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Suíça presente na maior feira de defesa e segurança da AL

F-18 do exército suíço no ateliê da Ruag, em Emmen, perto de Lucerna. Keystone

Seiscentos expositores de 53 países participaram entre os dias 12 e 15 de abril no Rio de Janeiro da Latin American Aero & Defence (LAAD 2011), maior feira de negócios e tecnologia do setor de defesa e segurança da América Latina.

Entre algumas das maiores representantes mundiais do setor, cinco empresas suíças marcaram presença no evento, oferecendo produtos e serviços para atender a um mercado em franca expansão no Brasil.

O maior stand suíço na feira pertencia à Ruag, empresa com sede em Berna que está entre as líderes mundiais no desenvolvimento de tecnologias aeroespaciais e de defesa. Uma das principais fornecedoras de equipamentos para as Forças Armadas da Suíça, a Ruag apresentou prioritariamente no Brasil sua linha de produtos e serviços para manutenção de aeronaves. Também foi exposto na LAAD 2011 um avião produzido pela Ruag, o modelo 228, veículo de transporte para curtas distâncias que pode ser utilizado para fins civis ou militares.

“Nós fazemos manutenção de aviões militares e apresentamos também produtos para utilização pela polícia e em segurança pública. Isso é uma estratégia nossa na feira, uma vez que aqui no Brasil nós teremos nos próximos anos várias atividades importantes que demandarão esforços em segurança, como os jogos de futebol da Copa do Mundo e também os Jogos Olímpicos”, avalia Benjamin Muller, que é o responsável pelas exposições internacionais da Ruag.

A Ruag mantém um pequeno escritório de relações comerciais no Brasil, mas a expectativa da empresa suíça, segundo Muller, é aumentar expressivamente sua presença no país nos próximos anos: “Essa é a primeira vez que fazemos realmente uma ofensiva comercial desse porte aqui no Brasil, e esperamos fechar bons negócios com os brasileiros”.

Outra empresa suíça que fez questão de marcar presença na LAAD 2011 porque pretende dar um salto em sua posição no mercado brasileiro é a Schmid Telecom. Com escritório-central em Zurique, a empresa está no Brasil há dez anos, onde atua especialmente na fabricação de modens DSL para utilização no setor de telecomunicações. Agora, quer expandir negócios em sua outra especialidade: o controle de tráfego aéreo.

“Nós desenvolvemos um computador de voz para o controle de tráfego aéreo. É um equipamento utilizado pelos controladores de vôo para se comunicar com os aviões e também para se comunicar terra-terra com os colegas, com os bombeiros, com a polícia e com todos os demais envolvidos nesse trabalho”, afirma o diretor regional de vendas da Schmid Telecom, Andrea Fasciati.

Novos mercados

Nessa década de atuação no Brasil, a Schmid Telecom tem como principais clientes operadoras de telefonia como a Telefônica, entre outras de menor porte: “Agora tentaremos também penetrar no mercado de controle de tráfego aéreo, já que avaliamos que muitos aeroportos do Brasil ainda têm uma infraestrutura um pouquinho velha, digamos assim, e que precisa ser modernizada também”, diz Fasciati.

A perspectiva de melhora da infraestrutura dos aeroportos brasileiros por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, segundo o executivo, traz uma grande expectativa de crescimento para a Schmid Telecom no país: “Acreditamos que o governo vá investir mais em infraestrutura de transporte, que é importante para as pessoas poderem vir ao Brasil e assistir aos jogos. E, dentro dessa infraestrutura, naturalmente que os aeroportos são fundamentais. Temos, portanto, grandes expectativas, já que o Brasil é um país bastante grande, com muitos aeroportos”.

Novos serviços

O crescente mercado de defesa no Brasil traz possibilidades para novos produtos e serviços oferecidos por empresas suíças. É o caso da Acutronic, que desenvolve sistemas para testes em equipamentos de navegação inercial (simuladores de movimento) como acelerômetros (que fazem descrição do movimento de aceleração de uma forma precisa), giroscópios (que medem giros, ou seja, a movimentação do ângulo de um dispositivo) e sensores de vibração. Os simuladores vão desde os mais simples, com dois eixos de movimentação, até os mais complexos, com cinco eixos.

“As aplicações são distintas. Dependendo do produto que o cliente precisa calibrar, existe um simulador diferente. Acelerômetros, por exemplo, podem ser calibrados em mesas de um eixo só. Giroscópios geralmente são calibrados em mesas de três eixos. Já sistemas balísticos, aeronaves, sistemas de rastreamento teleguiado e mísseis utilizam cinco eixos porque você precisa posicionar o alvo, que se movimenta em um plano, e o míssil, que navega em um espaço tridimensional, tudo isso combinado ao movimento da aeronave”, explica Gustavo Sigiliano, que é diretor de Importação e Exportação da Treffer, empresa representante da Acutronic no Brasil há três anos e responsável pelo stand da parceira suíça na LAAD 2011.

Símbolo nacional

A Acutronic está de olho no mercado brasileiro: “O desenvolvimento local é ainda um pouco restrito, mas o mercado é potencialmente grande não só na área militar e de defesa. Vários produtos comerciais _ airbags de automóveis, por exemplo _ tem embutidos sensores inerciais, tem acelerômetros que precisam ser calibrados. O objetivo da Acutronic é estreitar o contato com as empresas brasileiras para oferecer os seus produtos”, diz Sigiliano.

Outras duas empresas suíças presentes à LAAD 2011 foram a Victorinox, tradicional fabricante de canivetes suíços, e a suíço-alemã Garant Sicherheitstechnik, que há mais de 30 anos desenvolve equipamentos de proteção antibalas para forças armadas de diversos países. Representante da Victorinox na feira, Paul Camezind falou sobre sua satisfação com a intensa movimentação no stand da empresa: “Mesmo não sendo produtos prioritariamente utilizados pela polícia ou pelas forças armadas, os canivetes-suíços fizeram um grande sucesso junto ao público da feira”.

Dois grandes seminários foram realizados durante a LAAD 2011. O III Seminário de Defesa falou sobre a evolução tecnológica do setor no Brasil ao longo dos anos e também sobre as últimas inovações da indústria.

O I Seminário de Segurança, por sua vez, abordou experiências e inovações tecnológicas voltadas ao setor de inteligência, com foco nos grandes eventos que o Brasil receberá em 2014 (Copa do Mundo) e 2016 (Olimpíadas).

Uma das maiores atrações nos bastidores da LAAD 2011 foi a disputa diplomática travada por representantes das empresas Saab (Suécia), Dassault (França) e Boeing (EUA) pela atenção das autoridades civis e militares do Brasil que visitavam a feira.

Com enormes stands montados no Riocentro, as três empresas fizeram diversas apresentações e simulações dos aviões caças que pretendem vender ao governo brasileiro.

Rio de Janeiro

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