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Astronautas da Apollo morrem mais por doenças cardíacas devido à radiação

(Arquivo) O astronauta Edgar D. Mitchell, piloto da Apollo 14, posa com a bandeira dos Estados Unidos na superfície da lua, em foto cedida pela Nasa afp_tickers

Os astronautas da missão Apollo, os únicos que viajaram além da magnetosfera da Terra, envoltório que protege contra as radiações, morrem desproporcionalmente de doenças cardíacas, segundo um estudo publicado na quinta-feira na revista científica Scientific Reports.

A conclusão gera preocupações com a saúde de todos os seres humanos que sonham em viajar para a Lua, Marte ou além, enquanto agências espaciais e empresas privadas competem para expandir a presença extraterrestre da humanidade.

“Nós sabemos muito pouco sobre os efeitos da radiação do espaço profundo para a saúde humana, em particular para o sistema cardiovascular”, disse Michael Delp, da Universidade do Estado da Flórida.

Dos sete astronautas das missões Apollo da Nasa (entre 1968 e 1972) que já morreram, três (43%) sucumbiram a doenças cardiovasculares – um grupo que inclui infartos, aneurismas ou derrames cerebrais.

Esta taxa é de “quatro a cinco vezes mais alta” do que a observada entre os astronautas que nunca saíram da Terra (9%) e os que participaram de missões mais próximas ao nosso planeta, na órbita terrestre baixa, como os da Estação Espacial Internacional (11%).

“Esses dados sugerem que as viagens humanas para o espaço profundo podem ter sido mais prejudiciais à saúde cardiovascular do que se calculava anteriormente”, disseram os pesquisadores.

Além da magnetosfera – uma “bolha” magnética que serve como um escudo para Terra e seus habitantes -, os astronautas da Apollo foram expostos a níveis sem precedentes de radiação de partículas, disse o estudo.

Essas partículas são nocivas para os humanos porque podem atravessar a pele e danificar o DNA celular, segundo a Nasa.

A Estação Espacial Internacional, em comparação, orbita a 400 km da Terra, dentro da magnetosfera.

A Nasa planeja enviar uma missão tripulada para Marte na década de 2030, e já afirmou que proteção contra radiações “será uma tecnologia crucial” para a viagem espacial de mais de um ano de duração, assim como para explorar a superfície do Planeta Vermelho.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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