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Corrupção não é um grande problema para os suíços

A grande maioria dos suíços não acredita que seus parlamentares sejam corruptos Keystone

Os suíços não acreditam que a corrupção seja um grande problema para a pequena nação alpina. Mas os ricos exercem muita influência na política e há medo de represálias para quem denuncia casos de corrupção, revela uma pesquisa da Transparência Internacional.

Os suíços parecem confiar em seus líderes políticos e empresariais. Mais de três quartos dos suíços entrevistados pela ong de luta contra a corrupção Transparência Internacional concordaram que empresários, ministros, funcionários do governo e membros do parlamento geralmente não são corruptos.

Ironicamente, a pesquisa foi publicada no mesmo dia em que dois funcionários públicos do ministério do Meio Ambiente foram julgados no Tribunal Penal Federal por terem aceito subornos para atribuir contratos de TI.

A dupla é acusada de aceitar subornos em dinheiro e outros incentivos, como uma viagem paga para assistir a um jogo do FC Basel contra o Barcelona, em troca da atribuição de contratos para um projeto de TI do Ministério do Meio Ambiente. Os crimes ocorreram entre 2007 e 2010.

Quatro outros réus, dois de uma empresa de TI, também estão sendo acusados no processo que deverá durar três dias. O tribunal em Bellinzona, no sul da Suíça, emitirá seu veredito em uma data posterior.

Apesar do escândalo, apenas 10% dos entrevistados disseram que a corrupção era a questão mais importante enfrentada pelo governo. A imigração foi considerada o maior problema (60% dos entrevistados), seguida pela economia (45%).

Desconfiança

Apenas a Suécia e a Alemanha apresentaram menores porcentagens de corrupção na pesquisa realizada em 42 países da Europa e da Ásia Central, publicada na quarta-feira. Enquanto isso, a Moldávia, a Espanha, o Kosovo, a Eslovênia e a Ucrânia são os países que consideram ter os maiores problemas de corrupção.

Cidadãos da Ucrânia, Moldávia, Bósnia e Herzegovina e Espanha são os mais críticos com relação aos esforços de seus governos no combate à corrupção, com quatro em cinco ou mais dizendo que o governo não faz nada nesse sentido.

No entanto, 66% dos entrevistados suíços consideraram que os ricos utilizam sua influência no governo para seus próprios interesses e que deveria haver regras mais rigorosas com relação aos lobbies.

A pesquisa também revelou que metade dos entrevistados acham que a corrupção não é delatada por medo das consequências.

Martin Hilti, diretor da Transparência Internacional Suíça, disse que esse número era “extremamente preocupante”. Hilti exortou as autoridades suíças a reforçarem a proteção contra os denunciantes, principalmente no âmbito do direito privado



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