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Reforço para a cooperação científica entre Suíça e Brasil

High-tech na Suíça: pesquisador trabalhando nos laboratórios da empresa Cytos Biotechnology em Zurique. Keystone

A Suíça inaugurou na sexta-feira (04.04), com a presença do ministro da Economia, Johann Schneider-Ammann, mais uma filial da sua rede de consulados científicos no Rio de Janeiro. A Swissnex tem como principal objetivo apoiar o intercâmbio entre universidades, centros de pesquisa e a iniciativa privada entre os dois países.

“Uma antena propagadora de educação, ciência e inovação”. Criada pelo governo suíço com o objetivo de incrementar a cooperação internacional entre a Suíça e os governos, empresas e universidades de todo o mundo para o desenvolvimento de pesquisas e a implementação de projetos de cunho científico e tecnológico, a rede global Swissnex é assim definida por Gioia Deucher, diretora-executiva da Swissnex Brazil.

Primeira na América do Sul

A Swissnex Brazil é a sexta filial internacional da Swissnex e a primeira a operar na América do Sul, inaugurando um novo foco na busca de parcerias internacionais pela Suíça na área de tecnologia e inovação. Na última década, a expansão da rede esteve concentrada na América do Norte, com escritórios em Boston (inaugurado em 2002) e San Francisco (2003), e na Ásia, com escritórios em Cingapura (2005), Shangai (2007) e Bangalore (2009): “Nossa missão é promover e fortalecer o intercâmbio suíço-brasileiro na área de cooperação entre pesquisadores, líderes de opinião, jovens empresários, professores, estudantes e instituições”, explica Gioia Deucher.

A rede Swissnex é uma iniciativa da Secretaria de Estado para a Educação, Pesquisa e Inovação, subordinada ao Departamento Federal da Economia, Educação e Pesquisa da Suíça, e funciona como ponto central de intercâmbio entre diferentes disciplinas, instituições e nações: “Somos uma plataforma física e virtual que permite encontros através de eventos públicos e de um espaço aberto de trabalho”, diz a CEO da Swissnex Brazil. A rede, acrescenta, funciona em forma de parceria público-privada: “A Swissnex gera dois terços dos recursos dos projetos. Precisa, portanto, antecipar tendências e evoluções no mercado de uma maneira dinâmica para poder implementá-las nesses projetos”.

O estímulo à educação e à inovação científica e tecnológica são metas prioritárias do atual governo brasileiro, que busca dar maior competitividade à sua indústria e qualificar a mão-de-obra nacional. A Swissnex Brasil contribuirá para aumentar a cooperação entre a Suíça e o Brasil em busca desta competitividade. Segundo a diretora-executiva, as parcerias entre os dois países serão firmadas prioritariamente nos setores de educação, com foco nas instituições de ensino superior, de ciência, de inovação e de artes (quando ligadas à tecnologia, educação e/ou ciência).

Outra meta da Swissnex, segundo Gioia, é “a promoção e exposição de projetos nas áreas de foco estratégico de cooperação bilateral, como saúde, neurociências, energia e meio-ambiente”, além da “transferência de informações sobre as tendências e desenvolvimentos importantes na ciência, educação e inovação em forma de artigos, blogs e relatórios”.

Ideias e trabalho

Fortalecer globalmente a imagem da Suíça como um país de ideias e de trabalho é outro motivo para a existência da rede, papel que também será cumprido no Brasil: “A Swissnex Brazil vai desempenhar um papel ativo na Comunicação Nacional da Suíça no Brasil nos próximos três anos para promover a Suíça como local de inovação e pesquisa. Eventos públicos e projetos fortes se destinarão a destacar o potencial da cooperação científica entre o Brasil e a Suíça”, diz Gioia Deucher.

Para atender à futura demanda por mais espaço que virá com o desenvolvimento de suas atividades no Brasil, a Swissnex Brazil já prevê a ampliação de sua estrutura física no Rio de Janeiro. O projeto inclui a construção de um espaço para eventos públicos no piso térreo da Casa da Suíça, situada no bairro da Glória, ao lado do Consulado-Geral da Suíça.

A Copa do Mundo de futebol, que se realizará entre junho e julho deste ano no Brasil, será uma oportunidade ímpar para a Swissnex divulgar uma imagem moderna da Suíça para o público de todo o planeta: “Além de valores tradicionais suíços, como segurança, confiança e qualidade, que são reconhecidos internacionalmente, queremos aproveitar a Copa do Mundo para mostrar aos brasileiros e aos milhares de visitantes que estarão no Brasil uma Suíça com grande capacidade inovadora nos setores de ciência, arte e educação”, diz a CEO.

Laços

Gioia Deucher ressalta que a chegada da rede Swissnex ao Brasil vem reforçar ainda mais laços que já são firmes entre os dois países: “Já existem vários projetos de cooperação entre instituições de ensino superior e de pesquisa suíços e brasileiros, pelo menos 36 colaborações institucionais. Além disso, 538 estudantes brasileiros estão matriculados em instituições de ensino superior da Suíça, mais do que de qualquer outro país da América Latina”, diz a diretora-executiva da Swissnex Brazil.

A agenda da delegação suíça chefiada por Johann Schneider-Ammann começou em 3 de abril em Brasília, onde, após receber as boas-vindas oficiais do embaixador suíço no Brasil, André Regli, o ministro se reuniriu ao longo do dia com os ministros brasileiros Neri Geller (Agricultura), Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Clélio Campolina Diniz (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Luiz Alberto Figueiredo Machado (Relações Internacionais). Antes de seguir para o Rio de Janeiro, a delegação do governo suíço teve também reuniões na capital federal com integrantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Segundo os dados mais recentes, as despesas do governo federal suíço com pesquisa e desenvolvimento foram de 2,1 bilhões de francos (2012). O número corresponde a um aumento de 17% em relação a 2010, o ano da última avaliação. No total, 1.560 funcionários públicos federais estão envolvidos diretamente com pesquisa e desenvolvimento.

Já o setor privado investiu 12,8 bilhões de francos em atividades no setor de pesquisa e desenvolvimento, um aumento de 7% em relação a 2008.

Em 2011, o Estado suíço investiu 31 bilhões de francos em fins educacionais, o que corresponde a 5,3% do PIB. Em comparação internacional, as despesas com educação estão acima da média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Desde 2000, o número de estudantes nas universidades suíças praticamente dobrou e chegou, em 2012, a um total de 222.656 estudantes.

Participação suíça entre as universidades. Entre 1992 e 2007 foram contabilizadas mais de cinco mil participações (5.195).

Em 2007, segundo o índice de síntese da inovação (ISI), a Suíça se posiciona entre os países mais inovadores da Europa. O número de patentes está entre os mais elevados da Europa. Devido ao seu tamanho reduzido, a Suíça detém apenas uma parte mínima do bolo total (2% em 2005) de todas as patentes registradas nos países da OCDE. Em 2005, a Suíça, com 107 patentes por milhão de habitantes, é depois do Japão o país mais ativo da OCDE nesse setor.

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