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BID lança instrumento financeiro para facilitar compra de vacinas

Enfermeira prepara dose da vacina desenvolvida pela Sinopharm da China contra a covid-19 durante campanha de vacinação de profissionais de saúde em meio à pandemia de coronavírus, em Ate, distrito de Lima, em 19 de fevereiro de 2021. afp_tickers

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou nesta quinta-feira (11) o lançamento de um instrumento financeiro para ajudar os países da América Latina e do Caribe a superar os obstáculos com as empresas farmacêuticas para a compra de vacinas contra a covid-19.

O presidente do BID, Mauricio Claver-Carone, informou que esta ferramenta, definida como uma “garantia parcial de crédito”, visa resolver as preocupações com relação ao custo potencial pelo uso de vacinas.

“Essencialmente, é um instrumento financeiro que dará garantias para contingências e obrigações, seja com os países ou com as empresas farmacêuticas”, explicou aos jornalistas. “Espero que ajude nas negociações bilaterais”.

A questão das obrigações de indenização foi identificada como o principal obstáculo na negociação de contratos bilaterais de vacinas por muitos dos 26 membros da organização, incluindo Argentina, Peru e Panamá.

Claver-Carone disse que cada caso foi diferente, mas descreveu as demandas contratuais das empresas farmacêuticas como cada vez “mais e mais onerosas” em detrimento das nações “desesperadas” pela vacina.

O chefe do BID afirmou que há um mês o presidente do Peru, Francisco Sagasti, mencionou a negociação com as farmacêuticas como um “grande problema”, realidade que Claver-Carone logo descobriu ser “um fator comum” em toda a região.

“A maioria dos países com quem falamos disse claramente que precisava de ajuda com essas negociações bilaterais”, disse.

Este “apoio financeiro” oferecido pelo BID também visa ajudar a formular e implementar reformas regulatórias que facilitem a aquisição e distribuição de vacinas, revelou a agência.

Um ano depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia devido ao novo coronavírus, a América Latina e o Caribe, com apenas 8% da população mundial, registram 27% das mortes globais por covid-19.

Claver-Carone acredita que esse impacto “desproporcional” do vírus é agravado pela “pior temporada de furacões em 50 anos” e pela aguda crise migratória derivada da situação na Venezuela.

“Portanto, precisamos que as vacinas cheguem à região para salvar vidas e impulsionar o crescimento e a recuperação econômica”, ressaltou.

O BID, principal fonte de financiamento para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe, anunciou em dezembro que mobilizaria US$ 1 bilhão para apoiar os países na compra e logística de vacinas anticovid.

Claver-Carone disse que a agência está em contato com os 26 membros, mas nove solicitaram apoio especial para enfrentar a crise de saúde: Argentina, Bahamas, Belize, Equador, El Salvador, Honduras, Panamá, República Dominicana e Trinidad e Tobago.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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