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“Brasil quer exportar e importar mais”

Deiss encontra Antonio Palocci, ministro da Fazenda, e transmiste reclamações dos empresários suíços. Keystone

O segundo encontro da delegação suíça em Brasília foi com o ministro da Economia, Antonio Palocci.

Aí começaram as queixas e reivindicações dos empresários suíços que acompanham o ministro Joseph Deiss na viagem ao Brasil. Essas intervenções haviam sido minuciosamente preparadas anteriormente, em diversas reuniões.

Em linhas gerais, os suíços reclamam dos procedimentos burocráticos, da complexidade, das tarifas que consideram excessivas e da falta de transparência da administração brasileira.

Apesar de presente há bastante tempo no Brasil, o setor que mais queixas tem é o da indústria farmacêutica. “Depois que existe uma lei de patentes no Brasil, depositamos 18 mil pedidos e só obtivemos três registros”, afirma Alexandre Jetzer, do Conselho de Administração da Novartis. “Existem casos de remédios homologados nos EUA e na Europa e que o Brasil exige novos testes”.

A indústria farmacêutica considera que está atualmente no bancos dos réus no Brasil e teme também que se generalize o princípio da quebra de patentes para a produção de genéricos, admitida na Organização Mundial do Comércio para casos de epidemias que ameacem a saúde pública.

“Sem proteção de patentes não há pesquisa nem inovação” afirma Ernst Egli, dirigente da Roche no Brasil.

Pirataria é problema

O setor de máquinas, que também produz no Brasil, reclama que as taxas de importação de peças são muito caras. O setor relojoeiro esta preocupado com a falsificação no Paraguai e o contrabando para o Brasil mas também com as tarifas e impostos que estão tornando os relógios suíços excessivamente caros no Brasil, segundo o presidente da Federação Relojoeira Suíça, Jean-Daniel Pasche.

O ministro Antonio Palocci ouviu atentamente as queixas e, ao final do encontro, declarou a swissinfo que “as posições do ministro suíço da Economia têm sido muito clara e isso facilita as coisas”.

Disse ainda que “temos todo o interesse em fortalecer a presença da indústria suíça no Brasil e gostaríamos de criar um novo momento nas nossas relações”.

Palocci também referiu-se ao comércio dos dois países como sendo “de qualidade” na importação e na exportação. “Queremos que as relações comerciais com países que produzem qualidade seja uma relação crescente na exportação e na importação”, concluiu o ministro brasileiro da Economia.

swissinfo, Claudinê Gonçalves, Brasília

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