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Um dia de esperança para Haiti na Suíça

Milhares de crianças contam com a ajuda humanitária. Reuters

Uma grande campanha de coleta de doações para as vítimas do terremoto no Haiti acontece nesta quinta-feira (21) em toda a Suíça.

As doações podem ser feitas através da Rede da Solidariedade, órgão da Rádio e Televisão suíça SRG SSR idée suisse, grupo ao qual pertence swissinfo.ch.

A operação é coordenada com 16 organizações suíças, a maioria presente há tempos no Haiti. A coleta é organizada Rede da Solidariedade, órgão da Rádio e Televisão suíça SSG SSR Idéé suisse, à qual pertence swissinfo.

Trata-se de uma das mais antigas e sérias organizações que recebem doações na Suíça. As doações podem ser feitas pelo telefone gratuito 0800 87 07 07 ou pela internet no site da Rede da Solidariedade http://www. catena-della-solidarieta.ch (em alemão, francês, italiano e inglês) e através da conta postal 10-15.000, com a menção Haiti.

Até às 13h na Suíça, as doações totalizavam 7 milhões de francos. Elas podem ser feitas por empresas e particulares e não há limite mínimo. A coleta é organizada em conjunto com 16 ONGs suíças presentes há tempos no Haiti, onde trabalham atualmente na ajuda de urgência.

Uma parte do dinheiro coletado (20%) ainda será destinado à ajuda de urgência e o restante à reconstrução nas regiões devastadas pelo terremoto, em um período de cinco anos.

No apelo às doações feitos através das emissoras de rádio e TV, desde a madrugada de hoje e até a meia noite, a mensagem é dar um futuro aos haitianos sobreviventes. O governo do Haiti fala em 200 mil mortos, 250 mil feridos e pelo menos um milhão de desabrigados. Até agora foram enterrados aproximadamente 80 mil corpos.

Dificuldades

Segundo um relatório da ONU publicado quarta-feira, 52 equipes de socorro de urgência em casos de catástrofes trabalham atualmente no Haiti, com um total de 1.820 pessoas e 175 cães especializados. Essas operações permitiram salvar 121 pessoas soterradas pelos escombros do terremoto.

A fase de busca e resgate de sobreviventes está chegando ao fim, mas a ajuda humanitária vai prosseguir durante muito tempo, de acordo com a ONU.

Ainda há problemas de logística, apesar do grande número de aviões que chegam a Porto Príncipe. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirma que “há uma necessidade urgente de material médico de emergência e que muitas pessoas morrem devido o atraso na distribuição de material sanitário”.

Ainda há muita insatisfação com a demora em autorizar os aviões de carga com ajuda humanitária no aeroporto de Porto Príncipe, controlado pelas forças norte-americanas. “Constatamos que a capacidade é realmente limitada”, disse à swissinfo.ch o porta-voz da Cruz Vermelha Internacional (CICV), Florian Westphal.

“O grau de destruição do país é o maior obstáculo no acesso às vítimas”, afirma Westphal.

O CICV, sediado e Genebra, garante a distribuição de água potável a 7.500 pessoas e fornece material de primeiros socorros à Cruz Vermelha haitiana, que atende vários acampamentos improvisados na região da capital, Porto Príncipe.

Relativizar a violência

A questão da segurança na capital haitiana não é um problema para o CICV. “Nos últimos dias, podemos nos movimentar e trabalhar normalmente. Quando falamos com nossos colegas, eles dizem que há realmente uma certa tensão, mas não é uma agressividade dirigida ao nosso trabalho”, precisa Westphal.

Outro que relativiza a violência é Tamar Hahn, do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que sublinha a capacidade de resistência e a calma demonstrada pela população.

“Eles não são todos bandidos, saqueadores e violentos. As pessoas estão vivendo em condições horríveis. Os sobreviventes se organizaram e prestam socorro aos mais necessitados”, afirma Hahn, enfatizando a grande criatividade e engenhosidade dos haitianos.

O maior problema para a distribuição da ajuda atualmente é a falta de combustível que pode paralisar as operações de socorro.

Clare O’Dea, swissinfo.ch
(Adptação: Claudinê Gonçalves)

A Rede da Solidariedade faz campanhas para angariar recursos sempre que ocorre uma catástrofe natural, na Suíça e no estrangeiro.

Antes da jornarda pelo Haiti, quinta-feira (21), os suíços já haviam doado 4 milhões de francos através da conta postal CCP 10-15000-6.

O recorde de doações foi para as vítimas do tsunami, em 2004: 227 milhões de francos suíços.

Quando do ciclone na Birmânia, foram doados 4,7 milhões.

Para as catástrofes da Ásia, em 2009, foram 13 milhões.

Da soma que for arrecada para o Haiti, 20% serão para a ajuda de urgência e 80% para a reconstrução do país.

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