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A paixão de fazer e ensinar o automóvel

Freanco Sbarro no Salão de Genebra 2004. Keystone

Suíço de origem italiana, Franco Sbarro sabe quase tudo de automóvel. Quase, porque ninguém sabe tudo!

Há 45 anos ele desenha, transforma e constrói automóveis, com tanto entusiasmo que parece que começou ontem. Há 17 anos, Sbarro descobriu uma outra paixão: ensinar aos jovens o que sabe.

No estande da Sbarro no Salão de Genebra, um grupo de jovens de várias nacionalidades se agita em torno de alguns veículos que construiram ou transformaram.

Tinha muito a oferecer

Entre um cumprimento e outro, uma entrevista e outra, Franco Sbarro incita jornalistas e fotógrafos e falarem com seus alunos do Espaço Sbarro Pedagógico de Estudos e Realizações Automobilísticas (ESPERA). A turma deste ano tem média de 23 anos.

“Eu mesmo, quando comecei, tinha muito engenheiro que me escondia o que sabia. No fundo, acho que eles não sabiam muito ou não estavam seguros de si”, afirma Sbarro.

“Eu tinha muito a dar, por isso estou nisso”. Em 17 anos de ensino, ele já formou 300 alunos e mais de uma centena ficaram na profissão, inclusive na Pinifarina, a prestigiosa marca italiana de design de automóvel.

Em Casablanca, no Marrocos, existe um escola e ateliês de construção dirigida por ex-alunos marroquinos de Franco Sbarro.

Novas vocações

A ESPERA funciona atualmente em Pontarlier, na França, pertinho da fronteira suíça. Tem 30 alunos por ano e, para entrar, é preciso ter pelo menos 18 anos, segundo grau completo e muita motivação. O “professor” entrevista pessoalmente cada candidato. “Exijo respeito, pontualidade e perseverança”, explica Sbarro.

Um ano de curso

As aulas são teóricas e práticas e, em um ano, o aluno cria um veículo, do design ao acabamento. Para o ano letivo 2004-2005, o curso, em tempo integral, custa um pouco mais de 11 mil euros, fora moradia, alimentação e despesas pessoais.

“O curso é uma abertura de portas e o que digo a eles é que fiquem sempre atentos à evolução, à proximidade e necessidades das pessoas. É assim que o automóvel evolui”, afirma Sbarro.

Em Grandson, oeste da Suíça, onde a Escola Espera funcionou de 1992 a 2001, Franco Sbarro tem outra atividade pedagógica.

Duas vezes por mês, aos sábados, ele recebe jovens, geralmente acompanhados dos pais, para um primeiro contato com os ofícios do automóvel (pintura, mecânica etc).

Alguns gostam da experiência e voltam várias vezes. “O objetivo é desmistificar o processo de fabricação do automóvel e, ao mesmo, suscitar novas vocações”, explicou Sbarro à swissinfo, antes de ser cumprimentado por um executivo da Ferrari, pelo modelo que ele transformou e está exposto no Salão de Genebra.

swissinfo, Claudinê Gonçalves, Genebra

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