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Alto funcionário dos EUA chega à Venezuela para conversar com Maduro

Thomas Shannon (E), conselheiro do Departamento de Estado, durante encontro com o presidente hondurenho Juan Orlando Hernández em Tegucigalpa em novembro de 2014 afp_tickers

Thomas Shannon, conselheiro do departamento americano de Estado, chegou nesta terça-feira a Caracas para se reunir com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou a imprensa local.

Segundo o jornal Últimas Notícias, Shannon “traz em sua agenda a busca por um acordo para a Cúpula das Américas e conversará com a chanceler Delcy Rodríguez e com o presidente Nicolás Maduro”.

O jornal El Universal assinala que Shannon se reunirá com Maduro nesta quarta-feira.

A visita de Shannon ocorre no momento em que Maduro realiza uma campanha nacional e internacional para exigir que o presidente americano, Barack Obama, anule o decreto de março passado que qualifica a situação da Venezuela como uma “ameaça extraordinária” à segurança dos Estados Unidos.

Nesta terça, Washington baixou o tom quando Ben Rhodes, alto integrante do Conselho de Segurança Nacional, assinalou que os “Estados Unidos não acreditam que a Venezuela represente uma ameaça para sua segurança”.

Ricardo Zúñiga, responsável para América Latina do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que a Casa Branca não possui “nenhum programa hostil” em relação a Caracas. “Estamos interessados no sucesso da Venezuela, em sua prosperidade, sua segurança, estabilidade e democracia. Nós somos o principal parceiro comercial da Venezuela”.

Na noite desta terça-feira, Maduro saudou as declarações de Rhodes e de Zúñiga, e afirmou que a mudança de postura dos Estados Unidos se deve ao “clamor mundial” para apoiar seu governo.

Obama e Maduro concordam que a Cúpula das Américas, prevista para a próxima sexta-feira, no Panamá, será palco de discussão sobre a situação política na Venezuela.

A Venezuela vive uma polarização política desde o início de 2014, quando uma onda de protestos contra Maduro deixou 43 mortos, centenas de feridos e milhares de detidos, incluindo o líder opositor Leopoldo López, acusado de fomentar a violência nas manifestações.

Nesta terça-feira, a promotoria venezuelana denunciou formalmente por “conspiração” o prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, detido em 19 de fevereiro passado sob a acusação de participar de um complô contra o governo.

O promotor de Caracas, José Luis Orta, acusou Ledezma pelos “crimes de conspiração e associação ilícita”, e solicitou a manutenção da prisão do político, detido em seu gabinete por membros da Inteligência militar.

O prefeito está na prisão militar de Ramo Verde, 30 km de Caracas, onde também permanece – desde 18 de fevereiro de 2014 – Leopoldo López.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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