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América Central prepara plano regional para atender crise migratória

A chanceler guatemalteca, Sandra Jovel, na Cidade da Guatemala, em 6 de março de 2019 afp_tickers

Países da América Central trabalham num plano para atender a crise migratória na região, acentuada no ano passado pela separação de famílias que foram para os Estados Unidos e as grandes caravanas de pessoas que vão para o país, disse nesta terça-feira (4) a chanceler guatemalteca Sandra Jovel.

Jovel disse que o plano “integral” estará pronto “o mais rápido possível”, ao abrir na capital guatemalteca uma reunião com chanceleres da região, às vésperas do encontro de presidentes do Sistema da Integração Centro-Americana (Sica).

“Atualmente os países-membros e a Sica se encontram no processo de coleta de dados que servirão para dar base a um relatório, que apresentará recomendações para a formulação de um plano de ação” para atender a migração, acrescentou.

A América Central atravessa uma crise migratória principalmente pelo êxodo em massa para os Estados Unidos de pessoas, que fogem da violência e da pobreza na região, principalmente da Guatemala, Honduras e El Salvador.

A crise migratória ganhou mais atenção no ano passado quando se tornou pública a separação de pais e filho migrantes na fronteira americana.

Jovel destacou que o plano “complementará” o trabalho que cada país realiza em relação ao assunto, e terá “um estudo das causas e as consequências da migração”.

Os presidentes centro-americanos se reúnem nesta quarta-feira na Cidade da Guatemala para falar sobre economia e segurança, com a crise migratória como pano de fundo.

No encontro, El Salvador substituirá a Guatemala na presidência temporária da Sica.

A saída de caravanas de migrantes tem irritado o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusa os governos da América Central e México de não fazer o suficiente para impedi-las.

Em relação ao êxodo para os EUA, o presidente de Guatemala, Jimmy Morales, afirmou nesta terça-feira que não há autorização para entrada de tropas americanas no país para impedir a passagem de migrantes pela fronteira com o México, após uma polêmica sobre o suposto envio de soldados americanos.

“Na Guatemala não há autorização para a entrada de tropas norte-americanas nem de outro país” porque a segurança é de responsabilidade da polícia civil e do exército, disse o presidente à imprensa.

No sábado passado, a veículos de comunicação guatemaltecos divulgaram uma carta do congressista americano Vicente González, enviada em abril ao presidente Donald Trump, na qual garante que Morales estaria disposto aceitar as tropas dos Estados Unidos para conter a onda migratória.

Morales lembrou que os militares dos EUA que estão no país chegaram para realizar trabalhos humanitárias, como ocorreu há um ano após a erupção de um vulcão que deixou 202 mortos e 229 desparecidos.

Com os Estados Unidos há “cooperação tanto civil como militar, mas isso não é envio de tropas (…), sob nenhuma circunstância”, destacou.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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