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Alívio no México após fase crítica da pandemia

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, recebe a primeira dose da vacina AstraZeneca contra covid-19, em 20 de abril de 2021 no Palácio Nacional da Cidade do México afp_tickers

O México, severamente afetado pela covid-19, registra há dois meses e meio uma queda no número de mortes e hospitalizações, ao contrário de outros países da região que vivem uma nova onda de infecções.

Depois de um início de ano mortal, o país – que acumula 215.113 óbitos – mostra uma perspectiva “animadora”, disse nesta terça-feira (27) o presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador, que superou a doença em fevereiro.

“O contágio da covid está diminuindo, os malefícios da pandemia estão diminuindo em todo o país (…) É animador, é ar fresco”, disse o presidente em entrevista coletiva.

No entanto, López Obrador, acusado por uma parcela da população de má gestão da crise, pediu para a população não relaxar e manter os cuidados.

São 14 semanas consecutivas de redução de indicadores, afirmou o subsecretário de Saúde, Hugo López-Gatell, porta-voz da estratégia contra o coronavírus.

Segundo ele, as mortes passaram de 9.549 por semana para 1.621, enquanto as hospitalizações caíram de um pico de quase 27.000 para cerca de 6.000 hoje.

Os casos estimados caíram de 112.415 para 18.953, acrescentou López-Gatell, embora o país não realize testes massivos. No total, são contabilizados 2,3 milhões de casos.

O México, com 126 milhões de habitantes, é o terceiro país com mais mortes em números absolutos, embora seja o décimo nono por sua taxa de mortalidade a cada 100.000 habitantes.

– Imunidade de rebanho? –

O mês mais mortal da epidemia no México foi janeiro, com uma média diária de 983 óbitos, que as autoridades atribuíram às reuniões de final de ano.

Com o passar das semanas, a situação mudou, ao contrário de países como Brasil, Chile, Colômbia ou Equador, que enfrentam uma nova onda de infecções e aumentam as medidas restritivas.

“Não temos uma explicação clara e coerente, como Israel ou os Estados Unidos, que tiveram uma cobertura vacinal muito ampla. Mas temos um comportamento contrário a outros países”, Malaquías López, professor de saúde pública da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

Entre as hipóteses que explicariam a queda, López cita uma possível imunidade de grupo ou de rebanho e a estratégia de vacinação. Mas “estudos sérios têm que ser realizados que nos mostrem as proporções de pessoas com anticorpos, que nos deem uma ideia de que, tendo corrido tão livremente no México (o vírus), o quão perto podemos chegar do número mágico da imunidade de grupo”, disse.

Desde o último dia 24 de dezembro, já foram aplicadas 16,5 milhões de doses, principalmente em profissionais de saúde e idosos. Com a imunização desse último grupo, o governo pretende reduzir em 80% as mortes.

Uma projeção de especialistas da Universidade Autônoma de San Luis Potosí, citada pelo governo, indica que 58% da população já teria anticorpos contra o vírus, adquiridos por contágio ou por vacinação.

Após atingir o menor índice de internações na semana passada (25% dos leitos disponíveis estão ocupados), as autoridades da Cidade do México liberaram na segunda-feira a reabertura de estabelecimentos privados, fechados desde 23 de março de 2020, embora com capacidade limitada.

Também serão permitidos encontros ao ar livre, como festas infantis, com no máximo 50 pessoas e sob medidas sanitárias.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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