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Bachelet considera ‘preocupante’ detenção de ativistas de ONGs venezuelanas

Alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, em 21 de junho de 2021, em Genebra afp_tickers

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou sua preocupação nesta segunda-feira (5) pela prisão de três ativistas de uma ONG que criticava o governo venezuelano de Nicolás Maduro, acusados de “terrorismo”.

“A prisão de três membros da Fundaredes há apenas três dias é um exemplo preocupante [de restrições ao espaço cívico]”, disse Bachelet em um comunicado em Genebra, onde é realizado o Conselho de Direitos Humanos.

A ex-presidente chilena pediu então a Caracas que permita “acesso urgente [dos detidos] aos advogados de defesa de sua escolha” e que reveja o quadro jurídico vigente, especificamente “o controle desproporcional da sociedade civil”.

Durante seu discurso sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela, a autoridade da ONU criticou a “vinculação das atividades humanitárias e de direitos humanos ao terrorismo”.

No sábado, o diretor-geral da ONG Fundaredes, Javier Tarazona, e os ativistas Rafael Tarazona e Omar García foram indiciados “pelos crimes de traição, terrorismo e incitação ao ódio”, afirmou a advogada Stefania Migliorini.

Na sexta-feira, segundo a Fundaredes, agentes de inteligência os prenderam quando eles se dirigiram ao Ministério Público da cidade de Coro, estado de Falcón (noroeste), para denunciar que foram vítimas de “assédio e perseguição por funcionários” da polícia regional.

Em seguida, foram transferidos para Caracas. Um quarto ativista foi preso, mas acabou sendo liberado oito horas depois.

A Fundaredes acusa o governo de Maduro de apoiar líderes da dissidência das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano.

A ONG informou em março sobre confrontos no estado fronteiriço ocidental de Apure entre militares venezuelanos e irregulares colombianos antes que as próprias autoridades o fizessem.

E em maio, relatou o sequestro de oito soldados na fronteira, libertado poucos dias depois.

Segundo dados oficiais, 16 membros das Forças Armadas morreram no conflito. A situação na região obrigou o deslocamento de milhares de civis.

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