Adesão à UE é projeto em andamento, diz chanceler
O governo suíço tem apresentado a adesão à União Européia como "um objetivo estratégico". O ministro das Relações Exteriores, Joseph Deiss, preferiu a fórmula "projeto em andamento" ao discursar segunda-feira no Instituto Europeu de Zurique.
Dia 21 de maio o povo suíço aprovou 7 acordos bilaterais de cooperação com a União Européia. O governo, a imprensa e os meios econômicos batalharam duro pelo sim. A aprovação foi maciça: 76,2 por cento.
Os acordos, alguns dos quais controvertidos como o da livre circulação de pessoas, devem entrar em vigor no ano que vem. No momento a maioria dos suíços é contra a adesão.
O governo suíço não retirou seu pedido de adesão – congelado em 1992 – após rejeição por 50,3 por cento do eleitorado do chamado Espaço Econômico Europeu ( EEE) que implicava uma participação econômica da Suíça na União Européia
Estimulado pelo SIM aos acordos bilaterais o ministro das Relações Exteriores estima porém que não se deve fazer uma “pausa de reflexão”.
Deiss não propõe data alguma para a adesão e avança o argumento de que se precisa começar logo a prepará-la, até porque transcorreram 8 anos entre a rejeição do EEE e a aprovação dos acordos bilaterais.
E o ministro realça: “Se quisermos realizar esse objetivo a longo prazo, devemos começar agora, sem demora”.
Nesse ponto, o governo e o Parlamento tem muito trabalho pela frente. Deve efetuar várias reformas, a começar por uma reforma fiscal que implica duplicação do Imposto sobre Valor Agregado, IVA (imposto sobre consumo). Na União Européia ele é de 15 por cento.
Precisa também adaptar sua política agrícola e verificar as conseqüências de uma adesão para a democracia direta suíça.
Resta que a posição do ministro, não inteiramente em sintonia com os outros membros do governo e com os partidos políticos, vai dar ainda muito que falar.
J.Gabriel Barbosa
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