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Argentina processa gráfica dos EUA por decretar falência

Simpatizantes da presidente Cristina Kirchner participam de ato contra os 'fundos abutres', no estádio Luna Park, em Buenos Aires, em 12 de agosto de 2014 afp_tickers

A presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou que o governo entrou com uma ação penal contra a gráfica americana Donnelley, acusando-a de forjar sua falência e de estar ligada ao “fundo abutre” NML.

O fundo especulativo NML derrotou a Argentina na Justiça em um processo por sua dívida em “default”.

“De fato, argentinos e argentinas, apresentamos uma denúncia penal, desta vez perante a Justiça Federal, porque a quebra da Donnelley é um crime federal por alteração da ordem econômica e financeira”, escreveu a presidente em sua conta no Facebook, neste domingo.

A Donnelley disse ter registrado perdas entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões, além de ter demitido 400 funcionários em sua fábrica de Buenos Aires. A declaração foi contestada por Cristina Kirchner, segundo a qual uma inspeção fiscal comprovou que “(a empresa) não tinha dívidas, nem dificuldades financeiras”.

Esta semana, Kirchner acusou a Donnelley de “querer semear pânico e terror”. De acordo com a presidente, “detectamos que, entre seus acionistas, há um fundo de investimento, o Black Rock, que foi transferido por Paul Singer”, líder do fundo NML. Junto com Aurelius, o fundo ganhou em Nova York um processo para cobrar de forma integral uma dívida de US$ 1,33 bilhão.

No sábado à noite, a empresa divulgou um comunicado, culpando sindicatos e o Ministério do Trabalho pelo fracasso das estratégias para evitar a quebra. A Donnelley alegou que “ficou sem opções para enfrentar a crise, que inclui a alta dos custos pela inflação, a alta do custo trabalhista, o aumento dos insumos para produção, a desvalorização e a incapacidade de cumprir os vencimentos das dívidas”.

Também negou que a quebra tenha relação com a batalha legal pela dívida em “default” e afirmou que o tema “não foi discutido com nenhuma outra empresa, acionista, ou detentor de bônus”.

“Não temos qualquer relação com a presente situação com os credores da Argentina”, insistiu a Donnelley.

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