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Acordo judeus-bancos teve apoio decisivo de Clinton

Presidente Clinton e Edgar Brofman durante jantar de gala dia 11 de setembro, em Nova York Keystone

Bancos suíços acertaram em 1998 com o Congresso Judaico Mundial um acordo de indenização de US$ 1,25 bilhão de dólares pelas contas inativas de vítimas do holocausto nazista. Autor americano denuncia que o presidente Clinton estava pessoalmente envolvido.

Nas fortes pressões contra os bancos e o governo da Suíça, o ex-senador americano, Alfonse d’Amato, aparecia como a figura política dos Estados Unidos mais atuante para reforçar as reivindicações judaicas.

O jornal suíço, Le Temps, publicado em Genebra, consagra quase uma página ao livro recém-publicado “Between the Alps and a Hard Place”, do americano Angelo Codevilla, apontando envolvimento pessoal do presidente Bill Clinton. Apoio que teria sido decisivo para fazer a balança pender para o lado do Congresso Judaico Mundial, CJM.

O jornal traz uma grande foto de Bill Clinton ao lado do presidente do CJM, Edgar Bronfman, por ocasião de banquete “Partners in History” (parceiros na História), em Nova York, no mês de setembro, em comemoração pelos resultados das negociações com os bancos suíços.

Clinton e acessoriamente sua esposa Hillary teriam, segundo o autor, orquestrado uma campanha de publicidade que caricaturizava a Suíça. E apoiando o CJM estaria pagando uma dívida porque Bronfman foi o empresário que mais contribuiu para a campanha de reeleição do presidente Clinton em 1996, com um montante de mais de 1 milhão de dólares.

Em entrevista difundida recentemente pela TV da Suíça de expressão francesa, Hillary repetiu diálogo mantido com Bronfman segundo o qual os bancos suíços poderiam “ser dobrados” somente com apoio do presidente Clinton. Confirmava assim o papel exercido pelo seu marido no bilionário acordo.

O governo suíço levou quase dois anos para tomar consciência do peso da influência do governo americano e três para reagir. Mas a essa altura, escreve o Le Temps “os bancos estão a ponto de ceder”.

O jornal assinala que o autor de “Between the Alps and a Hard Place” não é observador neutro. “Angelo Codevilla é um ultraconservador que acredita serem os democratas incapazes de realizar uma política estrangeira séria”.

swissinfo com agências.



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