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Abordagem imunológica é nova arma contra câncer mieloma múltiplo

(Arquivo) Um paciente com câncer passa por cirurgia, em Lyon, no dia 10 de abril de 2014 afp_tickers

Um novo tipo de terapia imune tem se mostrado promissora contra o terceiro tipo mais frequente de câncer no sangue, o mieloma múltiplo – informaram os investigadores nesta quarta-feira.

A droga, elotuzumab, é um anticorpo monoclonal – um tipo de célula imunológica – fabricado pelo laboratório Bristol Myers Squibb, e a versão de teste foi aprovada ano passado pela Food and Drug Administration (FDA), a agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos.

O estudo clínico de fase III – etapa em que se tenta demonstrar a segurança, eficácia e benefício terapêutico do novo medicamento – analisou 646 pessoas com mieloma múltiplo reincidente após o tratamento inicial com a terapia padrão, à base de lenalidomida e dexametasona.

Os doentes foram distribuídos aleatoriamente para receber ou a terapia padrão, ou a terapia padrão combinada com o elotuzumab. Foi um estudo aberto, ou seja, os médicos e os pacientes sabiam quais drogas estavam tomando.

Depois de um período de acompanhamento de cerca de dois anos, aqueles que tomaram a droga adicional tiveram um risco 30% menor de morrer ou de ter o retorno do câncer, em comparação com o outro grupo.

Aqueles no grupo que recebeu elotuzumab também viveram uma média de 19,4 meses sem o agravamento da doença, em comparação com 14,5 meses no grupo padrão, uma diferença que os pesquisadores descreveram como “significativa”.

Sagar Lonial, diretor médico do Instituto do Câncer Winship da Universidade Emory, disse que a remissão mais longa e a maior taxa de resposta global no grupo do elotuzumab veio sem um grande aumento dos efeitos colaterais e nenhuma redução na qualidade de vida.

Ele disse que o medicamento atua tanto nas células tumorais quanto na ativação da defesa natural do sistema imunológico.

“Em muitos aspectos, é uma espécie de golpe duplo em termos do próprio tumor”, explicou a repórteres em uma teleconferência.

O estudo foi financiado pela Bristol Myers-Squibb e pela Abbvie, uma empresa de pesquisa farmacêutica. Foi lançado antes da conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que será realizada no final deste mês em Chicago.

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