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Êxodo em massa de jovens talentos para os centros

Nos centros urbanos, o número de vagas é maior para os jovens diplomados. Keystone

Assim que obtém seus diplomas, os formandos das altas escolas deixam as zonas rurais pelos grandes centros urbanos, constata estudo da Divisão Federal de Estatística (OFS).

Vida cultural mais rica, melhores oportunidades de emprego e de formação, liberdade individual mais explicam esse fluxo migratório.

Entre 1998 e 2004, as comunas rurais perderam, em média, 27% de mão-de-obra altamente qualificada para cada turma de jovens formados. No sentido inverso, centros urbanos como Genebra, Lausanne, Zurique, Basiléia e Berna ganharam entre 19 e 31%, revela o estudo divulgado quinta-feira (26).

Para chegar a esses resultados, a OFS comparou o domicílio no início dos estudos e a região de residência um ano depois da obtenção do diploma.

O estudo demonstra que o balanço dos movimentos migratórios é muito negativo nos cantões da Suíça Central e Oriental.

Os cantões de Appenzell e Uri, por exemplo, perderam mais de 50% de seus jovens altamente qualificados. Os cantões montanhosos também têm dificuldade em manter seus jovens talentos, com perda de 18% para o Valais e de 30% para os Grisões.

Diferenças entre cantões

Quanto aos outros cantões romandos (de língua francesa), o Jura tem muita dificuldade em reter seus jovens diplomados (-27%), Neuchâtel perde menos (-7,5%) e Fribourg progride ligeiramente (+1,5%).

Em contrapartida, Vaud e Genebra (oeste) tiram proveito da atratividade como centros urbanos. O saldo migratório é de 4,9% para Vaud e de 8% para Genebra.

Segundo a OFS, a propensão dos novos diplomados a deixar suas regiôes de origem depende muito da estrutura econômica. A escassez de oportunidades profissionais para os jovens altamente qualificados é freqüentemente citada pelos que partem.

Assim, os diplomados de escolas especializadas têm menos tendência a deixar seus cantões de origem, mesmo rural, porque têm melhores chances de encontrar emprego do que os universitários.

A presença de uma universidade ou de alta escola superior pode, no entanto, atenuar o fenômeno. Um exemplo é que os jovens do Ticino (região, de língua italiana) emigram menos depois da abertura da Universidade da Suíça Italiana. De um lado, porque são mais numerosos a estudar na própria região, de outro porque a existência da alta escola favorece a criação de empregos de forte valor agregado.

Riqueza cultural

Entre os outros fatores que estimulam a emigração, a OFS cita a atratividade cultural dos centros urbanos.

Emfim, a tencência ao êxodo aumenta com a idade dos estudantes no momento em que se formam. Os mais velhos, que já viviam fora do aconchego familiar antes do início dos estudos, têm menos razões de retornar às suas regiões de origem do que aqueles que mantiveram laços familiares fortes.

A nível nacional, a tendência é clra: os cantões universitários atraem mais jovens diplomados em prejuízo dos cantões periféricos. A taxa média de êxodo nos cantões que têm uma universidade é inferior de 47% à dos cantões não universitários, afirma ainda o estudo da OFS.

swissinfo com agências

A Divisão Federal de Estatística recolheu dados junto ao conjunto dos diplomados das universidades e altas escolas suíças.

58 mil diplomados receberam os questionários, nas turmas de 1998, 2000, 2002 e 2004.

A taxa de resposta foi de aproxidamente 60%.

Na Suíça, 24,8% dos homens e 15% das mulheres entre 25 e 64 anos têm um diploma universitário ou de uma alta escola especializada (dados de 2006).

13,7% dos homens e 6,2% das mulheres fizeram uma formação profissional superior.

48,3% dos homens e 56,1% das mulheres têm uma formação profissional ou geral.

13,2% dos homens e 22,5% das mulheres entre 25 e 64 anos não foram além da escolaridade obrigatória.

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