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As ações da OMS no combate à pandemia de coronavírus

O diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan; o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus (centro); e a líder técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, participam de coletiva em 28 de fevereiro de 2020 afp_tickers

Acusada pelos Estados Unidos de não avaliar – ou encobrir – a gravidade da doença causada pelo novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma cronologia sobre a epidemia em 9 de abril, 100 dias após ter sido informada do primeiro caso de COVID-19.

Na terça-feira (14), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que seu país, o primeiro contribuinte da organização, vai suspender seu financiamento, enquanto avalia sua ação diante da pandemia.

Confira abaixo as principais ações realizadas pela OMS desde o surgimento do novo coronavírus em dezembro passado, na China, até a declaração de uma pandemia em 11 de março:

– Primeiro foco em Wuhan –

Em 31 de dezembro de 2019, a China revela a existência de um surto de pneumonia em Wuhan, na província de Hubei. Há 44 casos, dos quais 11 deles graves.

Em 1º de janeiro de 2020, a OMS ativa uma célula de gerenciamento de crises em sua sede em Genebra, “colocando a organização no modo de emergência”.

Em 4 de janeiro, a organização observa nas redes sociais “a existência de um foco de pneumonia, sem mortes, em Wuhan” e, no dia 5, lança seu primeiro boletim informativo sobre o vírus.

Em 10 de janeiro, publica um guia técnico dirigido a seus 194 Estados-membros para saber como detectar, realizar testes e gerenciar possíveis casos.

Naquele momento, dados científicos sugeriam “transmissão inexistente, ou limitada, de humano para humano”.

– Primeiros casos no exterior –

Em 11 de janeiro, a China transmite à OMS a sequência genética do vírus que provoca a COVID-19.

Em 13 de janeiro, a Tailândia anuncia o primeiro caso importado em seu território.

Em 14 de janeiro, Maria van Kerkhove, uma das responsáveis pela gestão da epidemia na organização, reconhece possível “transmissão limitada entre humanos” e que há risco de propagação. Essa observação repousa nos 41 casos confirmados “essencialmente entre os membros de uma mesma família”.

Nos dias 20 e 21 de janeiro, especialistas da OMS da China e da região do Pacífico Oeste vão a Wuhan.

Em 22 de janeiro, observou-se a transmissão entre humanos em Wuhan, em caso de contato próximo, como em uma célula familiar, ou no contexto de assistência médica, mas “outras investigações são necessárias para entender todo o mecanismo dessa transmissão”.

Nos dias 22 e 23 de janeiro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convoca um comitê de emergência de especialistas independentes para decidir se deve declarar uma “emergência de saúde pública de alcance internacional”.

O comitê não chega a um consenso e concorda em se reunir dez dias depois.

Em 28 de janeiro, uma delegação liderada por Tedros viaja para a China e, com o presidente chinês, Xi Jinping, concorda em enviar uma equipe internacional de cientistas para Wuhan.

– Pandemia –

Em 30 de janeiro, a OMS declara a epidemia de coronavírus uma “emergência de saúde pública de abrangência internacional”.

De 16 a 24 de fevereiro, uma missão científica com especialistas dos Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Nigéria, Rússia, Singapura e Canadá viaja para Wuhan.

Em 24 de fevereiro, uma equipe de especialistas da OMS e do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças viaja para a Itália, que se tornará, depois da China, o epicentro da epidemia no mundo.

Em 11 de março, a OMS declara a pandemia quando – explica a organização – “90% dos casos estão registrados em apenas quatro países, 81 países não relataram nenhum caso e 57 países anunciaram dez casos, ou menos”.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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