, que se sobrepõe ao espaço urbano.”

Ora, precisamente, o pavilhão tem como tema a interação entre a cidade e o campo. O visitante entra no pavilhão pela cidade, mas rapidamente o que vê são paisagens, montanhas, lagos e rios, ou seja, clichês de uma Suíça idílica.

País de Heidi e da alta tecnologia

“Creio que não devemos ser exigentes demais”, afirma Blaise Godet, embaixador da Suíça na China. “Esse lado país de Heidi agrada as pessoas. Os suíços têm tudo a ganhar como um país bonito, de montanhas e até mesmo com os clichês do chocolate, dos relógios etc. Mas o visitante verá rapidamente que tem outra coisa como a alta tecnologia. Trata-se de familiarizar o visitante com a capacidade de inovação da Suíça”, explica o embaixador.

Diretor do pavilhão suíço e comissário geral-adjunto, Manuel Salchli reconhece que os clichês estão presentes, mas que é preciso superá-los. “Nossas sondagens na China indicam que os clichês são conhecidos e que são positivos. Portanto, abordamos os visitantes com o que eles conhecem para levá-los ao que eles ainda não conhecem.”

Com isso, declara o diretor, “somos mais originais do que os outros países, que construíram pavilhões mais convencionais.”

Imagens em três dimensões

Simon Bosshart, diretor de Suíça Turismo para a China, tem a mesma opinião: “Creio que a Suíça escolher a boa estratégia. Ele não apostou no tamanho, mas na originalidade.”

É verdade que foi feito um esforço para ultrapassar os clichês: as belas imagens em três dimensões (3D) durante o percurso do visitante são acompanhadas de explicações acerca do desenvolvimento sustentável, da proteção ao meio ambiente e aos transportes públicos.

O filme IMAX The Alps projetado em uma tela gigante circular, com uma instalação sonora vanguardista, pode ser visto em um percurso em teleférico.

Visita virtual das margens do lago Léman

O mesmo ocorre com o pavilhão das cidades de Genebra, Basileia e Zurique, que propõe um filme sobre uma tela de 360°. Faz-se em sete minutos uma visita virtual de 24 horas às margens do lago Léman, do rio Reno e do lago de Zurique.

Aí também tem clichês turísticos, mas acentuando as competências em gestão sustentável da água. Com telas tácteis “para mostrar aos chineses que, apesar de panoramas magníficos, nós também tivemos na Suíça um passado sombrio em matéria de meio ambiente”, explica Howe Yin Zhao, diretora do pavilhão.

De Pro Helvetia a Presença Suíça

Durante os seis meses da expo, haverá nos pavilhões exposições, seminários, conferências, concertos organizados por Swissnex, Pro Helvetia, Montreux Jazz, Presença Suíça e swissinfo. Também estará presente o projeto Solar Impulse de Bertrand Piccard, um prêmio suíço de design, debates de intercâmbio universitário em ciências e tecnologias. Como explica o embaixador Godet, “é tornando-se mais conhecido que poderão ser melhoradas as condições em que a Suíça opera na China, nosso primeiro parceiro comercial na Ásia.”

Parece evidente que, em matéria de negócios, as expectativas são grandes. “Nosso espaço VIP está reservado a 95%”, constata Manuel Salchli. Do lado das três cidades, o interesse também é grande. “É sem dúvida a primeira vez que o mundo inteiro vem à China e que os chineses têm a ocasião de formar uma imagem precisa do mundo”, afirma Simon Bosshart, de Suíça Turismo.

Portanto, as empresas suíças ativas na China querem aproveitar e não há dúvida que a sombra dos Alpes, o ar das geleiras, o cheiro de pasto, um copinho de vinho branco e um passeio de teleférico facilitarão a conclusão de novos contratos.

Alain Arnaud em Xangai, swissinfo.ch.
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)

Doris Leuthard, presidente da Suíça, será em Xangai dia 12 de agosto para a jornada suíça, acompanhada de uma “imensa delegação econômica e política”, segundo Manuel Sachli.

Dois ministros. Micheline Cammy-Rey (Relações Exteriores) e Moritz Leuenberger (Trasnsportes, Comunicações, Energia e Meio Ambiente) também têm viagem marcada, a primeira em maio, o segundo em outubro, ainda sujeito à confirmação.

Várias visitas de autoridades estaduais (cantonais) e municipais estão anunciadas.

Federer? Murmura-se que Roger Federer – conhecidíssimo na China – teria a intenção de visitar o pavilhão suíço, talvez durante o torneiro de Xangai, em outubro. O nome de Bertrand Piccard também circula.

Vinte e um carros SMART com as cores da Suíça circularão em Xangai durante os seis meses da exposição. Elas vão buscar em suas casas os vencedores de um concurso organizado por Suíça Turismo. Eles ganharão um ingresso e o transporte até a expo.

O filme The Alps em tecnologia IMAX, coproduzido por Suíça Turismo e Holcim, será projeto em permanência durante seis meses no museu de ciências e tecnologia de Xangai e na maioria das grandes cidades chinesas.

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