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“Nati” suíça enfrenta turbulências na concentração

Cinco mil torcedores assistiram ao primeiro treino da Suíça em Freienbach. Keystone

A três dias da abertura da Euro, o técnico Köbi Kuhn ainda tem sérias dúvidas para escalar sua equipe. O atacante Marco Streller reage às vaias e anuncia que abandonará a seleção após o torneio.

Kuhn está preocupado também com o estado de saúde de sua mulher, que se encontra hospitalizada. O médico da seleção critica o sensacionalismo da mídia em torno do drama familiar.

“Neste local treina, relaxa e fala a seleção nacional suíça”, anuncia uma faixa na entrada de Feusisberg, um povoado de 4.600 habitantes próximo ao Lago de Zurique, onde a “Nati” está hospedada.

Para ser preciso, o primeiro treino público, com a presença de 5 mil torcedores, foi feito no povoado vizinho de Freienbach, o relaxamento ocorre o hotel Panorama Resort & Spa e as entrevistas são concedidas na nova barraca da imprensa.

O recado mais claro vem do médico da equipe, Roland Gross, que se mostra irritado com os boatos veiculados na mídia sobre o estado de saúde de Alice Kuhn, mulher do treinador suíço.

Segundo a Associação Suíça de Futebol (ASF), ela foi hospitalizada na segunda-feira (01/06), após sofrer um “ataque epiléptico”. Alguns meios de comunicação noticiaram que ela sofreu uma “hemorragia cerebral”.

“Na segunda-feira, eu não estava bem, mas isso nada tinha a ver com o futebol. Agora estou contente por estar aqui, aliviado, porque o prognóstico médico para minha mulher é favorável”, disse Köbi Kuhn, tentando voltar à normalidade após o choque do drama familiar.

Perseguido pelo azar



Ele disse que novamente está 100% concentrado no trabalho da seleção, que ainda parece um canteiro de obras a três dias do apito inicial da Eurocopa. Às vésperas do torneio, Kuhn teve de renunciar ao atacante Blaise Nkufo e ao goleiro Fabio Coltorti, ambos contundidos.

Seguiram-se as contusões do zagueiro Steve von Bergen e do meio-campista Tranquillo Barnetta. Este último não disputou qualquer jogo preparativo da seleção, treinou sozinho ontem e ainda é uma dúvida para o primeiro jogo da Euro.

Além disso, Kuhn criticou o zagueiro Patrick Müller, que voltou à equipe após uma ruptura dos tendões, mas teve um desempenho fraco no último teste da Suíça antes da Euro (3 a 0 contra Liechtenstein, no último sábado).

Longe da forma ideal está também o atacante Marco Streller, que saiu vaiado do jogo contra Liechtenstein. Irritado com as vaias, ele anunciou que vai pendurar as chuteiras da seleção após a Eurocopa. O comando técnico da equipe ainda tenta convencê-lo a ficar.

Otimismo da torcida



As turbulências na concentração e as preocupações do técnico, porém, não baixaram o astral dos torcedores no primeiro treino público. Eles aplaudiram a seleção e foram recompensados com autógrafos. Vermelho foi a cor dominante na arquibancada. Só faltou estender o tapete vermelho para os jogadores.

O que os fãs viram no gramado, durante 60 minutos, porém, não foi “aquele show de bola”. Por isso, logo se formou uma fila diante da barraquinha que vendia batatas fritas. Mais duas vezes 5 mil torcedores poderão assistir aos treinos da “Nati” Freienbach. Daí a Euro se torna séria para a Suíça.

swissinfo, Geraldo Hoffmann (com agências)

O técnico Köbi Kuhn enfrenta problemas em todos os setores da seleção, mas é a zaga que lhe causa a maior preocupação.

Nos 19 amistosos disputados entre a Copa 2006 e a Eurocopa 2008, a equipe tomou 26 gols e só marcou 24 – um balanço nada promissor para a co-anfitriã da Euro.

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