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Aeronave suíça invade mercado americano

O Pilatus PC-12 sobrevoando os Alpes suíços (foto: Daniel Bühler/Pilatus) Daniel Bühler/Pilatus

O avião PC-12 é um dos grandes sucessos comerciais da Pilatus. Segundo a direção do fabricante suíços de aviões, ele está sendo vendido "como pão fresco" no exterior.

Os Estados Unidos é um dos mercados mais promissores, como mostra sua subsidiária no Colorado: lá ela vendeu 63 das 80 aeronaves do modelo comercializadas em 2005.

“O sucesso desse avião se explica pela sua economia e também versatibilidade. Custa dinheiro comprá-lo, porém sua operação termina amortizando todas as despesas”, explica otimista Fred Muggli, diretor de marketing da Pilatus.

Além dos resultados em números, o fabricante suíço de aviões também tentou convencer o repórter da swissinfo através de um passeio aéreo no PC-12 sobre um impressionante cenário dos Alpes, incluindo também a própria montanha Pilatus.

O pequeno monomotor com turbo propulsor necessita apenas de 800 metros de pista para decolar e 560 metros para pousar. O modelo testado foi comprado pela Polícia Montada do Canadá e custou 3,5 milhões de francos (US$ 2,9 milhões) para transportar médicos. O comprador mais comum são pessoas privadas, cujo objetivo é o transporte fácil e econômico.

O PC-12 é atualmente a aeronave mais vendida no seu segmento: no início do ano comercial de 2005 já haviam sido vendidos 500 exemplares do avião. A vantagem é que a concorrência no mercado é reduzida.

“Para o PC-12 existe apenas um grande competidor: o King Air”, relata Oscar Schwenk, presidente da Pilatus. O King Air é um bimotor fabricado pela empresa americana Raytheon Aircraft Company.

Resistência

O vôo é silencioso e, depois de superar alguma turbulência, tranqüilo. O PC-12 tem dois assentos no cockpit, seis no compartimento de passageiros e um minúsculo banheiro. Seu alcance é de 4 mil quilômetros e uma velocidade máxima de 270 nós (500 km/h).

Apesar disso, mesmo o piloto assegurando que o PC-12 é um sonho para voar e absolutamente seguro, muitos passageiros podem ter suas reservas em relação a uma aeronave que funciona com apenas um motor.

“Existia realmente uma resistência ao projeto no começo. Para muitos, uma aeronave desse tamanho com apenas um motor não poderia ser facilmente vendida”, explica Muggli. Para o chefe de marketing, a única forma de convencer os clientes é participar de todas as feiras de aviação. “E se você voa no PC-12, não é necessário muito para se convencer da sua qualidade”.

História

A Pilatus atravessou um longo caminho desde que a empresa foi fundada em 1939 em Stans, capital do cantão de Nidwalden, para fornecer aviões ao exército suíço. Até hoje sua sede está no mesmo lugar, apesar de manter hoje em dia subsidiárias em Altenrhein e Genebra (Suíça), Broomfield, Colorado (EUA) e Adelaide (Austrália).

Em grande parte, a empresa pertence a investidores suíços. O modelo PC-12 é responsável por quase 70% das vendas da Pilatus, comparado com apenas 13% para o modelo militar de treinamento PC-21.

“Estamos numa posição muito vantajosa. Realmente estamos vendendo o PC-12 como se ele fosse pão fresco, mas temos ainda novas idéias. Porém não pretendemos aumentar a produção no futuro próximo”, diz Muggli.

Encomendas suíças

A Pilatus espera atualmente a confirmação para a encomenda de vários exemplares do PC-21 pela Força Aérea da Suíça. “Uma oferta já foi enviada para a Armasuisse, a estatal responsável pela compra de material militar do governo”, explica Schwenk.

Ela admite que o “processo decisório extremamente lento” das esferas políticas é um dos vários fatores, inclusive também a instabilidade do dólar e política – os ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA reduziram na época em quase 100% as vendas da empresa. O presidente da companhia acredita, porém, que o futuro trará bons negócios.

“Somos uma empresa sólida. Pensamos a longo termo”, diz e cita também as perspectivas do mercado chinês. “O país pode ser um importante mercado no futuro, porém ainda falta ter a infra-estrutura para isso”.

Para a Pilatus, os EUA continuarão a ser o mercado mais importante para o PC-12, pelo menos nos próximo cinco anos. Se o contrato com as forças armadas da Suíça der certo, a empresa poderá ter boas chances também na área de treinamento. “A Força Aérea Suíça tem uma excelente reputação internacional”.

swissinfo, Thomas Stephens

O fabricante de aviões Pilatus é o líder mundial no setor de produção de monomotores com turbo propulsor e a única companhia suíça a desenvolver, produzir e vender aeronaves e sistemas de treinamento de vôo em todo o mundo.

A companhia iniciou em 1999 o desenvolvimento de um novo sistema de treinamento completamente novo, o PC-21.

Os modelos Pilatus PC-6, PC-7 e PC-9 são utilizados em diversas forças armadas estrangeiras.

A Pilatus está localizada em Stans, no cantão de Nidwalden. Ela emprega 1.100 funcionários na Suíça.

Números da Pilatus em 2005 (2004):
Faturamento: 466 milhões de francos suíços (464 milhões).
Aviões vendidos: 89 (83)
Lucro líquido: 34 milhões (7 milhões)
Investimento em desenvolvimento e pesquisa: 17 milhões (42 milhões)
Empregados: 1.330 (1.284)

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