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'Vacinagate' no Peru: Ministério Público interroga chefe de ensaios clínicos

Enfermeira prepara dose da vacina desenvolvida pela Sinopharm da China contra a covid-19 durante campanha de vacinação de profissionais de saúde em meio à pandemia de coronavírus, em Ate, distrito de Lima, em 19 de fevereiro de 2021. afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 03. março 2021 - 19:03
(AFP)

O Ministério Público peruano interrogou nesta quarta-feira (3) o médico responsável pelos testes de uma vacina contra a covid-19 no país, devido à imunização irregular de 470 pessoas, incluindo o ex-presidente Martín Vizcarra.

O Dr. Germán Málaga, chefe dos ensaios clínicos da chinesa Sinopharm no Peru em 2020, foi interrogado em Lima pela equipe do promotor Ramiro González, que investiga o escândalo conhecido como "Vacinagate" ou "VacinaVIP".

"Peço mil desculpas [por não falar com a imprensa]. No momento [oportuno] faremos o pronunciamento correspondente. Não mereço isto", disse o médico ao deixar a sede do MP em Lima.

Málaga foi convocado depois que se soube, em 11 de fevereiro, que Vizcarra havia sido vacinado semanas antes de ser destituído e antes da campanha oficial de imunização.

O escândalo aumentou dias depois, quando as autoridades revelaram que 122 funcionários públicos estavam na lista dos 470 vacinados irregularmente (a princípio foram informados 487), entre eles dois ministros do atual governo interino de Francisco Sagasti, que renunciaram.

Os 470 receberam algumas das 3.200 doses extras que o laboratório chinês destinou aos testes com 12.000 voluntários peruanos.

Málaga não deu explicações convincentes ao Congresso sobre os critérios para a imunização destas pessoas, que incluem sua filha, acadêmicos, empresários, o dono de um restaurante chinês e o núncio no Vaticano.

O médico foi suspenso do cargo de pesquisador da Universidade Peruana Cayetano Heredia em 17 de fevereiro. No mesmo dia, o reitor e dois vice-reitores da instituição, que também foram vacinados, renunciaram.

Málaga também foi questionado por tomar três doses da vacina, em vez das duas do protocolo, e de ter feito o mesmo com outras 30 pessoas.

Advogados do governo pediram a prisão preventiva do médico.

Os 470 vacinados estão sob o acompanhamento do Ministério Público e do Congresso, e os opositores de Vizcarra, em campanha para as legislativas de 11 de abril, querem que o Parlamento o desqualifique para cargos públicos por 10 anos.

A maioria foi vacinada em setembro e outubro, sob o mandato de Vizcarra, disse Sagasti em 18 de fevereiro, o que significa que o fizeram antes que a Sinopharm recebesse luz verde em 31 de dezembro.

A vacinação contra a covid-19 começou no Peru em 9 de fevereiro e por enquanto é destinada apenas a profissionais de saúde.

Para incentivar a população, o presidente Sagasti recebeu publicamente a primeira dose no primeiro dia e a segunda na terça-feira.

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